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GERAL

Feira completa 10 anos e consolida-se em Toledo

A Feira do Produtor, realizada todas as quartas-feiras, nos fundos da catedral Cristo Rei, no centro, mudou os hábitos naquela região e também a vida de muitos dos feirantes. Todas as quartas aumenta a concentração de pessoas no local e os feirantes tem na Feira do Produtor a sua principal fonte de renda.

01/09/2011 - 14:14


Para muitos, passar na XV de Novembro, entre as ruas Sarandi e Almirante Barroso, virou obrigação nas quartas-feiras e não só para a compra de verduras e legumes. O local é ponto de encontro das famílias, reunião de grupos de amigos, local para um lanche ou mesmo um simples passeio. A Feira completou na última quarta dez anos de existência e a data foi lembrada com apresentações culturais, visita de autoridades e sorteio de brindes entre os consumidores.
Livone e Ildomiro Knaack viram as suas vidas se transformar nos últimos dez anos. Depois de seis meses desempregada e reunindo a experiência que tinha como funcionária de um restaurante, Livone começou a produzir massas para o mesmo restaurante que trabalhou e vender para amigos e conhecidos próximos. O convite para participar da Feira veio em seguida, através da Emater, que auxiliou a Secretaria de Agricultura e outras entidades envolvidas na organização dos feirantes. No começo era apenas uma pequena quantidade de macarrão. Hoje, mais equipada e com a participação da família, produz diferentes tipos de massas, como macarrão, lasanha e massa para pastel, além de pratos prontos, como tortei, agnololine, ravióli, canelone, entre outros, além de molhos prontos. “O meu marido, que era pedreiro, deixou a profissão para trabalhar comigo”, conta Livone, que tem ainda o apoio da filha e o reforço de pelo menos três ajudantes no inverno, quando o consumo de massas aumenta.
Para compensar esta demanda, ela pretende agregar novos produtos visando garantir as vendas no verão. “Estamos pensando em produzir outras massas, garantindo a manutenção das vendas também no verão”, acrescenta Livone, satisfeita com a feira e os seus resultados. Segundo ela, o volume de consumidores triplicou desde que começou na Feira, há dez anos, e a sua produção aumentou muito, graças ao crescimento da demanda e aos investimentos que fez ao longo dos anos, comprando novos equipamentos. Hoje ela participa de três pontos de venda – dos oito existentes, entre feiras na cidade e no interior -, e processa uma média de cerca de 150 quilos de farinha por mês.
Com o produto já conhecido no mercado, hoje ela não atende apenas a consumidores locais como também de outras cidades e até de outros estados. “Tenho clientes de Curitiba, Maringá e de outros estados como Santa Catarina e Mato Grosso. Sempre que eles vem prá cá ligam antes, fazendo a sua encomenda”, acrescenta ela. “Eu trabalho em dobro, mas não trocaria esta atividade hoje porque nos dá um rendimento muito bom. É o nosso negócio”, frisa Livone, com o seu largo e tradicional sorriso.

Cucas do interior
Com 69 anos, dona Leocádia Malmann, não aparenta a idade que tem e ela atribui o espírito jovem ao contato que a Feira possibilita com inúmeras pessoas. Segundo ela, é com alegria que dedica a terça-feira à tarde e acorda na madrugada de quarta para preparar os pães, cucas e waffles comercializados às quartas na Feira do Produtor. Junto com o marido e o filho, ela acreditou no desafio e hoje está satisfeita com os resultados. “Quando comecei vendia umas dez cucas na feira. Era muito difícil, mas hoje estou muito satisfeita. Trago 45 cucas alemãs, 90 cucas recheadas, 130 pães, entre outros produtos, e volto sem nada para casa”, contabiliza, satisfeita com as vendas.
Dona Leocádia, fiel voluntária nas festas gastronômicas de São Miguel, comunidade conhecida pela gastronomia alemã e suas cucas deliciosas, aproveitou a sua experiência para iniciar a produção, depois de se aposentar como funcionária pública, juntamente com o marido, que era professor. Hoje ela comemora o resultado destes dez anos de trabalho e aproveita para vender na sua barraca suco, geléia e uvas, no período de colheita. “O meu marido começou com a uva, depois de aposentado, e eu com as cucas. Hoje comemoramos juntos o resultado deste trabalho”, diz ela.
Para José de Araújo, proprietário de uma livraria no Centro Comercial, a Feira tem um papel importante para os lojistas e demais empresários que atuam no local, graças a atração de novos consumidores. ”Toda a quarta-feira o movimento cresce, especialmente de famílias. Com mais gente circulando, as possibilidades de vendas também aumentam”, comenta ele, observando a necessidade de ampliar ainda mais a feira, com novas barracas e a abertura de um espaço para produtores sazonais. Ele sugere o aproveitamento de parte do estacionamento e das calçadas da rua Almirante Barroso para ampliar o número de feirantes e estender o espaço para produtores interessados na comercialização de produtos sazonais.

**Feira tem vida própria**

Responsável pelo escritório local da Emater, Claudete Frasson, que desde o início acompanhou o processo de implantação da Feira do Produtor, considera que ela está consolidada hoje e tem vida própria. “É claro que ela precisa continuar tendo o nosso apoio, mas hoje os produtores estão organizados, compram as suas barracas, tomam as decisões e andam com as próprias pernas. Esta era a nossa proposta desde o início”, afirma ela, que se confessa uma consumidora voraz. “A gente não conseguia consumir tudo, mas achava que era importante comprar para estimular os feirantes e porque acreditava nesta proposta. Hoje, felizmente, não é preciso fazer mais isso, porque o número de consumidores é muito grande”, ressalta.
Inicialmente, avalia, os produtores comercializavam o excedente da produção, mas hoje, a grande maioria, se não todos os feirantes, produzem para vender na Feira, se profissionalizaram e procuram investir cada vez mais para bem atender o consumidor. Ela observa também que o fato da produção comercializada na feira ser exclusivamente produzida em Toledo também evita conflitos com supermercados locais, para os quais alguns dos produtores também fornecem mercadorias. “É uma convivência harmônica e saudável”, enfatiza.
Na sua avaliação, com oito pontos instalados em diferentes locais, a Feira do Produtor já se tornou uma atração turística. “Quem vem a Toledo na quarta não deixa de passar na feira e quem pode redireciona a agenda para estar na cidade neste dia”, diz ela, ressaltando que o local é único para pequenas delícias, como comer um pastel caminhando ao ar livre e sugerir ao produtor novas receitas, posteriormente experimentadas e aprovadas pelos demais consumidores, aproveitando o contato direto entre produtor e consumidor.


Da Assessoria - Toledo

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