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GERAL

Suinocultura reage, mas produtores ainda amargam perdas

A suinocultura brasileira vive um momento impar. Apesar de ter exportado menos neste ano, as transações em volumes financeiros já superam em quase 15% as registradas no mesmo período de 2009. Tudo isso porque o mundo está comendo mais e automaticamente houve uma valorização de todos os tipos de proteínas.

12/10/2010 - 08:46


O vice-presidente técnico da Associação Paranaense de Suinocultores, (APS), Leoclides Bisognin, reforça que para o suinocultor, os dados são bastante positivos. Para quem até poucos meses pagava para ficar na profissão, agora recebe em média R$ 0,50 por quilo do animal. “Com isso, mesmo com uma queda de 7,17% no volume das exportações de janeiro a agosto, os resultados em dólar têm sido melhores. Ano passado havíamos exportado neste período 771.124 milhões de toneladas, neste ano já foram 885.443 milhões”, considera.
Em 2009, o preço pago a cada mil quilos do produto para exportação era de 1.982 dólares, neste ano são 2.452. “E isso aconteceu com todas as carnes do mundo, todas puxadas pela bovina que deve valorizar ainda mais nos próximos meses já que a crise está indo embora e as pessoas estão comendo mais”, reforça. Além destes fatores, há o custo de produção que desta vez está pesando menos para o suinocultor.
Como reflexo do aumento das vendas para o mercado externo, no mercado nacional o produto também tende a ficar mais caro embalado pela lei da oferta e da procura. Bisognin lembra que para abastecer lá fora, é preciso ficar mais criterioso, tirar produto das prateleiras nacionais o que gera uma elevação de preços. Somado a isso e em especial com a carne de porco, a tendência natural nesta época do ano, até dezembro, é para que os preços subam ainda mais. Tudo isso porque a carne é a preferida para as festas de final de ano. A estimativa é para que o reajuste seja de até 15%. “Mais do que isso o mercado não absorve, como vimos nos anos anteriores, a tendência é para que não supere este percentual”, considera.

Distante da estabilidade

Como a suinocultura vive de ciclos e vez ou outra está mergulhada numa crise, a estabilidade financeira para o setor ainda está distante. Os pecuaristas ainda amargam as perdas que quase faliram com o setor, ocasionadas pela ameaça da febre aftosa entre os anos de 2005 e 2007. “A gente calcula que para haver uma estabilidade, seria preciso entre um ano e meio a dois de preços muito bons, isso reverteria as perdas daquele período, mas isso jamais aconteceu”, lembra Bisognin.

Em números

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Toledo tem hoje o terceiro maior plantel de suínos do Brasil com 468 mil cabeças. Isso representa mais de três animais por habitante e fica atrás apenas das cidades de Uberlândia-MG e de Concórdia-SC. Em termos globais, o Paraná é disparado o maior produtor de suínos do Brasil com um rebanho de 4,3 milhões de cabeças.

 

 

Texto Juliet Manfrin

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