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GERAL

Acadêmico da Unioeste vence 6º Concurso de Oratória

Álvaro Bizinela, aluno do 3º ano do curso de Economia do Campus de Cascavel da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) foi o vencedor da sexta edição do Concurso Universitário de Oratória, que neste ano teve como tema A Cidadania por meio da consciência ambiental. A etapa final, que reuniu acadêmicos, empresários e líderes da comunidade organizada, foi realizada nesta semana, no auditório da Associação dos Municípios do Oeste do Paraná.

03/09/2011 - 05:30


Organizado pelo Conselho do Jovem Empreendedor da Associação Comercial e Industrial de Cascavel (Acic) em parceria com o Sicoob o concurso contou com a participação de representantes de sete instituições de ensino superior de Cascavel. O Concurso, que leva anualmente a um aprofundamento de temas relacionados às realidades brasileira e mundial, é uma das ações da Campanha pela Valorização da Cidadania, criada em 2004, pelo então presidente do Conselho Superior da Acic, Geny Antonio Lago.

Paixão pela oratória
O vencedor do concurso Álvaro Bizinela, que concorre pela primeira vez em evento desta natureza, disse que três fatores foram fundamentais para sua participação. “A paixão pela oratória, o tema escolhido para a edição deste ano e a importância de poder representar a Unioeste”. Ele também destacou o alto nível dos participantes e a animação da torcida que contagiou os candidatos durante as apresentações. O segundo lugar no Concurso ficou com Magda Vaniski, da Universidade Paranaense (Unipar), e em terceiro lugar Bruna Refatti, da União Educacional de Cascavel (Univel). Os três primeiros colocados receberam prêmios.
Para a coordenadora do Concurso na Unioeste, professora doutora Elisabeth Rossetto, da Divisão de Cultura da Pró-Reitoria de Extensão, concursos dessa natureza “são de extrema importância para a formação de nossos alunos, não somente no aspecto da formação profissional, mas como seres humanos, por se tratar de um tema muito discutido atualmente que é a questão do meio ambiente”.
Ela observa ainda que este é um momento de integração da Unioeste, com a comunidade externa, já que envolve participantes de outras instituições de ensino superior e de outros setores da sociedade. A coordenadora cumprimenta todos envolvidos na organização do evento e também o acadêmico Álvaro pelo “empenho e dedicação” de ter representado com muito sucesso a Unioeste. “São pessoas assim compromissados que nos fazem, enquanto professores, sentirmos orgulho do nosso trabalho”.

Veja o texto apresentado pelo acadêmico Álvaro Bizinela:

Consciência Cidadã: Voltada ao meio-ambiente?
O que norteia as atitudes de um ser humano? O homem ainda aspira algum ideal de humanidade? É certo que cada ser, único como é, possui seus próprios objetivos, e pode-se dizer que são os mais diversos possíveis. A grandeza humana faz com que pensemos que se pode fazer tudo que nossa mente e nosso corpo permitem e de fato, podemos. É aí, portanto, que os homens caem e levam consigo tudo aquilo que está ao seu redor.
Ao se pensar na grandeza do Universo, e ao percebermos o quão importantes somos nós, para o equilíbrio desse Universo, entendemos o quão responsáveis devem ser as nossas atitudes.
Ao se observar o exemplo de alguns países que possuem um modelo de desenvolvimento sustentável mais avançado percebe-se que, o foco primordial está fundamentado na educação. Não aquela educação que ensina a língua, a matemática ou as ciências, embora elas sejam essenciais ao desenvolvimento humano. Mas a educação moral. Essa é o alicerce de cada indivíduo, pois é aí que os seres citados por todos como transformadores do futuro são formados, ou seja, as crianças.
Desde pequenas, elas são orientadas sobre como se cuidar o que machuca o que dói o que faz chorar. Quantos “nãos” os pais dizem a seus filhos, preocupados com sua integridade física, não é? Mas e a integridade moral? É uma preocupação essencial na vida das pessoas? Antigamente, perguntava-se, que planeta deixaríamos aos nossos filhos hoje, acrescenta-se outra questão: Que filhos estamos deixando ao nosso planeta? Ensina-se, pela cidadania, a não cometer atitudes que firam os direitos alheios, pela lei dos homens e pela lei de Deus. Mas e a lei da natureza? De onde, aliás, provém o sustento humano.
O solo, as árvores, as águas, o ar... são responsabilidades nossas, afinal, nós é que somos os agentes do presente. Paremos de protelar as atitudes para o futuro, e ajamos agora. Mostremos a força de uma espécie que não quer ser a responsável pelo desequilíbrio no mundo sejamos, de fato, cidadãos. E o que cidadania ter a ver com o meio ambiente? Nada além de: tudo! Um ser que não é capaz de lutar em prol da coletividade, não assume responsabilidades, nem sociais, nem ambientais.
Balizar o conceito de cidadão é ter consciência dos deveres sociais se as pessoas não forem convictas de que precisam participar ativamente do processo de desenvolvimento sustentável de seu país, não se chegará a lugar algum. O lema positivista de nossa adorada flâmula nos convoca à ordem e ao progresso. Para sermos organizados, basta cumprirmos os nossos deveres de cidadãos, mas como progrediremos se não fazemos mais do que nossa obrigação?
É preciso doar-se, aos outros e ao planeta. É preciso identificar nos deveres, não compromissos com os quais somos fadados a conviver até o fim da vida e sim, como possibilidades que temos enquanto agentes transformadores da história, podendo mudar aquilo que não é certo.
Diariamente nos deparamos com situações, nas quais a comodidade nos direciona de modo a não agir a favor do meio-ambiente. Cada agente deve contribuir na esfera de suas condições. Que pessoa, por menos informada que seja, não sabe separar materiais recicláveis em sua residência? Mas e o serviço municipal, faz o restante do processo? É preciso que haja uma ação em conjunto.
Porém, em um cotidiano apressado, atarefado, em que cada dia devia ter umas trinta e seis horas o espírito de cidadania se oculta frente às urgentes necessidades de mudança no modo em que tratamos o ambiente. É difícil algum governo ou grande empresa dar mais ênfase à natureza que à economia em tempos de crise. Hoje deixa-se de lado aquilo que não inerente à riqueza material.
Queiramos nós que futuramente, esse mesmo ambiente, que hoje degradamos e julgamos ser de segunda necessidade, não nos vire as costas, e que tenha piedade de nós. Porque hoje não se tem pena da natureza perante as queimadas, que provocam o aquecimento global, que gera o efeito estufa, que derrete as calotas polares e que destrói a camada de ozônio.
Esse mesmo homem que se julga tão superior aos outros seres, por falha em seus princípios de cidadania, está acabando com outras espécies e com seus lares. Nossos lares. Será que é preciso que a humanidade se acometa de doenças respiratórias? Que metade da população sofra com o câncer de pele? Que não possamos mais sair de casa sem óculos escuros? Para que paremos e pensemos, para onde caminhamos. Isso vos parece muito surreal? Não apostemos nisso, não lutemos contra a natureza, não lutemos contra nós mesmos.
Dizem que só se aprende a nadar quando a água ‘bate’ na cintura, mas será que haverá, no futuro, água assim, em abundância, para que isso ocorra? Seria cômico, se não fosse desesperador. Os homens possuem sim, ideais de humanidade, os homens conhecem seu lugar no planeta o que lhes falta, é aprender com o meio em que vivem, é preciso ser grande o bastante para reconhecer os erros enquanto ainda dá tempo. E há tempo, não aceitemos a fome e miséria, digamos “não” à degradação ambiental.
Transformemos os nossos deveres de cidadãos em atitudes em favor do meio ambiente, em favor das espécies, especialmente a nossa. E como fazê-lo? Sentados de braços cruzados, como se não fôssemos responsáveis por nada disso é que não é.

 

Da Assessoria

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