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Reconstrução deveria ser entregue em até seis meses, mas SVERDI e MP não entram em acordo no prazo

O que era para ser apenas uma reunião de assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) pode ter iniciado um grande dilema. Nesta quarta-feira (07), o Promotor de Justiça, Giovani Ferri, realizou uma reunião envolvendo a comunidade e os representantes do Seminário Verbo Divino (SVERDI) para dialogarem sobre a reconstrução da Gruta Nossa Senhora de Lourdes e os trâmites do processo de loteamento do local. No entanto, o advogado da SVERDI, Fabiano Bordignon, apresentou algumas alterações no TAC proposto pelo Promotor. A cláusula terceira foi motivo de discussão entre as partes. O Seminário sugere que a reconstrução da Gruta aconteça após a aprovação do loteamento e a venda de dois lotes para ter o dinheiro para a realização da obra. Na ocasião, a engenheira, Sônia Muller, apresentou uma proposta do novo designer da Gruta, porém não agradou a comunidade presente.

07/12/2011 - 20:25


Para o Promotor de Justiça, Giovani Ferri, o Seminário e o empreendedor estão exigindo condições impossíveis de serem pactuadas pelo Ministério Público ou o Instituto Ambiental do Paraná (IAP). “Eles querem condicionar a construção da gruta a aprovação do loteamento. A cláusula é ilegal. Nem o MP ou o IAP podem concordar com ela, pois o processo de loteamento segue um trâmite legal e tem que passar pelo crivo do Município e do registro de imóveis”.
A proposta da Promotoria, de acordo com Ferri, é que em até 30 dias se apresente um projeto e que a entrega da nova gruta a comunidade aconteça em até seis meses. “Nós não podemos condicionar a construção da gruta a aprovação do loteamento, porque como disse a aprovação segue um tramite legal. Infelizmente está havendo falta de bom senso nesta questão e isto me preocupa muito. O Município e a comunidade podem ser prejudicados por uma obra que pode custar até R$ 60 mil. O que significa a reconstrução desta gruta, sendo que o empreendedor pode arrecadar até R$ 4 milhões com a venda dos lotes? O valor da reconstrução da gruta é insignificante diante do loteamento”.
Ferri destacou que o MP e o IAP não estavam deixando de cumprir a legislação, mas estavam sendo flexíveis no sentido de solucionar as questões pendentes, como a abertura de rua, a aprovação do loteamento, o corte de árvores e a construção do museu. “Nós estávamos dispostos a suspender a investigação do inquérito civil. No entanto, na próxima semana, deveremos nos reunir para analisarmos qual será a sequência desta situação”. Ele ainda acrescentou: “Tem a reposição de árvores que não estão definidas, isso pode gerar várias implicações, as quais podem prejudicar o Seminário e o empreendedor. Também iremos apurar as circunstâncias da demolição da gruta sem o acompanhamento de técnicos. Além de chamarmos a intervenção do IBAMA para averiguarem as árvores do local, enfim e muita água pode rolar nesta discussão e infelizmente a comunidade que será prejudicada”.
Durante a entrevista, o promotor ainda enfatizou que o objetivo não é penalizar o Seminário ou o empreendedor, e sim, solucionar esta pendência que está tomando uma proporção desnecessária. “Não é má vontade da Promotoria ou do IAP. Ainda estamos com boa vontade. Abrimos um leque de opções para resolver este problema e agora não está havendo colaboração do Seminário ou do empreendedor. Inclusive solicitei que o advogado do Seminário converse com o seu cliente e se necessário mantenha contato comigo na sexta-feira”.
O advogado do Seminário, Fabiano Bordignon,  não deu muitos detalhes e se reservou no direito de não comentar o assunto, mas em sua opinião faltou diálogo e consenso entre as partes envolvidas. “Vou apresentar os assuntos abordados nesta reunião aos meus clientes do Seminário Verbo Divino, os quais estão cientes do que pode acontecer. Não vejo tanto alarme assim”.
O morador Silvino Dal Bosco saiu da reunião bastante decepcionado pelas partes não terem chego a um entendimento. “Lamentamos o fato do prazo pode se torna longo. É lamentável, mas vamos aguardar”.
Ele comentou que o projeto da gruta apresentando na reunião não será desprezado pela comunidade. “Nós respeitaremos o trabalho que foi feito com carinho, mas não vamos aceitar assim. Gostaríamos que a nova gruta fosse parecida com a nossa”.
Para lembrar
No dia 22 de agosto, a comunidade da Vila Becker se reuniu na Associação de Moradores para buscar meios para que a Gruta Nossa Senhora de Lourdes do Seminário Verbo Divino não fosse destruída. Entretanto, aquela reunião foi em vão, pois no dia 23 de agosto, o dia nem tinha amanhecido e a Gruta estava no chão. A atitude gerou tristeza e indignação a aquela comunidade de fé que tinha a Gruta como um local de oração, devoção e união para muitas famílias. Na época, a Casa de Notícias apurou que houve um acordo judicial com a Prefeitura Municipal para desapropriação de parte da área, no entanto, o local onde estava a gruta ficou liberado para comercialização e o município receberia parte desta área onde se pretendia construir a sede do Museu e a ordem para destruição teria vindo do Seminário do Verbo Divino (SVERDI).
No dia 25 de agosto, o Promotor de Justiça, Giovani Ferri, convocou uma reunião para discutir sobre o assunto e no dia 1º de setembro, o MP emitiu uma nota oficial informando que o Seminário Verbo Divino se comprometia em reconstruir a gruta.

Opinião

Hoje, dia 7 de dezembro, aconteceu a reunião já apresentada, porém nada foi resolvido. A novela continua e o pior se não houver um acordo, a comunidade Vila Becker poderá ficar sem a sua Gruta em nome do progresso de Toledo. Como ficará o respeito moral e a fé destas pessoas pode ser tema de um novo capítulo.

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