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SEGURANÇA

Advogado da Comunidade Haitiana vai acompanhar investigações sobre a tragédia ocorrida na C-Vale

As investigações sobre a tragédia que teve nove vítimas fatais, destes oito haitianos e um brasileiro, serão acompanhadas pelo advogado haitiano, Pierre Bruny que afirma que há muitas perguntas a serem respondidas, mas sua presença também tem por objetivo apoiar as famílias e protege-las do assédio jurídico que elas vêm sofrendo

01/08/2023 - 19:56
Por Redação


Na segunda-feira (31), foi encontrado o corpo de mais uma vítima fatal das múltiplas explosões ocorridas na Cooperativa de Palotina, C-Vale, o haitiano Wicken Celestin, (55 anos). As múltiplas explosões, além das vítimas fatais e os feridos, danificaram cerca de 200 imóveis em Palotina.

O advogado Pierre Bruny disse que ainda é cedo para conclusões e sua presença tem por objetivo entender o que aconteceu que vitimou aqueles trabalhadores. “Por enquanto não dá para adiantar muitas coisas. Vamos conversar com as famílias para entender os procedimentos e, por meio destas informações, começar a orientar as famílias e ver o que dá para fazer. Ainda tem corpo para liberar. Acionamos as entidades internacionais para localizar as famílias do último corpo encontrado, mas ainda não temos novidades”.

O advogado disse que as autoridades policiais estão trabalhando nas investigações. “Eu como representante da comunidade haitiana vou acompanhar as investigações. Precisamos entender os motivos e, neste sentido, vamos trabalhar para buscar informações para entender os motivos dessa tragédia, para entender o porquê neste departamento só trabalhava haitianos. Essa é uma questão chave! Nós vamos bater muito em cima disso”.

Bruny destaca a importância das investigações sobre as condições de trabalho dos imigrantes. “No Brasil, há muitos imigrantes trabalhando em condição análoga a escrava. Precisamos entender cada caso e combater isso. A Legislação Brasileira trata da dignidade da pessoa humana e precisamos trabalhar isso. É triste ver esta tragédia. Não vemos uma reação do estado brasileiro sobre essa tragédia. Os imigrantes são seres humanos e precisam ter as mesmas condições e garantidas. Estamos aqui para achar a causa e o motivo que causou essa tragédia” (sic), lamenta.

O advogado disse que ainda não teve acesso aos autos do processo, mas que informações não oficiais apontam que os trabalhadores eram terceirizados. “Eu não tenho contato com o que foi juntado aos autos, para entender se as pessoas eram terceirizadas ou se eram funcionárias da empresa. A questão não é essa, a empresa tem a responsabilidade de garantir os direitos dos funcionários. Nós vamos fazer com que as normas, as leis, sejam garantidas. Isso serve como exemplo, para que isso não aconteça mais com os imigrantes” (sic).


Assédio Jurídico


Bruny relata que as famílias estão sendo assediadas por advogados de todo o país, por isso a sua presença é para evitar que, neste momento de dor, as famílias sejam assediadas. Ele apontou que as famílias têm dificuldades com o idioma, o que pode ser facilitador para pessoas com interesses escusos. “É preciso parar o assédio com os familiares, vamos agir para garantir seus direitos. Isso é uma crueldade, com as famílias que estão passando por um momento trágico”.

O advogado adiantou que terá um encontro com as famílias. “Antes de tudo, estas famílias precisam de auxilio psicológico. Muitas dessas pessoas falecidas eram os provedores da família. Precisamos dar um apoio e suporte psicológico, antes de tentar uma questão jurídica” (sic).

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