Com o objetivo de apresentar a Campanha “Quem Ama Abraça” as Secretarias de Políticas para Mulheres (SPM) e de Educação (SMED) reuniu diretores/as de escolas e coordenadoras/es de Centros Municipais de Educação Infantil da rede municipal de ensino, no Auditório Acary de Oliveira, na manhã desta quarta-feira (16), pela manhã. O objetivo da Campanha é disseminar na comunidade escolar uma cultura de paz e não violência às mulheres e as meninas. As secretarias pretendem que o ambiente escolar seja um espaço que não naturalize violência e desperte a consciência que ninguém deve se sujeitar a agressão e saiba onde buscar ajuda.
A secretária da SPM, Maria Cecília Ferreira, apresentou para os presentes alguns dados estatísticos sobre a violência contra a mulher no Brasil, além do objetivo principal da campanha. Segundo os dados demonstrados, o Paraná é o terceiro estado brasileiro com mais assassinato de mulheres, ficando atrás somente do Espírito Santo e da Paraíba. Os números mostram que são 6.4 homicídios para cada 100 mil mulheres. Curitiba é a 4º colocada entre as capitais do país com mais violência contra a mulher. Além disso, no Paraná ainda há 11 municípios, entre os 100 com mais casos de violência contra a mulher. No mundo, nestas estatísticas, o Brasil é o 7º país com mais casos.
A secretária ainda afirmou que este é um problema de todos, já que “esta é uma questão de gênero, é considerado um problema de saúde pública. E esta violência é considerada uma violação dos direitos humanos”, afirmou. Ela ainda lembrou o problema não se distingue por classe social, cor ou religião. E a importância de envolver a escola, é que muitas vezes, como a violência ocorre dentro do ambiente doméstico, as crianças e adolescentes acabam sofrendo também. “Sintomas como depressão, ansiedade e sentimentos de culpa são comuns em crianças que presenciam a violência. Além disso, não podemos nos esquecer de que muitas vezes, estas mesmas crianças também sofrem a violência”, disse Maria Cecília durante sua apresentação.
Maria Cecília ainda demonstrou os números de Toledo. Segundo registros da Delegacia da Mulher, entre 2010 e 2013 os números aumentaram. Em casos de ameaça, em 2010 foram registradas 40 denúncias, já em 2013 foram 150; em ameaça e lesão de 16 o número subiu para 35 denúncias no mesmo período. Em lesão corporal, o número subiu de 60 para 110 e em estupro foi de três para sete. Nos casos de estupro de vulnerável em 2010 foram registrados 16 casos, em 2011 foram 20, em 2012, 26 e em 2013 foram 21 casos. “Esses números são assustadores”, comentou.
As estatísticas podem ser ainda maiores, pois muitos casos não são denunciados, não tendo registro estão fora das estatísticas.
A parceria formada entre as duas secretarias foi lembrada por todos, pela importância que existe em envolver os diversos ambitos da sociedade. “A educação está preocupada com a violência contra as crianças e a SPM com a violência contra as mulheres, e quando ampliamos a reflexão observamos a violência contra os negros, os índios... Não podemos aceitar e naturalizar a violência. Com a campanha queremos construir uma cultura de paz e oferecer a comunidade escolar informações que possam construir esta cultura. E desta forma, formaremos bons cidadãos, e assim, aconselhamos e demonstramos como é importante o respeito com o próximo”, disse a secretária da SMED, Tania de Grandi.
Também esteve presente na abertura da campanha o prefeito Beto Lunitti, que parabenizou as duas secretárias por abraçar uma campanha tão importante do Governo Federal e desenvolve-la no município de Toledo de maneira positiva. “Este é um assunto muito importante para a vida das pessoas, pelo respeito aos seus pensamentos e a sua integridade. Precisamos refletir sobre a violência contra a mulher e assim, buscarmos um novo caminho, um caminho de respeito, de paz, de não violência. E quando se faz esta reflexão fica mais fácil definir as políticas públicas. Parece-me que desenvolver está Campanha na comunidade escolar é o melhor caminho”, considerou o prefeito Beto.
“O que nós queremos é ensinar para as crianças a cultura de paz, mudar os comportamentos da cultura, desaprender a violência, e aprender os valores da paz. A campanha tem uma função social relevante, que é ensinar novos valores para contribuir efetivamente ao exercício de cidadania contra a violência”, defendeu Maria Cecília.
Da redação