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GERAL

Toledo teve protesto contra a reforma da previdência, nesta quarta

As mobilizações aconteceram em todo o Brasil, em Toledo diversas categorias tiveram representantes na paralisação na Praça Willy Barth

15/03/2017 - 19:10


Sindicalistas se concentraram na Praça Willy Barth, nesta quarta-feira (15) para protestar contra a Reforma da Previdência que tramita na Câmara dos Deputados. Na parte da tarde os servidores municipais se uniram a mobilização. A atividade faz parte do cronograma nacional de protestos contra a Reforma  da Previdência proposta pelo presidente da República, Michel Temer.

A Reforma da Previdência (PEC 287) altera a regra para aposentadoria. Ela fixa idade mínima de 65 anos e contribuição de 49 anos para que o trabalhador possa ter direito a remuneração integral.

A regra, se aprovada, será valida para homens com menos de 50 anos e mulheres com menos de 45 anos. A regra de transição é valida para homens com 50 anos ou mais e mulheres com 45 ou mais. Apesar da regra de transição a PEC obriga a este grupo trabalhar 50% a mais do tempo que faltava para se aposentar, ou seja, para quem faltava 10 anos, pela nova regra deverá trabalhar 15 anos até ter direito a aposentadoria.

O tempo mínimo de contribuição também sofrerá mudanças. Hoje a regra prevê 15 anos de contribuição para acessar a aposentadoria, a PEC do governo Temer quer aumentar para 25 anos. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) a rotatividade, a intermitência do trabalho, a informalidade farão com que a maioria dos trabalhadores não consigam acumular os 25 anos de contribuição, aprofundando ainda mais as desigualdades, em especial entre as mulheres.

Segundo o IPEA no futuro, 47,3% das mulheres não vão alcançar os 25 anos de contribuição. Para os homens, esse percentual será de 30%. 

A regra hoje garante às mulheres o direito de aposentar cinco anos antes dos homens. Este direito deixa de existir na proposta da Reforma da Previdência do presidente Temer, as mulheres cumpriram o mesmo tempo de serviço que homens, ignorando a realidade social vivida pelas mulheres brasileiras de dupla jornada.

A professora Joana, representante da Marcha Mundial das Mulheres destacou que as mulheres são as que mais sentirão o impacto da Reforma da Previdência. “As mulheres tem tripla jornada de trabalho, porque além da vida profissional ela cuida da família e ainda enfrentar o trabalho doméstico. Esta PEC não é uma Reforma é a extinção da Previdência. As mulheres serão as que mais vão sofrer, além dos trabalhadores rurais”. Joana destacou que a Marcha Mundial das Mulheres esta mobilizada pela garantia de todos os direitos das mulheres, não só no Brasil, mas no mundo.

O produtor rural, Egon Portes participou do protesto e questionou a pauta do governo federal. “Antes de falar em reforma da previdência, ele tinha que promover uma reforma tributária e política. A Reforma da Previdência do jeito que está sendo apresentada é uma afronta aos cidadãos brasileiros. É um desrespeito ao produtor brasileiro que trabalha até 20 horas num dia e isso é inadmissível”.

O presidente do Sindicato dos Motoristas, Luiz Adão Turmina conta que eles atenderam a um chamado da Fetropar - Federação dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Paraná que pedia a mobilização da categoria contra a reforma da previdência. “Somos contra esta Reforma porque ataca os direitos que os trabalhadores conquistaram. Não somos contra a Reforma, sabemos que ela precisa acontecer, mas não desta forma que está sendo feita”. Embora em Toledo, o transporte não paralisou suas atividades Turmina destaca que nas cidades maiores como Londrina, Maringá e Curitiba a categoria aderiu a Greve.

O Presidente do Sindicato dos Comerciários, Flávio Bonifácio Pinto enfatizou que este é o início da mobilização. “Aderimos juntos com nossa Federação que tem 26 sindicados filiados no estado do Paraná. A nossa Confederação que tem um acesso e poder de barganha maior junto a Câmara dos Deputados, também está mobilizada. Basta união para não deixarmos esta reforma passar, que é extremamente prejudicial aos trabalhadores”.

O dirigente do Sindicato dos Bancários, João Carlos Padilha lembrou que a categoria já está mobilizada há mais tempo. “Realizamos panfletagem na porta de empresas e aqui no centro de Toledo. Nosso objetivo é mostrar para a população que todos irão perder com a Reforma que geralmente tem o intuito de melhorar, mas esta só vem piorar para o trabalhador se aposentar. É inaceitável que o governo imponha a aposentadoria só a partir dos 65 anos de idade, quando a pratica no Brasil é de não contratar pessoas acima dos 50 anos é muito grande”. Padilha destacou que apesar das agências não terem paralisado suas atividades no interior, nas capitais a realidade foi diferente. Ele conclamou que a população procure se informar sobre a PEC e de alguma forma manifeste sua contrariedade a Reforma.

Padilha adiantou que no dia 27 deste mês a categoria deverá ir a Brasília para acompanhar a votação do Projeto que prevê a terceirização dos serviços.

O secretário geral do Sindicato dos Metalúrgicos de Toledo e Região, Antonio Teixeira dos Santos disse que eles atenderam um chamado da Frente Brasil Popular. Segundo ele, uma organização apartidária.  “Hoje nossa intenção é sensibilizar a população para o que está acontecendo. Temos uma Comissão que está definindo os próximos passos, mas se necessário for, iremos a Brasília”.

Santos conclamou que a população para pressionar os deputados para não aprovar a PEC. “Não é para brigar, mas pedir: deputado nós o elegemos e queremos que você nos represente e seja contra essa reforma”. O dirigente também destacou que eles entendem que são necessárias algumas mudanças, mas não como está sendo proposto.

Os protestos aconteceram em todo o Brasil e prometem marchar a Brasília para impedir que a PEC seja aprovada.

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