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GERAL

Empresa canadense de biotecnologia vai iniciar atividades em Toledo

Além da distribuição, Prevtec Microbia pretende ampliar as pesquisas para o desenvolvimento de vacinas para suínos

20/08/2014 - 17:02


A Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Tecnológico, de Inovação e Turismo (SDE) tem promovido diversas ações com o objetivo de atrair novos investimentos para o município. Neste contexto, na quarta-feira (20), em reunião realizada na Prefeitura, a canadense Prevtec Microbia, que desenvolve tecnologias e comercializa produtos para a prevenção de infecções bacterianas e melhorando o desempenho na produção animal, acertou detalhes para o desenvolvimento de pesquisas de vacinas, bem como a sua distribuição. Os serviços serão ofertados em todo o Brasil a partir da sede que será instalada em Toledo.  

A comitiva foi recepcionada pelo prefeito Beto Lunitti e o secretário do SDE Edemar Rockenbach. Durante o encontro, Beto lembrou que o município tem dado todo o suporte necessário para que mais empreendimentos busquem implantar atividades em Toledo. “Temos feito todo o possível para atrair os investimentos”. O prefeito ainda acrescentou que a parceria estabelecida vai permitir avanços na área de biotecnologia, através da pesquisa de novas vacinas, principalmente na área de suinocultura. “Toledo tem todo o interesse em oferecer mais segurança na produção de suínos e que os produtores obtenham melhores resultados”.

Atualmente a Prevtec Microbia produz uma vacina para a diarréia suína em leitões pós-desmame provocada pela bactéria Escherichia coli, mais conhecida E. coli. Segundo o diretor geral da empresa, Michel Fortin, em 2010 a Previtec Microbia se estabeleceu em Toledo, junto à FUNTEC, para iniciar o processo de registro desta vacina. A aprovação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento aconteceu em 2012. “À época, por uma questão estratégica comercial, nós resolvemos fazer um acordo com um grande laboratório e para eles foi repassado o direito de importação da vacinas, bem como sua comercialização aqui no Brasil”. Michel Fortin lembrou que a parceria não deu certo. “Agora estamos reativando a empresa aqui em Toledo, buscando um novo espaço e retomando o controle da distribuição de vacinas no país”. Além da conversa com o poder público municipal, o diretor já fez contato com empresas que atendem produtores de suínos, a Globo e a Primato, prospectando o mercado.

Beto Lunitti lembrou que o município e a empresa irão analisar a proposta documental para a instalação e deu boas vindas ao empresário. “Temos alguns trâmites burocráticos para formalizarmos um termo de convênio e oficializarmos a presença da Prevtec Microbia em nosso município, bem como o estudo de um espaço para a instalação da empresa”, concluiu.

Proposta

Além da distribuição, Prevtec Microbia pretende ampliar as pesquisas para o desenvolvimento de vacinas para suínos. Segundo o diretor Michel Fortin a diarréia suína pós-desmame, provocada pela E. coli, é provocada por duas cepas: a F4 e a F18. Este problema, de acordo com Fortin, é muito presente no Brasil atingindo até 90% do rebanho. “O que é mais particular para o Brasil, comparando com o Canadá, por exemplo, onde mais de 90% é de F4, nos rebanhos brasileiros existe a incidência das duas cepas”. Fortin explicou que no Paraná e em Santa Catarina a prevalência é de 70% da F4 e o restante de F18. “O nosso desafio é criar uma vacina combinada, com pesquisas simultâneas no Brasil e Canadá, para prevenir a diarréia causada pelas duas cepas”. Atualmente, a vacina regulamentada para o Brasil é apenas para a diarréia causada pela F4.

A busca pela imunização dos leitões à bactéria E. coli  F4 e F18, proposta pela Prevtec Microbia, vai demandar diversos estudos. Fortin informou que o processo parte do problema. “Identificada a diarréia buscasse saber se foi a E. coli ou outra bactéria a causadora do problema, lembrando que a E. coli é a principal. Se for ela, o próximo passo é saber se foi F4 ou F18”. Esta segunda etapa será o foco da pesquisa. Segundo o diretor já houve conversas com a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (ADAPAR) para que esta ação seja desenvolvida em todo o Paraná, firmando uma parceria da Universidade de Montreal e a Universidade Federal do Paraná (UFPR) para os estudos. “Teremos então uma análise total das causas da diarréia suína em todo o estado”.

Vacina para a cepa F18

A empresa já possui também uma vacina para a F18, porém sem autorização para comercializar no Brasil. Segundo o secretário Edemar Rockenbach este é um processo lento principalmente porque depende da liberação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. “Nós já mantivemos, nesta semana, um contato com representantes do Ministério e eles estão totalmente propensos a nos auxiliar com esta tramitação”.

A presença da empresa canadense vem ao encontro dos projetos de desenvolvimento de tecnologias, vislumbrando um futuro promissor para todas as atividades. “Esta é ligada à suinocultura. Para o município é muito interessante já que a Prevtec Microbia tem o know how e já está presente no Canadá, na Rússia, na China e demais países no mundo inteiro. Agora o Brasil se insere neste contexto tendo Toledo como referência. Nós seremos um pólo de difusão desta tecnologia disponibilizada para a suinocultura”, comentou.

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