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AMBIENTE

Vereadores votam em PL que proíbe testes sísmicos para exploração do Fracking em Toledo

Votação será nesta quinta e sexta-feira, às 9h. A ação é nociva ao solo, infectando a agricultura e a água com mais de 600 substâncias químicas, muitas delas cancerígenas

13/12/2016 - 16:56


A população de Toledo é atuante e considerada referência nacional e mundial na luta contra o fracking, fraturamento hidráulico para extração de gás de xisto. A ação é nociva ao solo, infectando a agricultura e a água com mais de 600 substâncias químicas, muitas delas cancerígenas e até radioativas. O Poder Executivo de Toledo enviou um Projeto de Lei (PL) para a Câmara dos Vereadores esta semana para evitar que sejam feitos testes sísmicos para mapeamento e pesquisas no subsolo para extração do gás xisto. A votação na PL será realizada nesta quita e sexta-feira (15 e 16) na Câmara de Vereadores, às 9h.

Esta semana, caminhões contratados pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) estavam realizando testes para aquisição sísmica na BR-277 entre Cascavel e Toledo. Juliano Bueno de Araujo é coordenador de campanhas climáticas da 350.org Brasil e fundador da COESUS – Coalizão Não Fracking Brasil pelo Clima, Água e Vida. e contou que no município de Congonhinhas, próximo a Londrina, foram realizados estes testes e muitas casas sofreram rachaduras sérias em suas estruturas. “Os imóveis não tiveram indenização das companhias ou da ANP”, relatou.

A engenheira agrônoma membro dos movimentos ‘Não Fracking Toledo’, COESUS e 350.org Brasil, Tika Zilmer, destacou a importância do apoio ao projeto de lei que proíbe o tráfego dos caminhões de aquisição sísmica em Toledo. “Todos acham que a liminar e as leis municipais que proíbem a perfuração de poços, a entrega do alvará para perfuração e o trânsito de caminhões que carregam as águas necessárias para os testes estão protegendo o nosso município contra o fracking, mas a verdade é que ainda corremos este risco”.

Tika ainda comentou sobre comunidades fora do Brasil que viveram estas experiências. Na região da Vaca Muerta e Mapuche, na Argentina, houve exploração de fracking e petróleo. O resultado foi o aumento do índice de câncer noa moradores destas áreas, segundo o Ministério da Saúde. “O órgão ainda reconheceu que o fato está ligado à presença de produtos altamente cancerígenos utilizados no professor da fratura hidráulica”, fomentou.

De acordo com o coordenador regional e latino-americano da 350.org Brasil e coordenador regional da COESUS, Reginaldo Urbano Argentino, mais uma vez Toledo tem a oportunidade de precursar e não se curvar perante a indústria dos combustíveis fósseis. “E proponho que ao votarem a lei dizendo sim ao projeto e não ao fracking e as pesquisas sísmicas façam uma Carta de Moção ao Governo do Estado e a presidência da ALEP para que se reescreva o art. 3° da lei Estadual, que permite as pesquisas sísmicas. Se não queremos que se explore o gás de xisto, então não devemos aceitar estas pesquisas”.

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