Na quarta-feira (21) o prefeito Beto Lunitti e vice-prefeito Adelar Holsbach Pelanka se reuniram com os prefeitos de Ouro Verde do Oeste, São Pedro do Iguaçu, Diamante do Oeste e São José das Palmeiras. Os municípios compõem a área de abrangência da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Doutor Ivo José Alves da Rocha, localizada na Vila Becker em Toledo. Na ocasião, o Governo Municipal teve por objetivo debater a dinâmica dos atendimentos com relação aos demais municípios e solicitar um possível apoio para o serviço que atenderá exclusivamente urgência e emergência.
Apesar da UPA entrar em funcionamento a partir das 7h do dia 31 de janeiro, a estrutura ainda não está credenciada no Ministério da Saúde, ou seja, não recebe recursos do Governo Federal. “Não temos condições de arcar com os custos dos atendimentos de urgência e emergência para todos os municípios, tendo em vista que atualmente isso corresponde a uma população de aproximadamente 155 mil habitantes. Como vocês já sabem, nós já buscamos meios via Ciscopar e Consamu para inauguração da UPA, justamente por termos essa dificuldade”, comentou o prefeito Beto Lunitti.
A UPA de Toledo é de porte II, para população acima de 140 mil habitantes. “Na época em que foi solicitada a estrutura tínhamos aproximadamente 119 mil habitantes e foi necessário incluir outros municípios”, informou o prefeito Beto Lunitti. Segundo ele, o município realizou diversos esforços desde 2013 para que a estrutura pudesse iniciar os atendimentos. “A UPA foi inaugurada em 2012, mas apenas o prédio. Desde então investimos fortemente para iniciar os atendimentos. Foram mais de R$ 400 mil em infraestrutura externa, além de mais de R$ 719 mil em equipamentos por meio do Governo Federal. Também realizamos um esforço para garantir o efetivo de mais de 170 profissionais e tudo isso sem o auxílio dos municípios, por isso pedimos esse encontro para debater a situação”.
Na ocasião a secretária de Saúde, Denise Campos, explanou sobre a situação dos profissionais médicos de Toledo em relação ao atendimento de pacientes de outros municípios. “Até por que precisamos dar uma resposta aos médicos, que são pagos pelo município para um atendimento em uma estrutura mantida com recursos próprios, mas que acabam tendo que atendar pacientes de outros locais. É claro que o primeiro atendimento é dado, pois caso não ocorra é omissão de socorro, mas os próprios profissionais não aceitam essa situação, pois tem pacientes de municípios que vem a Toledo até para fazer exame e os médicos estão denunciando isso”, relatou a secretária.
Denise lembrou ainda o alto custo de manutenção das estruturas, arcados exclusivamente por Toledo. “Além do custo de manutenção do Mini, a UPA inicia os atendimentos sem o credenciamento, ou seja, com os custos sendo exclusivamente pagos com recursos próprios do município. Quando formos qualificados no Ministério da Saúde passaremos a receber recursos do Governo Federal e ai sim poderemos atender a todos os municípios de abrangência com tranquilidade. É claro que os casos de urgência e emergência serão encaminhados para a UPA, mas o que nos preocupa é a livre demanda dos outros municípios que está vindo para nós”, complementa.
Quando for realizada a habilitação da UPA o quadro de profissionais tem que estar completo e atualmente Toledo tem tido dificuldade de fechar escalas em algumas especialidades, como a pediatria. “Não estamos atendendo apenas SUS, mas inclusive os pacientes de planos de saúde que por falta de profissionais estão vindo para as nossas unidades. Ou seja, os médicos acabam deixando os serviços porque a demanda é muito grande”, salientou a diretora da UPA, Vânia Gonçalez.
Uma reunião com SIAT, SAMU e Bombeiros deverá ser realizada para definir para onde será encaminhado cada tipo de paciente: Hospital Bom Jesus (HBJ) ou UPA. “Temos que ter em mente que a UPA é pré-hospitalar e ela só vai atender de forma perfeita se tivermos o respaldo do HBJ”, explicou Vânia. A diretora da UPA destacou que a expectativa é atender até 250 pacientes/dia, reforçando que para o local devem ser encaminhados apenas pacientes de urgência e emergência.
A pedido dos prefeitos, a Secretaria de Saúde de Toledo se comprometeu a estudar a possibilidade de criar uma ficha de referência para os municípios. “Isso é importante para as nossas equipes médicas e também controlar a demanda espontânea que poderia ser atendida no nosso próprio município”, comentou o secretário de Saúde de Ouro Verde do Oeste, Adenilson Américo. Critérios de inclusão para orientar os médicos deverão ser definidos.
Compartilhamento de despesas
O prefeito de São Pedro do Iguaçu, Natal Nunes Maciel, assim como os demais prefeitos, se colocou à disposição para estudar a possibilidade de contribuição com Toledo. “Já que não temos como atender nossa própria demanda por falta de estrutura adequada, temos que encontrar uma forma legal de contribuir com Toledo, talvez com a cedência de profissionais médicos ou repasse de recursos”, destacou. Uma consulta com a assessoria jurídica de cada município será realizada para estudar a viabilidade da medida.
O prefeito Beto Lunitti salientou que Toledo não quer ter desentendimentos com os demais municípios. “Queremos dialogar com vocês para que possamos nos ajudar, mas também saber respeitar cada tipo de serviço. Estamos começando do zero com a UPA e precisamos educar a população para que eles entendam que está estrutura é específica para urgência e emergência”, finalizou.
Mini Hospital
Com a abertura da UPA, o Mini Hospital passará a atender como Unidade Básica de Saúde (UBS) da Vila Pioneiro, com atendimento das 7h Às 19h. “Toledo não tem população suficiente para contar com duas estruturas de urgência e emergência e a Prefeitura não tem condições de manter pessoal para tanto. Além disso, a Vila Pioneiro necessita de uma UBS, tendo em vista que a mais próxima deste, que é o maior bairro do município, fica no CAIC e não atende toda a demanda”, explicou a secretária ao destacar que a bairro terá a construção do Hospital Municipal de Toledo, que já conta com o compromisso de R$ 4 milhões do Governo do Estado.
Leitos
Outra situação explanada refere-se à falta de leitos. “Chegamos a ter 40 pacientes em observação no Mini Hospital, pois o Hospital Bom Jesus não dá conta dos atendimentos e não aceita os pacientes com a alegação de que não é média e alta complexidade, mesmo sem nos devolver a contra referência”, explicou a diretora da UPA, Vânia Gonçalez.