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PECUÁRIA

Cenário internacional propicia maior rentabilidade ao produtor de milho

Apesar do milho ser uma cultura de verão, ano a ano a área produzida tem reduzido drasticamente. Enquanto na década de 1980, no verão, a área produzida de milho chegava até 170 mil hectares, hoje foi reduzida a 17800 hectares. Esta redução tem preocupado especialistas, em especial, pelo cenário internacional que pode favorecer a maior rentabilidade aos produtores brasileiros.

01/11/2010 - 15:49


O Chefe da SEAB, João Luis Raimundo Nogueira alerta aos produtores que este é um momento privilegiado no mercado internacional para a produção de milho, mas se diz preocupado com a redução de área cultivada no verão e destaca alguns fatores.

Nogueira lembra que embora se tenha obtido sucesso na produção de milho no inverno, as condições climáticas podem agir contra o produtor. “Apesar de o milho ser uma produção de verão, nesta estação a nossa produção é pouco significativa, enquanto no inverno, onde os riscos são maiores chegamos produzir 1,5 milhão de toneladas de milho, mas isso não é uma garantia para todos os anos”.

Um dos fatores favoráveis ao aumento da área cultivada de milho se chama China, que se destaca como a maior compradora do grão, enquanto os Estados Unidos que é o principal fornecedor passa por dificuldades em manter este fornecimento em razão do aumento da sua demanda interna, por conta da produção de etanol que está em franca expansão neste país.

O chefe do SEAB afirma que o Brasil precisa se projetar para este mercado. Ele ilustra este cenário demonstrando os preços praticados. “No primeiro semestre dificilmente o preço do milho ultrapassava os R$ 13, no segundo semestre esta realidade é completamente diferente. No mercado físico o preço chega a RS 19. Esta diferença está relacionada ao cenário internacional”.

Este fator exige uma atenção especial para os produtores de carne.  “Somos grandes produtores de carne suína e frango e o milho chega compor de 60 a 70% do custo destes produtos, em especial no caso da suinocultura”, afirma Nogueira.

É um momento de alta liquidez do milho no mercado internacional e esta tendência, segundo o chefe da SEAB, é que isto possa crescer até o final deste ano. “No mercado internacional, em Chicago, o preço do bushel  de milho ultrapassou a barreira dos US$6, isto é inédito, pois estes preços chegam no máximo em US$ 4. É lógico que esse mercado é extremamente volátil e  o fator China tem um peso muito grande, por isso precisamos ter a atenção redobrada”.

Nogueira alerta aos produtores que a redução da área cultivada de milho descarta as possibilidades de rentabilidade que o mercado internacional oferece, mas que também gera outro problema o da ausência de rotatividade de cultura. “Para voltar a rotação de cultura é preciso que se retome a produção de milho no verão. E nós estamos no sentido contrário, no verão estamos reduzindo a área plantada. Isto preocupa, pois sem a rotação de cultura o produtor aumenta o custo, porque se não tem rodízio você não nutre o solo e isso terá que ser compensado com fertilizantes, aumentando o custo, e ainda assim, não resolve.  Se você faz rotação de cultura você preserva sua rentabilidade”, finalizou o chefe da SEAB.

Texto Selma Becker

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