Nesta semana, materiais impressos pela impressora 3D, desenvolvidos pelo projeto Espaço Maker da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), foram entregues para um aluno com deficiência visual do curso de Ciências da Computação, a fim de auxiliá-lo especialmente na matéria de Computação Gráfica.
O Espaço Maker tem como objetivo desenvolver ações de compartilhamentos de equipamentos, prestação de serviços, pesquisas, protótipos e projetos tecnológicos e de educação de todos os níveis, além de promover a inclusão em sua complexidade. Visto que acadêmicos com deficiência visual demandam uma metodologia um pouco distinta dos demais alunos, o Espaço busca desenvolver materiais pedagógicos em protótipos 3D.
Para Gustavo Hanke, acadêmico do terceiro ano do curso de Ciências da Computação no campus de Cascavel, portador de deficiência visual, o projeto ajudará a interpretar formas mais complexas. “O material 3D é interessante por causa da matéria de computação gráfica, que é a matéria que a gente precisa basicamente modelar formas geométricas usando computadores para depois desenhar em uma tela. Modelar é fácil, por exemplo, criar formas geométricas, criar uma esfera, é fácil, a gente tem uma fórmula matemática para ela. Mas modelar essa esfera para um display gráfico exibir essa esfera, é mais complexo, então para eu entender como esses processos de modelagem funcionam, o material 3D vai ser usado”, explica.
Conforme a intenção do Espaço Maker, a impressão em 3D, em termos de adaptação de material em disciplinas que exigem conhecimento de imagens é imprescindível para acadêmicos com deficiência visual se apropriarem de conceitos e estruturas de uma determinada imagem, como peças anatômicas e de conteúdos da computação gráfica.
Projeto em andamento
Esta foi somente a primeira entrega feita pelo Espaço Maker, segundo a coordenadora do projeto e diretora pedagógica da Pró-Reitoria de Graduação, Elenita Conegero Pastor Manchope, é um projeto que está há somente um mês em andamento e foi executado com excelência pela equipe, como resultado da a união e o trabalho coletivo que possibilitou a entrega dentro desse tempo.
A coordenadora conta que o objetivo é atender mais demandas tanto da Universidade quanto da comunidade. “A ideia também é dar continuidade, porque esse material não ajuda somente os alunos com necessidades especiais, como um aluno com deficiência visual, mas ele também pode auxiliar o processo de aprendizagem dos alunos que tem alguma dificuldade, alguma defasagem também, porque é um material concreto, ele vai ouvir o professor falar, vai manusear, vai juntar tudo isso e abstrair”.
Segundo a assessora pedagógica do campus de Cascavel, Vera Lucia Ruiz Rodrigues da Silva, o desejo é que o projeto se estenda à comunidade externa. “É uma idealização sendo concretizada, e a intenção dessa equipe é que o Espaço Maker se consolide dentro da Universidade, tanto para os acadêmicos quanto para a comunidade externa”.
Resultado em mãos
Após um mês em desenvolvimento, a equipe do Espaço Maker relata que é uma satisfação muito grande ver o projeto nas mãos do acadêmico. “Eu não tinha noção de que em um mês nós conseguiríamos fazer tudo o que fizemos. É muito gratificante, porque é um projeto muito bonito, é muito bom poder fazer parte disso, fico muito feliz”, disse Claudia de Faria Pauli, bolsista do projeto.
