Por outro lado, desta vez a mudança acontece em meio a uma série de denuncias de irregularidades na pasta e na CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento), órgão que Rossi também esteve à frente, que é importantíssimo na condução de políticas de comercialização, no momento e principalmente no futuro, nada é mais imprescindível que zelar pelo abastecimento. Na posse de Mendes Ribeiro, a presidenta Dilma Rousseff foi enfática: “devemos lutar nos organismos internacionais contra o protecionismo e as práticas comerciais danosas ao Brasil”. Pela percepção da presidenta, parece ser o momento adequado para impor mudanças extremamente necessárias ao órgão, um momento adequado para ocupar os profissionais de carreira, inclusive para cargos como secretarias executivas, afinal é assim nos Ministérios da Fazenda e Banco Central. Os fatos ocorridos tanto no MAPA como na CONAB, deixaram transparecer, sobretudo, uma falta de profissionalismo, além de um número excessivo de cargos comissionados em funções estratégicas, que exigem um mínimo de preparo.
Já não é sem tempo, que ocorra um entendimento em Brasília, da importância de um setor que gera mais de 30% dos empregos e participa com 25% do PIB brasileiro, em um momento crucial para a economia do país como um todo. Apesar do pouco conhecimento do Ministro que acaba de assumir, foi importante suas declarações de que irá intensificar o diálogo com lideranças do setor produtivo. Um bom começo, pode ser consultando os técnicos da CONAB, ou o livro que os mesmos publicam todos os anos sobre Políticas Públicas e Mercado Agrícola. Tenho certeza que será um bom começo.
João Luis Raimundo Nogueira
Toledo, 27 agosto 2011