Desde a manhã desta segunda-feira (09) servidores de todo o Paraná pararam suas atividades para cobrar do Governo do Estado promessas que foram feitas, como pagamento de salários, promoções e progressões atrasadas, retomadas das negociações sobre os temas educacionais e a organização escolar, cancelamento da distribuição de aulas feitas em dezembro, entre outros assuntos. Nesta segunda-feira, professores e funcionários de todo o Estado acompanharam a sessão plenária na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP) para cobrar seus direitos. Além disso, a APP Sindicato de Toledo realizou uma reunião para decidir algumas ações que serão feitas na região oeste.
Em reunião com representantes de toda a região, a APP Sindicato de Toledo decidiu algumas ações que serão feitas nesta terça-feira (10). Segundo o presidente da APP, João Lopes, 57 servidores irão até Curitiba para apoiar os demais professores e funcionários que já estão na capital. Além disso, outras 30 pessoas farão uma concentração no período da manhã em frente ao Núcleo Regional de Educação. “Será uma concentração simbólica. Ficaremos lá umas duas horas e depois nos juntaremos aos demais servidores que estarão na Praça Willy Barth”, informou João.
No encontro, todos os participantes ainda tomaram conhecimento de quando acontecerão as audiências públicas em cada município. Em Santa Helena, a audiência com os vereadores aconteceu nesta segunda-feira (09). Já em Marechal Cândido Rondon e Ouro Verde do Oeste a audiência acontece amanhã (10). Em Toledo, a audiência ainda está sem data definida. “Mas com certeza faremos o quanto antes, para que possamos cobrar os nossos vereadores para que eles falem com os seus deputados, e estes apoiem a nossa causa”, comentou o presidente.
Nesta terça-feira (10), professores e funcionários estarão reunidos, a partir das 8h, na Praça Willy Barth, em Toledo. “Ao mesmo tempo, mobilizações acontecem nas praças centrais de Marechal Cândido Rondon e Santa Helena”, comentou João. Enquanto isso, professores se mobilizam em um grande ato na capital paranaense.
Exigências
Para a APP Sindicato a greve é em resposta as medidas de contingência do governo estadual, que prejudicam a educação e aos servidores. Abaixo a entidade elenca algumas medidas.
- Cancelamento do processo de eleição dos diretores e diretoras das escolas;
- Tarifaço final de ano – Além de penalizar toda a população paranaense com aumentos do IPVA, e a tarifa de ICMS de mais de 95 mil produtos, atacou a previdência pública, taxando em 11% o salário dos aposentados do estado bem como criou o fundo complementar para os futuros servidores públicos;
- Impedimento de matrículas para 6º anos do Ensino Fundamental e 1º ano do Ensino Médio em muitas escolas de pequeno porte, especialmente as escolas do campo;
- 29 mil professores(as) PSS – contratados temporários – com atrasos de pagamento, sem acertos da rescisão, demitidos sumariamente.
- 10 mil funcionários(as) de escola afastados com a promessa de corte de 30% deste efetivo;
- Não pagamento de 1/3 das férias – cerca de R$ 150 milhões;
- Não pagamento de promoções e progressões de professores(as) e funcionários(as) durante todo o ano de 2014, direito esse garantido pelos Planos de Carreira dos dois segmentos. Essa dívida já soma 90 milhões;
- Atraso sistemático no repasse de parcelas do fundo rotativo – esse recurso são utilizados para a manutenção e pequenos reparos nas escolas;
- atrasos do pagamento de convênios com escolas, entidades da educação especial, escolas itinerantes da reforma agrária;
- cancelamento da distribuição de aulas feitas em dezembro;
- Retomada de portaria antiga sobre o porte de escola – portaria esta que reduz horas para direção das escolas, número de pedagogos e pedagogas, funcionários(as) em número insuficiente para manter as escolas em condições de atender adequadamente os(as) estudantes;
- Superlotação de alunos(as) em salas de aulas;
- As mensagens de lei 01/2015 e 02/2015, enviadas pelo governador Beto Richa, segundo a APP Sindicado promovem um ataque com retirada de direitos de todos os segmentos dos trabalhadores em Educação, inclusive os aposentados. A proposta prevê a extinção dos quinquênios e torna mais difícil a retirada de licenças (que passam a ser aprovadas diretamente pelo secretário de Educação). A medida também promoveu cortes no vale-transporte e amplia a contribuição para a aposentadoria.