A preocupação se justifica pelos fatos ocorridos desde o início de 2014. Na primeira quinzena de janeiro, as precipitações na região das Linhas São Paulo, Lajeado Grande, São Salvador e São Miguel e o distrito de Novo Sobradinho, tiveram precipitações que chegaram aos 200 milímetros em um espaço de pouco mais de uma hora. Segundo o secretário da Infraestrutura Rural, Lídio Michels, moradores que residem na região há mais de uma década afirmaram nunca ter visto um volume tão grande de chuva. O resultado foram estragos generalizados em estradas e pontes. “Neste caso, trabalhamos por mais de um mês na região consertando pontes, bueiros, estradas e auxiliando na recuperação de acessos para que os moradores pudessem manter suas atividades”.
O secretário Lídio lembrou que desde o início de 2013 foram recuperados 62 pontes e bueiros no interior do município. “É um número expressivo. Ainda temos que levar em conta que algumas foram totalmente destruídas nestes períodos de chuva e reconstruídas do zero”. Sobre as estradas que ainda não integram as Rodovias Rurais ou que contam com pavimentação asfáltica com pista simples, Lídio informou que todas precisarão ser ajustadas. “São mais de 1,3 mil quilômetros e em alguns lugares a reforma será total. Em outros são obras de menor porte”.
Segundo ele, já haviam sido iniciadas algumas intervenções em regiões próximas ao distrito de São Luiz do Oeste, com o apoio dos equipamentos do Programa Distrito em Ação, Mais Produção, visando atender protocolos das localidades, porém as ações foram interrompidas pelas chuvas do mês de junho. Lídio explicou que estas precipitações foram intensas e de longo período, o que impediu que as máquinas iniciassem de imediato os trabalhos. “Foi uma semana em que as chuvas foram deteriorando as estradas e infelizmente, devido à distribuição destas precipitações por todo o território do município, dificulta demais que possamos socorrer a todos. O próprio deslocamento das máquinas se torna complicado, pois temos, em estradas de terra, cobertas por cascalho ou solo brita, mais de 1300 quilômetros de vias”, informou Lídio.
A previsão, segundo o secretário é que estas intervenções de emergência continuem nos próximos 180 dias. “Temos cinco pontos críticos. Em outros já foram realizadas intervenções para que tivessem condições de trafegabilidade”. Lídio acrescentou que isto gera uma preocupação para o Governo Municipal, já que os protocolos solicitando atendimentos acabam se acumulando. “Não é algo que gostaríamos que acontecesse, mas foge a nossa capacidade de execução. Estamos com maquinários distribuídos por toda a extensão do município para que nenhum ponto fique desassistido. Vamos sim realizar a recuperação de todas as vias, mas de forma gradativa e deixando todas com as condições mínimas de circulação de veículos, caminhões, transporte escolar e maquinários agrícolas”.
O secretário ainda comentou que nas proximidades de São Luiz do Oeste as ações serão retomadas em um ritmo mais lento do que o esperado.