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O que poderia mudar com a saída de Wagner Rossi do MAPA

Nesta semana, assumiu o comando do Ministério da Agricultura o deputado Mendes Ribeiro. Oriundo do Rio Grande do Sul, Mendes Ribeiro não fez questão de esconder que tem pouca intimidade com o setor de Agronegócio, mesmo sendo o seu estado um dos grandes produtores do país. Este fato, ser ou não ligado ao setor, não tem qualificado os últimos ocupantes deste cargo para um lugar junto à cúpula do governo - pelo menos no que se refere à construção de políticas que realmente atendam os anseios da classe -, ou seja, as decisões continuam nas mãos da equipe econômica.

28/08/2011 - 09:49


Por outro lado, desta vez a mudança acontece em meio a uma série de denuncias de irregularidades na pasta e na CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento), órgão que Rossi também esteve à frente, que é importantíssimo na condução de políticas de comercialização, no momento e principalmente no futuro, nada é mais imprescindível que zelar pelo abastecimento. Na posse de Mendes Ribeiro, a presidenta Dilma Rousseff foi enfática: “devemos lutar nos organismos internacionais contra o protecionismo e as práticas comerciais danosas ao Brasil”. Pela percepção da presidenta, parece ser o momento adequado para impor mudanças extremamente necessárias ao órgão, um momento adequado para ocupar os profissionais de carreira, inclusive para cargos como secretarias executivas, afinal é assim nos Ministérios da Fazenda e Banco Central. Os fatos ocorridos tanto no MAPA como na CONAB, deixaram transparecer, sobretudo, uma falta de profissionalismo, além de um número excessivo de cargos comissionados em funções estratégicas, que exigem um mínimo de preparo.

Talvez por estas razões, nos últimos anos, por falta de conhecimento adequado acerca da conjuntura que envolve a produção agropecuária, chegou-se até a reduzir o preço mínimo do trigo e não se vê nenhum avanço em termos de políticas de mercado externo, tão necessárias para aumentar a competitividade nacional. O momento que vive o Agronegócio brasileiro e sua importância perante as demandas mundiais, especialmente na próxima década - por ser considerado potencialmente o maior fornecedor de alimentos, sugere um plano por parte do governo de médio a longo prazo, e isto começa pela formação de uma boa equipe.

 

Já não é sem tempo, que ocorra um entendimento em Brasília, da importância de um setor que gera mais de 30% dos empregos e participa com 25% do PIB brasileiro, em um momento crucial para a economia do país como um todo. Apesar do pouco conhecimento do Ministro que acaba de assumir, foi importante suas declarações de que irá intensificar o diálogo com lideranças do setor produtivo. Um bom começo, pode ser consultando os técnicos da CONAB, ou o livro que os mesmos publicam  todos os anos sobre Políticas Públicas e Mercado Agrícola. Tenho certeza que será um bom começo.  

 

João Luis Raimundo Nogueira

Toledo, 27 agosto 2011

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