“A própria mulher se discrimina”, indica Kunzler, relativizando a última eleição presidencial. “Representa um marco, mas devido em grande parte pelo fato de ser a continuidade de um governo anterior. Existe a necessidade de uma reforma no sistema político eleitoral e partidário brasileiro que reconstrua uma prática democrática, ética e acolhedora da representação de diversos segmentos”, acredita a pesquisadora, que focou seu estudo em Cascavel, Toledo, Foz do Iguaçu e Guaíra e trouxe os fundamentos históricos e filosóficos da submissão feminina. “Kant, Rousseau e outros, assim como a Igreja Católica, pregavam que a inclinação da mulher devia ser para cuidar da casa, filhos e marido. Elas eram destinadas ao casamento e à maternidade e tratadas como um ser de segunda categoria. As mudanças se tornaram reais à medida que se definam políticas públicas sólidas em educação e cultura para acabar com preconceitos e generalizações”, defende Kunzler.
A presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, Simone Ferrari, analisa que atuação feminina no campo das relações apresenta-se ainda como um mundo desconhecido. “É uma participação tímida e temos o desafio de vencer essa fraca presença. Entretanto, quando ela ocorre percebe-se a relevância de sua participação, pois mostra competência e habilidade”. Nas atuais legislaturas das câmaras de vereadores de Cascavel (15) e Toledo (11), não há nenhuma vereadora entre as 26 cadeiras. No Poder Executivo de Toledo, a situação encontra-se mais equilibrada. Das 17 secretarias municipais, oito delas têm mulheres à frente das pastas. “O mérito desse livro é incentivar que as mulheres participem da vida política de suas cidades”, avalia a secretária Especial de Atendimento à Mulher do Município, Mareli Ana Vanzzo Donin, enfatizando que a criação de uma pasta específica para as mulheres também representa um avanço na luta pela maior inserção feminina na vida pública.
Da Assessoria - Toledo