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CULTURA

Mostra e Festival movimentam mais de 10 mil pessoas em Toledo

O Evento aconteceu entre 3 a 8 de novembro, no Teatro Municipal
09/11/2022 - 22:00
Por Assessoria


O coordenador da XVI Mostra de Circo Social e IX Festival Nacional de Circo, Dado Guerra, avaliou positivamente o evento realizado em Toledo de 3 a 8 de novembro, no Teatro Municipal, nos picadeiros do Circo da Alegria e do Circo da Magia e espaços públicos. O evento movimentou um público superior a 10 mil pessoas no período, com 20 grupos de projetos sociais participando e quatro de circo profissional, representantes do Paraná e de outros três estados. Segundo ele, cerca de 700 crianças pisaram no palco do Teatro Municipal para mostrar o que aprenderam durante o ano nos projetos sociais que frequentam.
Ele destacou que o sucesso foi ainda maior se considerar o ano atípico, com o retorno das atividades presenciais nas escolas, depois de dois anos de pandemia, e a necessidade de adaptação à nova realidade. “Os projetos sociais pararam durante o período e alguns sequer voltaram. Os instrutores tiveram que começar tudo de novo. Tínhamos muitas crianças novas participando e mesmo assim as apresentações foram de grande qualidade, resultado do esforço dos professores e a dedicação dos alunos para a Mostra e Festival de Toledo, que são referência no estado”.
Para o próximo ano ele acha necessário rever a data da Mostra, por conta da concentração de grande número de atividades nos últimos meses do ano, embora alguns grupos tenham elogiado a escolha no mês de novembro, o que proporcionou aos alunos mais tempo para os treinamentos e montagem dos espetáculos. Dado destacou ainda a importância deste evento para as crianças, que tem a oportunidade de mostrar o que aprenderam, e também para os estudantes e o público espontâneo, tanto para a Mostra como para o Festival. “Eles tiveram a oportunidade de conhecer os projetos e ver trabalhos de grande qualidade”.
Todos os anos, explica Dado, a organização preocupa-se em trazer diferentes estilos e trabalhos de circo, para permitir novos conhecimentos aos alunos e instrutores, mas também oferecer espetáculos de qualidade para a população em geral. “Trouxemos desde o circo contemporâneo ao popular, opções que agradaram diferentes públicos. Além de casa cheia no Teatro e nos dois picadeiros de circo, muita gente acompanhou os espetáculos ao ar livre, no Parque Ecológico Diva Paim Barth. Era muita gente que veio especialmente pelo show, que pararam para ver e frequentadores habituais”.
Por fim ele agradeceu todos os colaboradores, artistas e demais envolvidos na organização do evento, das escolas e dos veículos de comunicação, que colaboraram com a divulgação, permitindo que a informação chegasse até as pessoas.

Evolução

Alex Machado, professor da Escola Nacional de Circo do Rio de Janeiro, observou uma evolução significativa nos trabalhos apresentados pelos alunos e também os impactos da pandemia em alguns projetos. Ele cobrou um envolvimento mais efetivo e comprometido dos gestores públicos na manutenção destes, pelos comprovados resultados positivos do trabalho tanto com os alunos como com as famílias e a comunidade. Segundo ele, é unânime os resultados positivos, mas nem todos os projetos contam com o apoio necessário para realizar um trabalho mais efetivo.
Ele cita o caso de grupos que não puderam comparecer e da frustração destas crianças que se prepararam ao longo do ano para uma apresentação que não puderam executar. “É necessário o compromisso dos entes públicos tanto em casos pontuais como estes – viabilizando a vinda das crianças para uma Mostra de Circo – ou mesmo dando o apoio e a estrutura necessários para a manutenção dos projetos sociais de circo, que estão efetivamente trazendo resultados positivos na formação dos indivíduos”.
Ele citou também m exemplo de superação de uma criança no palco. Ela saiu chorando e a preocupação era de que ela tivesse se machucada. Apurada a causa, soube-se que a menina estava chorando de emoção por ter decidido fazer no palco um exercício que não conseguia completar nos treinos. “Veja como a arte é transformadora. Olha a superação desta criança e o que isso vai impactar na vida dela. São experiências que somente a arte nos proporcionam”, ressalta.

Maior autonomia
Para Aires Coutinho, especialista em malabarismo, os projetos sociais apresentaram um crescente visível. Para ele, mesmo não tendo atividades presenciais, os instrutores utilizaram o tempo para pesquisas e estudos, que se refletiram na melhora dos trabalhos. Ele percebeu uma autonomia maior dos alunos em cena, com os professores mais confiantes nos resultados do trabalho e na capacidade dos alunos, e auxiliando em questões de segurança. “Antes, em alguns casos, a gente via o instrutor roubando a cena da criança – que era o principal foco – para garantir um espetáculo com mais qualidade. Hoje elas fazem isso, porém por conta própria, o que torna o trabalho muito enriquecedor”.
Ele destacou também a preocupação dos professores com o todo do espetáculo, incluindo roteiro, iluminação, maquiagem, com evoluções bem expressivas. Por fim, enfatizou o envolvimento da cidade na Mostra e Festival, participando dos espetáculos e manifestando-se em locais por onde os artistas passavam, reconhecendo o envolvimento destes no evento. “Vendo todo este envolvimento, a gente sai daqui com um carinho ainda maior por esta cidade”.

Envolvimento
A artista e instrutora de circo, Vanusa Eloíza, ex-aluna de Dado Guerra, quando este atuou em Campo Mourão, onde ela reside, também observou uma evolução muito grande nos trabalhos e disse que esta troca de experiências traz muitos conhecimentos não somente para os instrutores e alunos, mas também para eles, como avaliadores. “Quando observo uma questão feita pelo grupo – certo ou que precisa melhorar – também me questiono se estou ou não fazendo com as crianças com quem trabalho. É uma troca, uma reflexão muito positiva”.
Para ela, o circo teve uma importância muito grande na sua vida, proporcionando experiências que certamente não teria tido, não fosse através da arte circense. Segundo Vanusa, o maior conquista para a cidade, ao realizar esta Mostra e Festival, não é apenas a movimentação econômica, mas principalmente o ganho pessoal dos indivíduos envolvidos nos projetos, que recebem informações sobre regras, disciplina, estudos e demais conceitos que serão levados para a vida, independente da pessoa seguir ou não fazendo arte circense.
“A arte exige muito trabalho, estudo, respeito a determinadas regras, disciplina, entre outros elementos importantes para o desenvolvimento de uma sociedade. Toledo ganha muito neste aspecto por realizar este trabalho” .

Premiação

Ao término da Mostra, logo após o repasse de algumas observações feitas pela comissão avaliadora, foram revelados os ganhadores nas categorias figurino, maquiagem e melhor espetáculo. Também foi concedida uma menção honrosa ao Grupo TNZ Acrobacias de Itapejara do Oeste, pelo trabalho que realizado mesmo nas adversidades enfrentadas.
Veja a premiação dos demais grupos:
Figurino – Grupo Zuriel – Nova Santa Rosa
Maquiagem - Grupo Voar Circo – Francisco Beltrão
Melhor espetáculo – Grupo Enéas Circus – Enéas Marques.

A XVI edição da Mostra de Circo Social e o IX Festival Nacional de Circo é uma realização do Circo da Alegria, Circo Ático, cozinha social, escola municipal Anita Garibaldi, prefeitura de Toledo, secretaria de Cultura, Secretaria de Educação e setor de Comunicação.



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