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SAÚDE

Casos da bactéria KPC reforçam necessidade de cuidados com antibióticos

O Laboratório Central do Estado (Lacen) confirmou nesta segunda-feira (4) que duas amostras enviadas para análise – uma do Hospital Universitário do Oeste do Paraná e uma do Hospital São Lucas, de Cascavel – são positivas para a bactéria Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase (KPC). Uma das pacientes já teve alta médica e a outra permanece internada em um leito de isolamento em enfermaria do hospital universitário. Amostras de outros 17 pacientes do HU foram negativas. 

04/08/2014 - 21:17


Os resultados não interferem nas rotinas dos hospitais porque todas as medidas preventivas para evitar mais contaminações foram adotadas desde a suspeita dos casos. “Com a orientação do Centro Estadual de Vigilância Sanitária, o hospital universitário fez a desinfecção de alas e isolou os pacientes suspeitos”, explica o coordenador do Centro Estadual de Vigilância Sanitária, Paulo Costa Santana. 

A postura adotada foi norteada pela Nota Técnica 01/13 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que estabelece as medidas de contenção e controle de enterobacterias multirresistentes. “O documento, por exemplo, orienta a não interrupção da assistência em serviços de saúde”, explica o coordenador. Segundo ele, se houver a necessidade de interrupção, ela deve ser avaliada criteriosamente em conjunto com as autoridades locais e por todos os níveis de gestão do sistema de saúde. 

Santana explica que a disseminação de bactérias multirresistentes que contém enzimas como KPC ou New Delhi Metallobetalactamase (NDM) é um fenômeno mundial, que ocorre em diversas instituições hospitalares do Brasil e de vários países. “A situação é de extrema relevância e preocupação para os profissionais de saúde, pois essas enzimas promovem resistência das bactérias aos antimicrobianos, reduzindo as opções de tratamento”, explica. 

O coordenador ressalta que as infecções ocasionadas por bactérias multirresistentes, como a KPC, têm tratamento. “As opções de antimicrobianos são limitadas e, por isso, o termo “superbactéria” é popularmente conferido a esses microorganismos. No entanto, o termo não é tecnicamente correto porque dá uma noção superestimada do risco dessas bactérias”, enfatiza o coordenador. 

Santana destaca que o controle dos casos de infecção por multirresistentes pode ser alcançado com um grande esforço multidisciplinar, que inclui, além de outras medidas, detecção precoce de pacientes, implementação de precauções de contato e de tratamento adequado. “A participação do laboratório de microbiologia é fundamental para a detecção oportuna de surtos infecciosos, de modo que oriente a adoção de medidas de prevenção e controle da disseminação”, ressalta. 

Outro fator que contribui para a redução de infecção por multirresistentes é o uso racional de antibióticos pelos profissionais de saúde e pela população. “Esta medida controla o surgimento de novos microorganismos com resistência a antibióticos”, enfatiza. 

Em 2014, das 1.324 amostras de pacientes enviadas para o Lacen-PR para a identificação de enterobacterias multirresistentes , 694 foram positivas para a KPC. Em 2013, das 1.348, 888 foram positivas para a KPC. 


Confira as medidas de prevenção e controle de infecções que os hospitais devem utilizar: 

a) Todos os profissionais de saúde, visitantes e acompanhantes devem higienizar as mãos frequentemente; 

b) Disponibilizar continuamente insumos para a correta higienização das mãos e dos ambientes; 

c) Disponibilizar continuamente Equipamento de Proteção Individual (luvas e aventais) para o manejo do paciente e suas secreções, além da correta paramentação para lidar com o ambiente em torno do paciente, colonizado ou infectado; 

d) Reforçar o cuidado com o paciente, portador de bactéria multirresistente, preferencialmente feito por um corpo profissional exclusivo; 

e) Reforçar a aplicação de precauções de contato específicas para profissionais de saúde, visitantes e acompanhantes, quando do isolamento de microrganismos de importância epidemiológica definida, ou, de forma empírica, para pacientes sob risco de colonização pelos mesmos, até a obtenção de resultados de testes de vigilância microbiológica; 

f) Enfatizar as medidas gerais de higiene do ambiente: limpeza e desinfecção de superfícies, tendo esta rotina e os insumos padronizados; 

g) Aplicar, durante o transporte intra-institucional e interinstitucional, as medidas de precauções de contato para os profissionais que atuam diretamente com o paciente, incluindo o reforço nas medidas de higiene do ambiente; 

h) Monitorar os casos de infecções nos pacientes suspeitos e mais suscetíveis; 

i) Implantar políticas de uso racional de antimicrobianos (antibióticos, antifúngicos e antivirais) e outras medidas que forem necessárias de acordo com a instituição. 

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