O acervo bibliográfico inicial era de 2.445 volumes e o atendimento ao público era realizado por duas funcionárias. Atualmente, são 33.266 títulos à disposição dos 17.429 cadastrados. A Biblioteca ainda oferece um acervo infanto-juvenil com 5.471 obras e um gibiteca com 5.975 volumes que atendem fluxo de aproximadamente 200 leitores dia, que totalizaram, no mês de março de 2014, 2.286 empréstimos e 735 pesquisas atendidas. Para ser sócio e utilizar o serviço de empréstimos de obras é necessário que o cidadão compareça ao local e apresente a Carteira de Identidade ou Certidão de Nascimento; comprovante de residência atual (conta de água, luz ou telefone, que seja dos últimos cinco meses) e o nome de duas pessoas para referência, com número de telefone fixo.
Entre os que cumpriram estes requisitos está o contador Roque Konzen. Com 59 anos, Konzen frequenta a biblioteca desde 1978. “Ainda era na Casa da Cultura”. Além de Ciências Contábeis, Roque também é formado em Filosofia pela Faculdade de Ciências Humanas Arnaldo Busato (Facitol), hoje Campus Toledo da Unioeste. “Fui da primeira turma da Facitol”. Roque utilizou a Biblioteca para “agradáveis momentos de leitura”, como ele mesmo relatou, e também durante suas formações acadêmicas. Roque teceu diversos elogios ao espaço que ele faz questão de visitar regularmente há 35 anos. “No começo eram dois livros por mês, hoje, um pouco menos já que compro alguns em livrarias e sebos (locais que compram, vendem e trocam livros usados)”. O leitor apaixonado, que já perdeu as contas de quantas obras já passaram pelas suas mãos, afirmou que hoje está com o senso crítico mais apurado para a leitura. “Só leio o que gosto e busco obras mais representativas”. Konzen ainda afirmou que o livro continua o encantando. “Hoje as pessoas tem na internet livros completos. Mas gosto do contato físico, de pegar, de sentir e folhear as páginas”, frisou.
A Biblioteca, além de atender leitores individuais, também serve para grupos de estudos que ainda vão ao local com o objetivo de conversar e trocar ideias. Um destes formado pelas alunas do Curso Técnico em Enfermagem do Colégio Estadual Dario Vellozo. “Sempre, no final dos nossos estágios, nos reunimos aqui para avaliarmos nossas atividades. É um local que oferece um espaço adequado e gostamos de estar aqui”, afirmou uma das estudantes.
Adaptações
Nestes quarenta anos, diversas mudanças ocorreram. A principal, no conteúdo das obras oferecidas. “Nos últimos anos nós tivemos uma alteração na procura. Antes as pessoas buscavam este espaço para pesquisa a partir de títulos científicos. Atualmente, com o advento da internet, nossas obras são voltadas aos livros de literatura atualizados”, comentou a bibliotecária Ângela Cristina Bucalão Comin. Com a modernidade, os livros de pesquisa foram substituídos pelos computadores e mais uma vez a Biblioteca atendeu aos anseios de seus usuários oferecendo acesso a internet de forma gratuita. Atualmente, cerca de 1.400 pessoas utilizam este serviço.
Estas alterações também atenderam a busca por melhorar os espaços físicos. Desde a sua implantação até 1984, a Biblioteca Pública ocupou o espaço físico da Casa da Cultura. Com a criação do Centro Cultural Oscar Silva, a Biblioteca conquistou um espaço próprio para suas atividades. O Centro Cultural conta com dois pavimentos e, apesar de não ter sido construído especialmente para abrigá-la, oferece todas as condições para um bom funcionamento, mesmo dividindo o prédio com o Museu Histórico Willy Barth e a Casa do Artesão. Ali a Biblioteca permaneceu entre os anos de 1985 a 1994, quando o local foi utilizado, provisoriamente, para a instalação do Campus Toledo da Universidade Paranaense (Unipar).
A Biblioteca foi transferida para a Rua Barão do Rio Branco, esquina com a Sete de Setembro, onde por vários anos funcionou o Banco Meridional, permanecendo neste endereço de outubro de 1994 a agosto de 1996, voltando ao endereço anterior. Uma curiosidade é que antes da sede atual se tornar um Centro Cultural, o prédio abrigou a primeira agência do Banco do Brasil. No local, até hoje, está o cofre que atendia a instituição financeira que serve como um depósito.
Em 2002, devido ao aumento de leitores, o espaço passou por uma intervenção para um melhor atendimento ao público. A Biblioteca ficou fechada por um período de 10 meses e foram realizadas reformas e uma ampliação em aproximadamente cem metros quadrados, criando assim novos espaços para os leitores.
Leitura para todos
Além das atividades internas, a Biblioteca Pública ultrapassou as delimitações físicas do Centro Cultural Oscar Silva e hoje está presente em vários locais por meio das extensões localizadas na Vila Pioneiro, junto ao Centro Cultural Ondy Hélio Niederauer, no Panorama, em anexo ao Centro de Referência em Assistência Social (CRAS), no Terminal Rodoviário Urbano Luiz Grando, por meio da Estação da Leitura, e nas empresas Prati-Donaduzzi e BRF com os pontos do ‘Toledo Lê’, uma estante em formato de casa com livros divididos entre contos, poesias, literatura brasileira e estrangeira, gibis e revistas. Os livros estarão disponíveis, gratuitamente, a toda população de Toledo. O controle de empréstimos das obras é feito pela própria comunidade, para manter o programa a responsável pela Biblioteca Pública, Nancy Bragato Futagami, repõe semanalmente com novos exemplares.
Também fazem parte das atividades da Biblioteca o Clube da Poesia, através da oferta de espaço e apoio a um grupo de poetas para a realização de suas reuniões mensais e exposições de seus trabalhos literários; Hora do Conto, atividade na qual são narrados e lidos oralmente contos ou histórias para grupos de crianças, com a finalidade de desenvolver suas aptidões para escutar, estimular sua imaginação, aguçar sua sensibilidade, despertar-lhe o desejo de ler, escrever, expressar-se, dentre muitos outros valores agregados a essa atividade; e a Caixa Estante, uma caixa de aço onde são colocados livros que são emprestados para empresas, entidades e pessoas interessadas.
Concurso Paulo Leminski
Um dos mais tradicionais eventos promovidos pela Biblioteca Pública Municipal em Toledo é o Concurso de Contos Paulo Leminski, realizado em parceria com a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste). Realizado anualmente, o evento, que chega em 2014 a sua 25ª edição, surgiu com o objetivo de estimular e divulgar a literatura local. Entretanto, desde seu início, abriu-se a participação para outros municípios, estados e, por fim, o evento extrapolou as fronteiras do Brasil. Exemplo disso foi a edição de 2013 onde concorreram 612 contos, provenientes de vários Estados, como Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e 17 obras vindas do Japão, França, Portugal, Itália, Alemanha, Suíça, Inglaterra, Estados Unidos e Argentina.
O coordenador do ‘Paulo Leminski’, professor Dari Klein, afirmou que Toledo valoriza a importância do poeta paranaense através desse concurso. “Em alguns lugares se colocam bustos de bronze para homenagear os grandes nomes. Em nossa cidade o reconhecimento é diferente. Nós resgatamos a memória deste autor tão importante por meio deste concurso literário”, acrescentou.
O Concurso premia os três primeiros colocados e também o melhor conto toledano – não estando este entre os três primeiros – que recebem um prêmio em dinheiro e um certificado que atesta a respectiva premiação. Além desses, os contos indicados para menções honrosas também recebem um certificado que confirma essa indicação. Para a leitura de todas as obras inscritas, análise e discussão, uma banca é escolhida pelas instituições organizadoras e coordenadores do concurso, cabendo à Comissão Julgadora reunir-se para a leitura, análise e discussão, tomada de decisão e registro em ata e entrega do resultado à Coordenação do Evento.
Logomarca dos Quarenta Anos
Para a comemoração, a Biblioteca foi presenteada, por um de seus maiores incentivadores, o publicitário e escritor Vitor Beal, com a logomarca que comemora os seus 40 anos.