A Campanha dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as mulheres, organizada pela Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM) em Toledo, realizou na quarta-feira (10) um debate sobre o Programa Bolsa Família e a Autonomia Econômica das Mulheres. A ação aconteceu no Auditório e Plenário Edílio Ferreira da Câmara Municipal de Toledo. Na oportunidade, estiveram presentes para compôr a mesa de honra e fazer suas considerações, Rosemara Oliveira, Coordenadora do Cadastro Único para Programas Sociais e Bolsa Família, Marília Borges Leite, Rosiany Favareto e Solange Silva dos Santos Fidélis da Secretaria de Assistência Social e Proteção a Família.
O debate foi presidido pela assistente social, responsável pela Secretaria de Políticas para Mulheres, Jaqueline Fernanda Machado, que afirmou que a temática do Bolsa Família foi escolhida a partir dos resultados de autonomia econômica conquistado pelas mulheres, a partir do programa. “Os dados nos revelam que com o bolsa família as mulheres – que já eram chefes da maioria das famílias – estão cada dia mais, conquistando o seu espaço”, declarou.
Quem abriu a roda de debate foi a coordenadora do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), Solange Silva dos Santos Fidélis, que rapidamente fez uma explanação sobre as questões de gênero e patriarcalismo. Segundo ela, a discussão ainda precisa ser lembrada dentro da sociedade, de maneira que traga a valorização da mulher. O patriarcalismo que por muito tempo regeu a legislação nacional, em que, as estruturações e organizações de poder estiveram sempre com o pai, ou seja, o homem, foi apontado por Solange como paço de mudança. “Isso sempre mexeu com a toda a história da humanidade e a estrutura social. Entretanto, hoje, vemos que essa realidade está mudando”, afirmou.
O Bolsa Família em Toledo
Dados relevantes do Programa Bolsa Família no município de Toledo, também foram apresentados pela Coordenadora do Cadastro Único (CadÚnico), Rosemara Oliveira. Segundo ela, ainda existem muitos questionamentos feitos em relação ao programa de maneira preconceituosa. “O problema é que são poucas as pessoas que conhecem o programa a fundo, de maneira que possa contribuir. Não só hoje, mas ao longo de todos os anos de existência do Bolsa Família, ele sempre foi alvo de preconceito”, revelou.
O Programa Bolsa Família tem como objetivo atender às famílias vulneráveis e de extrema pobreza. Garantir o acesso à educação, saúde e alimentação é o principal foco deste que veio para substituir todos os benefícios já existentes, como foi o caso do Bolsa Escola, Bolsa Alimentação, Cartão Alimentação e Vale Gás. Para receber o benefício é preciso estar cadastrado no CadÚnico e possuir renda mensal inferior ao valor de R$ 154,00. Famílias que sobrevivem com renda de até R$ 77,00 são classificadas como na linha de extrema pobreza e possuem prioridade.
Conforme Rosemara, o município de Toledo possui 12.800 famílias cadastradas no programa. Dessas, 10.962 são chefiadas por mulheres. O número corresponde a pelo menos, 87% do total de cadastros e fica atrás da média nacional que corresponde a 93% do total. “A autonomia das mulheres é evidente diante dos dados que se consolidam nas pesquisas. O bolsa família, garante hoje, para essas líderes familiares a conquista da sua cidadania”, defendeu.
Debate
Aberto o ciclo de debate, a vereadora Sueli Guerra (PMDB) defendeu o programa Bolsa Família, a partir da perspectiva da realidade social dos cidadãos que recebem o benefício. “A falta de contato com aquilo que realmente acontece com as pessoas que recebem o B.F, acredito que seja o fator determinante do preconceito que o programa ainda sofre. Falar daquilo que não se conhece é muito fácil, difícil mesmo, é conhecer a realidade e encará-la com ações de combate”, afirmou.
Já o vereador Adriano Remonti (PT) declarou que a visão das pessoas de vêem o programa de fora ainda é muito limitada. “As pessoas estão focadas em saber o destino do dinheiro, após ele ser entregue às famílias, mas o entendimento do programa só acontece quando todo o processo é observado”, finalizou.