Para chamar a atenção sobre a prevenção ao suicídio, o Núcleo da Mulher Empresária, vinculado à ACIT e em parceria com a Câmara da Mulher Empreendedora, coordenada pela Fecomércio PR, promoveram o evento ‘Um Elo de Amor na Prevenção ao Suicídio’, que reuniu mais de 60 pessoas na noite de quarta-feira (14), no auditório da Associação Comercial e Empresarial de Toledo (Acit).
Com mediação da psicóloga Débora Brand, o painel contou com a participação da psiquiatra Danielle Geiss, da Diretora da rede de Atenção à Saúde Mental na Secretaria Municipal de Saúde, Leila Machado e da representante do Grupo Acalanto, de acolhimento às famílias, Denise de Camargo.
O objetivo do evento foi repassar informações para que as pessoas saibam identificar quando alguém próximo, seja da família, do círculo de amigos ou do trabalho, esteja passando por risco e possa ajudá-lo antes que o suicídio aconteça.
A coordenadora do Núcleo Setorial da Mulher Empresária, Isabel Gregório, ressalta que a iniciativa tem o propósito de chamar a atenção das pessoas para a preocupante realidade da alta taxa de mortalidade ocasionada por suicídio, principalmente entre os mais jovens. “Este é o quinto ano em que realizamos esse evento como forma de apoio e também de conscientização. Que possamos assim, olhar com mais atenção para as pessoas que estão ao nosso redor e principalmente estar presente, ouvir e ajudar.”
Segundo a psicóloga Débora Brand, é importante falar sobre saúde mental e desmistificar crenças. “Precisamos desconstruir alguns preconceitos e, a partir disso, aproximar as pessoas da rede de apoio. Acreditamos que quanto mais falar sobre o assunto, mais as pessoas vão se sentir fortalecidas para buscar ajuda e saber que existem outros caminhos, que não seja o suicídio”, frisa.
Durante a conversa, a psiquiatra Danielle Geiss falou sobre os principais sinais e perfis que devem ser observados. Entre eles, pessoas que sofrem transtornos psiquiátricos, em especial a depressão. Além da importância de observar frases como “quero sumir”, “não quero mais ficar aqui” ou então, pessoas que não tem planos para o futuro, se despedem com frequência, organizam o financeiro, ou casos em que há um quadro profundo de depressão com uma melhora repentina.
De outro lado, o grupo ressaltou que há outro perfil de suicida, que não dá sinais. Neste caso são as tentativas impulsivas logo após uma situação elevada de estresse.
Debora Brand reforça a importância da conversa para que o suicídio seja evitado. “Muitas vezes achamos que será um incentivo, mas não, falar é a melhor forma de prevenir. A pessoa não quer se matar, ela quer matar a dor e para curar essa dor é necessária uma ajuda profissional.”
Durante o evento, a diretora da rede de Atenção à Saúde Mental na Secretaria Municipal de Saúde, Leila Machado trouxe alguns dados da 20° Regional de Saúde. Em Toledo no ano de 2021 foram 21 óbitos, em 2022 foram 16 e em 2023 até o momento seis óbitos por suicídio. Ela ressalta que o município possui o departamento justamente para o atendimento à pessoas que pensam na possibilidade, como o Ambulatório de Saúde Mental, Caps I, Caps II e Caps AD. Além disso, ela ressaltou que em caso de tentativa, o primeiro atendimento deve ser realizado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e depois dos primeiros socorros, o paciente será direcionado a um atendimento especializado.
Ainda no painel, a representante do Grupo Acalanto, Denise de Camargo falou sobre a criação do grupo de apoio à familiares de suicidas, além de sua experiência ao ter que lidar com o suicídio em sua família. “O objetivo é prestar apoio e solidariedade neste momento de dor e luto, além de mostrar que mais pessoas passam pela mesma situação, inclusive eu”, conta.
O evento também fortaleceu o trabalho do O CVV – Centro de Valorização da Vida, que realiza apoio emocional de prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, e-mail e chat 24 horas todos os dias. O endereço do site é o www.cvv.org.br/
