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SAÚDE

Conferência Sanitária Pan-Americana: diretora da OPAS reflete sobre a década da defesa da saúde universal e pede atenção redobrada à vacinação

Na pauta as lacunas de imunização que “recuaram quase três décadas de progresso na vacinação infantil nos últimos anos”
26/09/2022 - 20:30
Por Assessoria


Na abertura da 30ª Conferência Sanitária Pan-Americana, nesta segunda (26), a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa F. Etienne, reconheceu conquistas significativas em saúde na última década, mas estimulou os países a enfrentarem os desafios atuais, incluindo as lacunas de imunização que “recuaram quase três décadas de progresso na vacinação infantil nos últimos anos”.

“Na última década, vi países traduzirem a ideia de atenção universal à saúde em políticas práticas”, disse a diretor da OPAS, citando como os governos locais, regionais e nacionais estão trabalhando juntos para alcançar “nossa agenda compartilhada para a saúde nas Américas e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”.

A OPAS conseguiu expandir a cooperação técnica para aumentar a resiliência do sistema de saúde e a preparação para desastres, o que "se mostrou fundamental em nossas respostas à Zika, COVID e Varíola dos macacos", disse o Dra. Etienne.

Ainda que a colaboração tenha tido um impacto real na redução da desigualdade, Dra. Etienne disse que os países devem continuar com um espírito solidário para enfrentar os desafios atuais, incluindo a queda na cobertura vacinal.

Em geral, as taxas de vacinação para doenças evitáveis pararam ou retrocederam, disse a diretor da OPAS, e a região agora vê a circulação de doenças que “já tínhamos eliminado ou estávamos prestes a superar”.

A diretora da OPAS estimulou os países a reverter essas tendências com "determinação inabalável", pois "outras doenças como difteria e febre amarela estão a apenas um surto de se tornarem emergências regionais".

A diretora também apelou para uma maior cooperação para a saúde universal na região, já que durante a COVID-19 “o mundo reconheceu o quão central é a saúde para nossas sociedades e nossas economias”.

“Há 120 anos, nas Américas, contamos com a cooperação porque entendemos que nossa saúde, nossa segurança e nossa prosperidade são interdependentes”, afirmou a diretora, referindo-se à criação da OPAS, em 1902, para enfrentar uma emergência de febre amarela.

À medida que nos voltamos para a tarefa de reconstrução dessa pandemia, disse o Dra. Etienne, “devemos fazer mais para melhorar a saúde de nosso povo, trabalhando em parceria”.

Espero que daqui a 10 anos possamos olhar para nossa região como uma só”, disse Etienne, onde os países reconheçam os laços que unem a saúde das pessoas, do planeta e dos animais, e onde “as tecnologias digitais melhorem o monitoramento de doenças, a experiência do paciente e incentivem a tomada de decisões informadas em todos os nossos Estados-Membros.”

A 30ª Conferência Sanitária Pan-Americana, realizada de 26 a 30 de setembro, começou nesta segunda, reunindo autoridades de saúde de países das Américas para deliberar sobre políticas para fortalecer a saúde.

Durante a semana, os delegados discutirão as emergências de saúde em curso, incluindo COVID-19 e Varíola dos macacos, e revisarão as políticas e as estratégias para fortalecer a preparação da região para futuros surtos. Isso inclui, entre outras, ações regionais para melhorar a vigilância genômica, desenvolver forças de trabalho de saúde resilientes e aprimorar sistemas regulatórios para facilitar a fabricação de tecnologias de saúde, como vacinas. Outras questões, como a crescente carga de transtornos de saúde mental, acesso à atenção primária e combate às doenças não transmissíveis, também serão abordadas.

A Conferência Sanitária Pan-Americana é o órgão decisório máximo da Organização, reunindo-se a cada cinco anos para definir políticas para melhorar a saúde e o bem-estar da população da região.

Durante a Conferência deste ano, os Estados Membros e participantes elegerão o próximo diretor da OPAS, que assumirá o cargo em 1º de fevereiro de 2023 e liderará a Organização pelos próximos cinco anos.

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