O tratamento por fitoterapia foi implantando em Toledo em 2014. Com boa aceitação da população, a utilização de plantas medicinais para o tratamento de doenças no município tem tido bons resultados. Com um ano de funcionamento, o programa tem 40 pacientes fazendo parte do projeto. Além disso, conforme relatório do último quadrimestre de 2014 foi produzido em torno 1.745 formulações fitoterápicas na farmácia de manipulação do município. As plantas utilizadas para o tratamento são cultivadas no próprio município, com os jovens do programa Florir Toledo.
O trabalho começou a partir de uma parceria com o Ministério da Saúde. A partir deste ano, ele é feito pelo próprio município, por meio da Secretaria de Saúde. “Em maio vamos começar a semear algumas mudas. Porém, em abril já estaremos em atividade”, contou a coordenadora do Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos de Toledo, Elenir Rudek. Segundo ela, é necessário fazer esse replantio das mudas para oferecer à população plantas de mais qualidade.
Além disso, Elenir ainda informou que este ano, com o apoio do curso de Farmácia da Universidade Paranaense (Unipar), campus Toledo, será realizada a identificação botânica das plantas. “Assim, colocaremos plaquinhas em cada uma com o nome popular e o científico”, falou. A coordenadora comentou que isso será muito bom para o projeto, já que muitas plantas eram parecidas e acontecia certa confusão entre as pessoas. Os alunos também passarão por um treinamento e depois vão auxiliar no laboratório de manipulação.
A coordenadora do programa ainda completou que as pessoas demonstraram bastante interesse, porém elas precisam se encaixar nos critério de inclusão e de exclusão do projeto. “Mas isso não impede o médico de tratar o paciente primeiramente com a fitoterapia, para depois passar a utilizar medicação química”, afirmou Elenir. A aposentada Graciosa Pagliari comentou que prefere o tratamento fitoterápico ao invés dos remédios. “Dependendo o chá que tomamos, não há necessidade de tomar vários remédios, o que é muito bom”, disse.
O médico da família, Fernando Pedrotti, afirmou que prescreve esse tipo de medicação com frequência. “É um resgate daquilo que nossos pais, avós e bisavós já utilizavam, muitas vezes de uma forma empírica, sem conhecimento científico, baseando-se apenas na experiência. Hoje há uma racionalidade científica sobre isso, e por isso pode-se utilizar essa tipo de medicação”, comentou. A coordenadora do programa em Toledo informou que a fitoterapia é mais uma opção de tratamento no SUS. “O paciente é avaliado, e antes de passar a utilizar a medicação química, ele passa pelo tratamento com fitoterápicos e chá, que possui menos efeitos colaterais e menos contra indicações”.
Estudo Científico
A coordenadora do programa em Toledo ainda contou que a partir deste ano, os servidores envolvidos no projeto de fitoterápicos no município passarão a desenvolver um estudo científico para registrar o que foi feito com as plantas medicinais em feridas. “Este estudo também faremos em parceria com os acadêmicos da Unipar, que ajudarão a registrar e mostrar tudo o que foi feito com as plantas medicinais no Ambulatório de Feridas”, informou.
Segundo Elenir, o objetivo é substituir o soro fisiológico pela calêndula para o tratamento de feridas. “Isso já é feito há certo tempo e os resultados tem sido excelentes. Agora só o que temos que fazer é registrar, e para isso precisamos fazer o estudo científico”, contou.
Florir Toledo cultiva plantas medicinais
Os 54 adolescentes que participam do Projeto Florir Toledo no município também auxiliam na produção das plantas medicinais fitoterápicas. Os jovens desenvolvem uma atividade chamada ‘Oficina da Terra’, onde aprendem diferentes cultivos, como produzir plantas e cuidados no plantio.