O Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) investirá R$ 82 milhões para a construção de um Centro de Desenvolvimento e Produção de Medicamentos Biológicos em Maringá. A unidade vai produzir medicamentos para o sistema público, principalmente os utilizados no tratamento de câncer e de artrite reumatoide.
Essa é primeira planta industrial do Tecpar fora de Curitiba e os recursos para a obra são do Ministério da Saúde. O convênio para a liberação do valor foi assinado na última sexta-feira (09).
O prazo para a conclusão da obra é de dois anos, contados a partir da licitação. Segundo o ministro da saúde, Ricardo arros, o Ministério da Saúde repassará outros R$ 80 milhões para aquisição de equipamentos quando a planta estiver concluída. A unidade será instalada em um terreno transferido pela prefeitura de Maringá ao Tecpar.
O instituto já atua na cidade há mais de trinta anos com um laboratório de análises e certificações para a indústria alimentícia, porém esta será a primeira unidade completa na cidade. “Esta parceria demonstra a competência do Tecpar no Paraná e no Brasil”, afirmou o secretário estadual da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, João Carlos Gomes.
Transferência
A parceria entre Tecpar e Ministério da Saúde para produção destes medicamentos teve início no ano passado com a assinatura de um termo de compromisso para o fornecimento de seis medicamentos usados no tratamento de câncer e de artrite reumatoide.
Com a formalização da parceria, a empresa detentora da patente dos medicamentos faz a transferência tecnológica ao Tecpar para que o instituto produza os medicamentos para o SUS. “O centro se constitui em uma nova plataforma tecnológica de produtos biológicos. O SUS passará a ser abastecido com produtos estratégicos por um laboratório público. Já a cidade se tornará um polo farmacêutico, com atração de empregos qualificados”, afirmou o presidente do Tecpar, Júlio Felix.
Felix ressaltou que a entrega dos produtos ao SUS começa ainda neste mês porque o modelo legal da relação permite que no primeiro ano o instituto importe o produto do transferidor de tecnologia. “Atuamos com tecnologia de última geração nessa área de saúde, com alto valor agregado. Estamos internalizando a produção no Brasil”, afirmou.
Novas plantas
A unidade de fill and finish em Maringá contará, em um primeiro momento, com uma fábrica de finalização de medicamentos biológicos, um centro de distribuição e o laboratório de Controle da Qualidade. Essa unidade, financiada pelo Ministério da Saúde, tem como objetivo realizar a formulação, envase, embalagem e armazenamento de medicamentos produzidos pelo instituto. Nos próximos anos, novas plantas biológicas serão instaladas no local.
Três plataformas
Com fábrica de Maringá, o instituto passa a contar com três plataformas tecnológicas na área da saúde. As outras duas estão em Curitiba, onde está o Centro de Desenvolvimento e Produção de Medicamentos Imunológicos, no câmpus CIC; e em Ponta Grossa, que abriga o Centro de Desenvolvimento e Produção de Medicamentos Sintéticos, localizado no câmpus da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).