1144 x 150 anu%e2%95%a0%c3%bcncio casa de noti%e2%95%a0%c3%bcciasconstrua pre%e2%95%a0%c3%bcdios no biopark

GERAL

Escola de Dez de Maio consegue adesão da comunidade para programa de reciclagem

O distrito de Dez de Maio, no interior do município de Toledo, está fazendo a sua parte para ter um meio ambiente melhor. No ano passado, alunos do quarto ano, hoje no quinto, sob a regência da professora Dirce Steffens Kulzer, da escola municipal Miguel Dewes, iniciaram um projeto de reciclagem de lixo, hoje uma realidade no distrito, que permite a coleta, separação e comercialização de materiais recicláveis, antes encaminhados ao aterro sanitário.

02/06/2011 - 15:38


Além do ganho ambiental, alunos e professores contabilizam um resultado mensal de cerca de R$ 200 que será aplicado na compra de materiais pedagógicos para os estudantes.
O trabalho começou na escola com orientação aos estudantes sobre a importância da separação e materiais passíveis de reciclagem. A tarefa de casa dos alunos foi convencer os familiares a se envolver no processo, fazer a separação e a entrega dos materiais. O espaço para isso foi especialmente preparado. Através de uma parceria entre a prefeitura, a Associação dos Pais e Mestres e a Associação Moradores foi construído em uma área do município, entre o ginásio de esportes e a escola municipal, um depósito para os materiais recicláveis. “É uma casa, coberta com telha de amianto e paredes em alvenaria com quatro divisórias, todas identificadas para o recebimento do material. Na frente, uma grade de proteção isola a área. O piso inclinado permite lavar o local sem que a água seja jogada no meio ambiente. Ela segue para um filtro com pedras britas, que fazem a filtragem. “Tivemos também este cuidado com o meio ambiente”, segundo informou o presidente da Associação de Moradores, Jacó Inácio Dhamir, que é avicultor e baseou-se em projeto de filtragem da água utilizada para lavar os aviários.
A casa encontrou certa resistência inicial, sanada antes mesmo do término da construção. “Uma moradora temia a desvalorização do seu imóvel com a construção de um local para depósito de lixo. Hoje ela, que também deposita materiais recicláveis no local, sabe que a proposta não é esta e que o local fica sempre limpo e bem cuidado”, explica Jacó. Aberta diariamente, os moradores aproveitam as suas vindas à cidade para fazer a entrega dos materiais, devidamente limpos e separados. A comercialização fica sob a responsabilidade da escola, que deverá fazer nos próximos dias a primeira compra de materiais escolares.
Pai do aluno Diego Fernando Dhamir, que em 2009 ficou em quinto lugar no prêmio estadual do Programa Agrinho, Jacó defende que outras comunidades sigam o exemplo de Dez de Maio e façam algo para preservar o meio ambiente. “O que estamos fazendo é o mínimo pelo que o meio ambiente nos oferece. Se cada um fizer um pouquinho, o meio ambiente agradece”, diz ele. Antes, os moradores destinavam estes materiais para a coleta regular, contribuindo assim para a redução da capacidade de vida útil do aterro sanitário, ou queimavam estes materiais. O mesmo acontecia na sede da comunidade, que realiza a tradicional Festa do Frango. “Eram centenas de caixas de papelão queimadas. No ano passado, todo o material foi para a reciclagem e nem mesmo a gente se dava conta de que era um volume tão grande”, diz o presidente da entidade.
Conforme a professora Dirce, a necessidade de fazer algo para o meio ambiente surgiu dos próprios alunos, que participaram de todo o processo, com informações, produção de panfletos e divulgação destas informações aos seus familiares. Lançamos a ideia na escola, levamos para a comunidade, que acolheu e hoje participa ativamente do programa”, explicou a professora, ressaltando que o trabalho de orientação deve ser permanente, para garantir a adesão permanente. A escola também recolhe óleo usado, destinado à produção de biodisel. O volume, no entanto, é pequeno porque muitas famílias já fazem a reciclagem, utilizando o óleo para a produção de sabão.
Conforme a professora, o trabalho realizado no distrito é muito importante para o meio ambiente e a reciclagem deve ser feita sempre, independente de ser na cidade ou no interior. Segundo ela, a proposta lançada na escola tem um efeito ainda maior, porque foi adotada pela comunidade, que está participando ativamente na separação dos materiais, contribuindo assim para a preservação do meio ambiente e também viabilizando a compra de materiais pedagógicos, que serão utilizados por professores e estudantes.
João Mayer, que vai completar 11 anos em agosto, pensa no futuro. Ele visitou há cerca de dois meses o aterro sanitário, em um dos roteiros pedagógicos realizados pela escola, e percebeu o quanto é importante a reciclagem. Com a separação em casa, ele quer deixar um meio ambiente melhor para os seus filhos. Alessandra Kliemann, 10 anos, também ajudou a convencer os pais a participar do processo. O pai, que trabalha na lavoura, e a mãe, em um supermercado, estavam achando difícil fazer a separação. Ela então tomou a responsabilidade para si e se encarregou do trabalho. Toda semana, quando vem para a catequese, traz o material para o centro e coloca separadamente no depósito. “Somos os heróis da natureza, fazendo este trabalho”, diverte-se ela, que aguarda com expectativa os gibis e jogos que serão adquiridos pela escola com o dinheiro arrecadado na comercialização dos materiais.
Diandra Kotz igualmente ajudou na mobilização da família. Junto com o pai e a mãe ela separa diferentes tipos de materiais, evitando assim uma ocupação desnecessária do aterro sanitário. “Estou dando a minha contribuição para a preservação da natureza”, ensina.

Da Assessoria - Toledo

Sem nome %281144 x 250 px%29