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CIÊNCIA

Comitê propõe ações para conter avanço de dengue e febre chikungunya

Reunião no Centro Municipal de Controle e Endemias, nesta terça (9), expôs quadro epidemiológico preocupante em relação a doenças transmitidas pelo Aedes aegypti
09/04/2025 - 16:37
Por Assessoria


O Comitê Municipal Intersetorial de Combate à Dengue, Chikungunya e Zika Vírus reuniu-se na tarde desta terça-feira (9), no Setor de Combate a Endemias, para discutir medidas de enfrentamento ao avanço das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti em Toledo. Foi a segunda reunião do grupo em 2025, reunindo representantes de órgãos públicos, entidades da sociedade civil organizada e empresas que integram o grupo de trabalho.

O encontro teve como ponto de partida a fala breve do secretário de Saúde de Toledo, Nilton Perlin, que falou que os cuidados em relação ao Aedes devem continuar mesmo em períodos mais frios. “A forma alada do mosquito diminui bastante nesta época, mas o cuidado em eliminar os criadouros deve prosseguir, pois os ovos podem resistir vários meses e eclodirem quando as estações mais quentes chegarem”, alerta.

Em seguida, o diretor de Vigilância em Saúde, da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Junior Palma, apresentou o atual panorama epidemiológico do município, que acende um alerta sobre a necessidade de intensificação das ações de prevenção e combate. Entre 29 de dezembro de 2024 – início do atual ano epidemiológico – e 4 de abril, data de publicação do boletim mais recente, foram confirmados 322 casos de dengue em Toledo. No total, foram 2.711 notificações, das quais 816 ainda aguardam resultado laboratorial e 1.577 foram descartadas.

Outro dado que chamou a atenção dos participantes foi o surgimento de casos de febre chikungunya: três confirmações já foram registradas em 2025, além de cinco pacientes que aguardam resultado de exames e seis cujos resultados deram negativo. A partir da edição mais recente, os boletins epidemiológicos de Toledo passaram a incluir também as informações sobre esta doença. “Os casos de dengue vêm subindo semana após semana e agora estamos com alguns casos de febre chikungunya. Estamos analisando todo este quadro para que, baseados nos critérios estabelecidos pelo Plano Municipal de Ação de Enfrentamento da Dengue, Chikungunya e Zika Vírus, saibamos tomar as decisões com a maior assertividade possível. A partir dos dados que temos à disposição, não há ainda um cenário de epidemia de dengue no horizonte, mas esta hipótese não está descartada, sendo que as próximas três semanas serão cruciais para definirmos as ações que precisarão ser colocadas em prática”, analisa Junior.

A avaliação do diretor é amparada pelos dados em nível estadual, os quais apontam que, entre as semanas 1 e 13 deste ano, o Paraná confirmou 25.231 casos de dengue (com predominância dos sorotipos 1, 2 e 3) de um total de 99.585 notificações, que resultaram em 19 vítimas fatais. Estes números representam uma queda, respectivamente, de 90,92% (277.923), 76,32% (420.717) e 94,75% (362) em relação ao mesmo período do ano passado.

ACE – Também foram apresentados os resultados do segundo Levantamento Rápido de Infestação do Aedes aegypti (LIRAa) de 2025, realizado entre os dias 10 e 13 de março. Após a vistoria de 2.573 imóveis sorteados aleatoriamente em todos os bairros da cidade, feita pela equipe de agentes de combate a endemias (ACE) o Índice de Infestação Predial (IIP) médio apurado foi de 3,7% – índice considerado alto, já que os organismos nacionais e internacionais de saúde recomendam limite máximo de 1%. Em janeiro, o índice havia sido de 2,6%. “Estes resultados acenderam um alarme para realizarmos ações mais localizadas, nos bairros onde os índices foram mais altos. Infelizmente, mesmo a dengue sendo uma doença cujo primeiro caso foi registrado em Toledo em 2007, muitas pessoas continuam não destinando corretamente objetos que podem servir de criadouro para o Aedes", lamenta.

Junior informou que o próximo LirAa está marcado para maio. “Neste processo, o trabalho dos agentes de combate a endemias é fundamental e a população precisa compreender a importância destes profissionais, abrindo as portas para eles quando estiver em casa, ou, quando isso não for possível, agendando a vistoria em horários alternativos, como sábados de manhã ou, em dias úteis, das 12h às 13h30”, observa. “Numa situação em que alguns ACE estão fazendo busca ativa por escorpiões no  Boa Esperança e monitorando esta situação em outros bairros, temos que valorizar a atuação da categoria”, acrescenta Junior, que anunciou que panfletos com informações a respeito deste animal peçonhento serão distribuídos entre moradores que residem em áreas próximas de onde exemplares do artrópode foram encontrados.

O coordenador do Setor de Controle e Combate a Endemias, Antônio José de Sousa de Moraes, discorreu a respeito das 27 ações educativas realizadas nos três primeiros deste ano: 2 em janeiro, 11 em fevereiro e 14 em março. Estão neste cálculo entrevistas a órgãos de imprensa, limpeza de imóveis e atividades em empresas e universidades.

Compartilhamento – Atendendo a pedido feito na reunião anterior, entidades, empresas e órgãos públicos encaminharam propostas de ações para o combate à dengue, detalhando formatos, datas e possíveis demandas de apoio do Setor de Endemias. Representantes dos câmpus Toledo da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) e da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), da unidade local do Serviço Social do Comércio (Sesc), da Prati-Donaduzzi, da Secretaria Municipal da Educação (Smed) e do Setor de Comunicação da Prefeitura de Toledo explanaram as ações que já têm realizado no combate ao Aedes aegypti.

Em comum acordo entre os presentes, ficou definido que a próxima reunião está marcada para o dia 10 de junho, às 14h, no Setor de Combate a Endemias.

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