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POLÍTICA

Reforma política é debatida na Câmara de Vereadores de Toledo

Na quinta-feira (09), na Câmara de Vereadores, foi realizado o debate sobre ‘Reforma Política e Anti-Reforma’. O evento foi promovido pelo Centro de Ciências Humanas e Sociais (CCHS) da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) Campus de Toledo. O debate envolveu pesquisadores da Instituição e convidados da sociedade civil, representantes dos poderes constituídos, religiosos e comunidade em geral. O evento lotou o Plenário Edílio Ferreira.

11/04/2015 - 12:59


No primeiro momento foi realizada a abertura onde algumas autoridades presentes puderam expor sua opinião sobre o assunto. O vereador Ademar Dorfschmidt, que preside a Casa de Leis toledana, acolheu a todos os presentes e enalteceu a importância do momento. Já o prefeito Beto Lunitti afirmou ser este o tempo certo para as discussões e por força da mobilização popular em prol da reforma política é preciso que haja uma reflexão aprofundada. “Como está hoje não pode ficar”. Beto parabenizou a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) por fomentar este processo de iniciativa popular. “Temos sim o interesse em construir uma proposta a partir da vontade da população”. Beto também parabenizou a Unioeste e demais instituições que se engajaram nesta luta. Durante sua fala, o prefeito Beto ainda defendeu o fim do financiamento privado de campanhas e que Toledo deseja a reforma política.

O representante do Ministério Público do Paraná, José Rolberto Moreira, de forma breve, parabenizou a iniciativa e afirmou que vai levar a discussão a outros ambientes. “O Ministério Público é o defensor da democracia e nada mais justo do que estarmos presentes neste momento”. O pró-reitor de Extensão da Unioeste, Remi Schorn, relatou que a reforma se faz necessária porque o Brasil ainda não se encontra emancipado politicamente. Segundo ele, apenas quem detém o capital pode se considerar nesta situação, que não contempla os menos favorecidos.

Após as considerações da mesa de honra foi realizada a abertura do debate, começando com a exposição do padre Hélio Bamberg, vigário geral da Diocese de Toledo, que representou a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Também estiveram presentes os advogados Flávio Furlan, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Subseção Toledo, e Paulo Henrique Röder representaram a OAB. Padre Hélio lembrou que as assinaturas da petição popular já foram iniciadas nas 31 paróquias que compõe a Diocese de Toledo. O sacerdote ainda lembrou que a reforma é urgente para que todos possam realizar seu papel dentro da política e que haja uma regulamentação dos investimentos financeiros em campanhas. “Que os legisladores possam fiscalizar e que os representantes do executivo façam o seu papel na promoção das políticas públicas”, comentou.

Já o representante da OAB, Flávio Furlan, frisou os gastos nas últimas eleições. Segundo ele, foram investidos R$ 5,1 bilhões em campanhas eleitorais, tornando o pleito brasileiro um dos mais caros do mundo. O advogado disse que para eleger um deputado, a média de gastos é de R$ 1,1 milhão, para um senador R$ 4,5 milhões e um governador R$ 23,1milhões. “Isso muda o jogo. Se antes se debatia no campo das propostas, hoje as eleições são decididas a partir do poder econômico”, disse.

A pouca participação popular foi apontada pelo outro representante da OAB. Paulo Henrique Röder fez uma observação em relação a pouca participação dos brasileiros na política. Segundo ele, baseando-se em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), atualmente o Brasil possui 204 milhões de habitantes, sendo que aproximadamente 143 milhões são eleitores. Destes, conforme o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 15 milhões são filiados a um dos 32 partidos políticos registrados no Brasil. “Destes filiados, podemos afirmar que menos de um terço milita, talvez por barreiras dos próprios partidos, e não opinam na escolha dos candidatos”. Após um relato da história da participação popular nas decisões políticas no Brasil, o representante da OAB falou sobre a necessidade de fazer valer a vontade do povo.

Representando a Unioeste esteve presente o professor do curso de Ciências Sociais e doutor em Ciência Política, Osmir Dombrowski, e o professor e diretor do CCHS Rosalvo Schütz, que mediou o debate. Osmir chamou a atenção para a leitura que o Congresso faz das situações que envolvem o Brasil e lembrou que eles estão atentos aos clamores da sociedade que pede ética e moralidade na política brasileira. “E o que faz o Congresso ao ouvir este pedido? Recoloca em discussão a maioridade penal, como se os grandes crimes do Brasil fossem cometidos por menores. Eles ignoram que os adolescentes são responsáveis por 1% dos crimes praticados no território nacional”. O professor afirmou ainda que para acontecer uma reforma política é necessário que os brasileiros se unam e citou como exemplo o movimento dos professores do Paraná  no mês de fevereiro de 2015.

Ao final foi aberto espaço para a participação popular através de questionamentos ou comentários.

Fonte SECOM Toledo

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