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GERAL

Campanha contra a violência revela invisibilidade da violência familiar

Milhares de pessoas que passaram pelo centro de Toledo último dia (3) perceberam que uma briga entre um casal roubava a cena. Gritos, puxões de cabelo, lágrimas, violência física e o silêncio da comunidade. Foram cinqüenta e nove minutos de muita violência. Esse foi o tempo que a população de Toledo demorou para denunciar uma encenação de violência familiar.

05/12/2011 - 15:56


Retrato de uma sociedade que não denuncia e opta pelo silêncio. O grupo de teatro Putz foi parceiro na mobilização, com os atores Aline Fernandes e Ivan Perón.
A ação faz parte da programação da Secretaria da Mulher e do Conselho da Mulher, que há três anos participam ativamente da Campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres. Aberta no último dia 25, a campanha contou com palestras, passeatas e com a abordagem realizada pelos veículos de comunicação social.
A secretária da Mulher, Mareli Vanzo Donin, acompanhou a encenação bem de perto. “Milhares de pessoas passaram pelo casal e perceberam a situação de violência física e moral que a mulher estava enfrentando, porém levou quase uma hora para que alguém pedisse socorro. Um fato lamentável que mostra a invisibilidade da violência doméstica e familiar e que nos convida para uma discussão ampla e profunda sobre o assunto”, esclarece.
A integrante do Conselho Municipal da Mulher de Toledo, Gladis Regina Stokmam, parabenizou a professora que rompeu o silêncio e alertou as autoridades. “Muito pior que a violência é o silêncio, pois ele permite que o grau da agressão aumente e que possa acontecer por anos. A sociedade precisa vencer a barreira do medo e deixar de se calar diante de cenas tão cruéis e que infelizmente vão se naturalizando até deixar as pessoas sem nenhuma reação diante do que pode ser decisivo e vital”, comenta.

HISTÓRICO - A movimentação nos estados e municípios começou com o propósito de mobilizar a população para o combate à violência cometida contra as mulheres, de disseminar informações e buscar soluções para o problema. Entre os dias 20 de novembro e 10 de dezembro, serão promovidos debates, manifestações públicas, exposições e eventos, abertos à participação de toda a sociedade.
Outras datas importantes neste período e que integram a campanha são o dia 1º de dezembro - Dia Mundial de Combate à Aids e o dia 06 de dezembro - Dia do Massacre de Mulheres de Montreal, data que incentivou a criação da Campanha Mundial do Laço Branco no Brasil e Dia Nacional de Luta dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres.
Internacionalmente, a Campanha começa no dia 25 de novembro, Dia Internacional da Não-Violência contra as Mulheres, e vai até o dia 10 de dezembro– Dia Internacional dos Direitos Humanos. Já a Campanha brasileira tem início no dia 20 de novembro, o Dia Nacional da Consciência Negra. Criada em 1991, por feministas e movimentos de mulheres ligados ao Centro para Liderança Global das Mulheres (Center for Womens´s Global Leadership) ocorre atualmente em 159 países.
 
REALIDADE - Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) indicam que mais de 70% das mulheres em todo o mundo sofrem algum tipo de violência de gênero. A estimativa é que uma em cada cinco mulheres seja vítima de estupro ou de tentativa de estupro. Mulheres com idade entre 15 e 44 anos apresentam maior risco de sofrer violência sexual e doméstica do que de serem vítimas de câncer, acidentes de carro ou malária.

Da Assessoria - Toledo

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