“Cada vez mais precisamos de amor, compreensão, fé e coragem. Convoco as pessoas a participarem, não simplesmente de um show, mas de um encontro da sociedade alternativa”, prega Raulzito, recordando que começou a imitar o ídolo por acaso. “Raul não tem fã, mas seguidores. Cantava numa pizzaria Jerry Adriane e outros cantores, quando as pessoas começaram a dizer que a minha voz parecia com a dele, então não parei mais”.
Aos 41 anos, João Raulzito já foi até a terra do Tio Sam (EUA) com as canções do pai do roque brasileiro. “Não se aprende ou ensina o Rock and Roll, feito para literalmente deitar e rolar, ser livre. É um erro associá-lo a drogas ou alguma devoção ao bicho de chifre”, sentencia o roqueiro, disparando a verve rebelde contra o mercado fonográfico. “A mais bela e pura música sertaneja não tem nada a ver com esse som para ‘universiotários’, em que se espeta o cabelo para cima ou se tinge a calça de verde. A música virou uma indústria como o futebol, todos beijam o escudo do clube, mas basta a grana aparecer que se troca de camisa”.
Antes de partir desta existência em 1989, Raul Seixas gravou 22 discos e compôs 265 canções. Apesar do enorme legado, João Raulzito sabe de cor 140 músicas e promete mostrar o lado A e B da carreira do mito. “Tudo vai depender da reação da plateia, mas estamos preparando uma mostra compacta, com as obras primordiais. O lado A tem as mais pedidas como Metamorfose Ambulante, já o B tem Ave Maria da Rua, Metro Linha 473 e outras”. Pela primeira vez, em Toledo, ao lado da Banda Alfa Éden (guitarrista Jeferson Grella, baixista João Acedo e o batera Tiago Gordo), Raulzito acredita que eventos como o de Toledo fortalecem a cultura e deveriam se espalhar. “A cidade está de parabéns, mas quem sabe, um dia, ainda não veremos um viradão nacional”, indaga. A apresentação de Raulzito está marcada para o domingo, às 17h, no palco do Teatro Municipal.
Da Assessoria - Toledo