Na ocasião o prefeito Beto Lunitti esclareceu dúvidas e o esforço do Governo Municipal para garantir a qualificação dos serviços. “A decisão da construção da UPA foi acertada, apesar de não acharmos que aquela tenha sido a melhor localização, mas nós recebemos o prédio e desde então temos lutado para a inauguração, com investimento de quase R$ 400 mil em infraestrutura externa e aporte de R$ 719 mil do Governo Federal para equipagem”, explicou ele.
Sobre as mudanças que afetarão a população da Grande Pioneiro, a secretária de Saúde, Denise Campos, garantiu que as melhorias deverão ser sentidas em breve. “Nós sabemos que o desejo de vocês é que o Mini Hospital continuasse à atender 24 horas, assim como nós também gostaríamos. Estudamos todas as possibilidades e infelizmente não será viável. Pelo número de habitantes de Toledo que não comporta dois prontos atendimentos, assim como do ponto de vista da administração, pois não conseguimos manter os dois serviços”.
A diretora da Atenção Básica, Luciana Rebelatto, salientou que a população da Vila Pioneiro só tende a ganhar com a mudança. “Do total de atendimentos do Mini Hospital hoje, somente 20% são de urgência e emergência, além disso, a demanda das 19h às 7h - que é o período que a unidade ficará fechada – é baixa. Então, a partir da mudança, a região vai contar com os atendimentos de uma UBS, o que vai diminuir o tempo de espera e qualificar os atendimentos, com a perspectiva de implantação de até três equipes Estratégia Saúde da Família (ESF), para acompanhamento dos pacientes, assim como em outros bairros”.
Quanto aos atendimentos de urgência e emergência que ocorram no período em que a unidade estiver fechada, a diretora destacou que a população poderá acionar diretamente o SAMU pelo 192 ou Bombeiros/SIAT e ser buscado em casa por uma ambulância do serviço, que o encaminhará para UPA ou o próprio Hospital, dependendo da situação”, explicou Denise Campos, ao destacar que infelizmente não há possibilidade de haver um pronto atendimento em cada bairro. “Não adianta termos um 24 horas do lado de casa se ele não é efetivo como atualmente no Mini Hospital, apesar de estar fazendo o possível e o impossível”.
O prefeito salientou ainda, que os serviços de urgência e emergência passarão a ser muito mais qualificados. “Hoje o Mini Hospital desempenha um papel muito acima do que deveria e isso gera um risco, pois no local só podemos manter um paciente em de emergência por vez, enquanto que na UPA contamos com três respiradores em uma estrutura completamente adequada e moderna para salvar vidas, além de podermos acessar a central de leito para encaminhamentos. Quem conhecer a UPA não vai mais querer ser atendido em um pronto atendimento como era o do Mini Hospital”.
Após a explanação, o presidente da Associação de Moradores da Vila Boa Esperança, Bernardino da Silva Reis, ressaltou que apesar do desejo da comunidade de que o Mini Hospital continuasse a atender 24 horas, as mudanças são compreensíveis e a população deve apoiar as melhorias. “A população ainda não consegue sentir se haverá melhorias ou não, mas entendemos que não é possível ter dois lugares 24 horas então vamos apoiar para que de certo”.
Opinião compartilhada pelo presidente da Associação de Moradores do Jardim Santa Clara IV, Ari Sheron. Segundo ele, a população não deve se envolver e se deixar levar por questões políticas, e sim, analisar e apoiar o que for melhor para todos. “Como liderança a gente sabe que vai ter um pouco de dificuldade no início, mas entendemos que essa mudança é necessária e que com o tempo deve melhorar ainda mais”, comentou ao destacar que a UPA deveria ter sido construída em outra localidade. “Essa decisão da construção da UPA naquele lugar foi errada, pois a população que mais precisa está do outro lado da cidade e entendemos que isso não é culpa do prefeito”.
UBS da Vila Pioneiro
Com a abertura da UPA, o Mini Hospital passará a atender como Unidade Básica de Saúde (UBS) da Vila Pioneiro, com atendimento das 7h Às 19h. “Toledo não tem população suficiente para contar com duas estruturas de urgência e emergência e a Prefeitura não tem condições de manter pessoal para tanto. Além disso, a Vila Pioneiro necessita de uma UBS, tendo em vista que a mais próxima deste, que é o maior bairro do município, fica no CAIC e não atende toda a demanda”, explicou a secretária.
No entanto, mesmo com funcionamento de UBS, o Mini Hospital manterá alguns atendimentos adicionais. Segundo a diretora da UPA, Vânia Gonçalez, será mantido o agendamento e realização de exames de Raio-X agendados, o setor de tratamento a tuberculose e hanseníase (MH/TB) e procedimentos cirúrgicos de pequeno porte agendados. “Além destes, também se mantêm no local os serviços de odontologia, de agendamento das consultas de especialidades a partir do encaminhamento de médicos clínicos gerais e a esterilização dos materiais usados em todas as UBS’s do município”, complementou Vânia.
De acordo com a diretora da Assistência Farmacêutica, Fabiana Trento, a farmácia comunitária do Mini Hospital, com a dispensação de substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial (psicotrópicos), funcionará segundo o horário de funcionamento do local enquanto UBS: das 7h às 19h, de segunda a sexta-feira.
Hospital Municipal
Em contrapartida, o prefeito Beto Lunitti lembrou que a região da grande Vila Pioneiro terá a construção do Hospital Municipal de Toledo, que já conta com o compromisso de R$ 4 milhões do Governo do Estado. “Nossa primeira intenção é a de transformar a estrutura do próprio Mini Hospital no Hospital Municipal, mas conforme estudos preliminares da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR/ campus Toledo), que realizou o levantamento da planta baixa da estrutura, as mudanças necessárias para adaptações custariam mais que uma nova obra”.
O prefeito destacou que outras opções já estão em análise, sendo uma delas a construção do Hospital em terreno do município no loteamento Jardim da Mata, localizado na região da grande Vila Pioneiro. “Mas uma coisa é certa, dependemos do cumprimento do compromisso do Estado em nos repassar os recursos, tendo em vista que Toledo arcou no total, com aproximadamente R$ 9,1 milhão para o Hospital Regional, em fase de conclusão”