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CIDADANIA

Unioeste Toledo realiza roda de conversa Lugar de Mulher é na Universidade

O evento teve a participação de representantes do Centro de Ciências Humanas e Sociais (CCHS), do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA), do Numape e do PEE para compartilhar suas experiências como mulheres ocupando o espaço dentro da Universidade.
14/03/2022 - 18:21
Por Assessoria de Comunicação Social da Unioeste


A Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE) - Campus Toledo recebeu no último dia 10 a roda de conversas “Lugar de Mulher é na Universidade” A ação compõe o evento “Lugar de Mulher é Onde Ela Quiser”, promovido pelo curso de Filosofia da universidade, pela Prefeitura Municipal de Toledo, pelos projetos Web Rádio Integração Premen, Rede de Saberes, Arte e Cultura, Núcleo Maria da Penha (Numape), do Programa de Institucional de Ações Relativas às Pessoas com Necessidades Especiais (PEE), instituições de ensino e sociedade civil organizada.
O evento teve a participação de representantes do Centro de Ciências Humanas e Sociais (CCHS), do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA), do Numape e do PEE para compartilhar suas experiências como mulheres ocupando o espaço dentro da Universidade.
A fala de abertura foi realizada pela secretária de cultura de Toledo, Rosselane Giordani, que abordou a parceria com a Unioeste e como esta associação amplia o alcance Secretaria de Cultura e aproxima a Universidade da Prefeitura Municipal. “O programa 'Lugar de Mulher é Onde Ela Quiser', que chega à sua segunda edição, tem esse objetivo, de discutir o lugar que a mulher ocupa dentro da ciência, da literatura, nas artes, nos esportes, nos mais diversos espaços que são necessários e que, sim, a gente precisa enfrentar e resistir para garantir o nosso direito de produzir, de ser feliz e de sermos respeitadas”, disse a secretária.
A professora do curso de Filosofia, Nelsi Kistemacher Welter (CCHS) falou sobre a ausência de estudos sobre as mulheres filósofas, tanto na graduação quanto no ensino básico e do processo de invisibilização que as pensadoras passaram ao longo da história. Uma das filósofas citadas por Welter foi Olympe de Gouges, pensadora francesa contemporânea da Revolução Francesa. “Essa filósofa, na modernidade, reivindicava o direito de cidadania às mulheres e aos escravizados. Aos negros, a condição de cidadão, o fim da escravidão; e às mulheres, a condição de cidadã, de poder ocupar espaço, não só de ocupar espaço, mas de conquistar direitos que, até então, não lhes eram garantidos”, explica Welter.
A professora do curso de Serviço Social, Thaise Fernanda de Lima Mares (CCSA), relatou sua experiência como mulher negra dentro da universidade, relembrou sua trajetória na Unioeste e o primeiro contato com a instituição, ainda no ensino médio e os preconceitos que enfrenta no cotidiano. “Historicamente, o que nós temos dentro da sociedade brasileira? Nós temos uma mulher negra que sofre com o racismo e a essas mulheres são direcionados alguns estereótipos. O primeiro é a mulher negra que está no lugar de servidão. Podemos ver que grande parte da população negra, das mulheres negras, está nos trabalhos domésticos. Outro estereótipo que nós temos: essas mulheres são agressivas, são raivosas e, o que pega mais ainda é a questão da intelectualidade. Há um estereótipo de que nós, mulheres negras, somos incapazes de realizar um estudo acadêmico ou de vivenciarmos a vida acadêmica, intelectual”, aponta Mares.
A assistente social Thaís de Biazzi (Numape) concentrou sua fala nos casos de violência doméstica ocorridos em Toledo e nos atendimento oferecidos pelo Numape às mulheres vítimas de violência e, também, nos avanços e conquistas das mulheres no espaço universitário. “Se eu tive uma experiência onde a maioria das mulheres me cercou dentro da universidade, quem lutou para que isso fosse possível, quem resistiu e quem bateu o pé e falou 'não, esses espaço é sim de mulher, é um espaço que as mulheres devem frequentar e a gente vai estar aqui presente'. Então, também relembrar todas essas mulheres que passaram e que possibilitaram que isso acontecesse”, argumenta Biazzi.
A professora do PEE, Jaqueline Denardini, falou sobre a ausência de mulheres com deficiências nas universidades. “Não adianta nós termos políticas de acesso à universidade, se esse aluno não tem condições de permanecer e concluir os cursos que eles adentram”, explicou Denardini. A professora também falou sobre a dificuldade de acesso das mulheres transgênero nas universidades. Ela explica que, devido ao preconceito, essas pessoas não conseguem terminar o ensino médio, requisito básico para muitos concursos públicos e para entrar na universidade. De acordo com pesquisa feita por Denardini, existem apenas duas professoras transgênero lecionando em universidades no Paraná.
Assessoria de Comunicação Social

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