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G-20 discute o equilíbrio dos preços no mercado

Nesta semana, nos dias 22 e 23, o Governo deve participar de uma reunião do G-20, em Paris, para discutir a quantidade de alimentos disponíveis no Mundo para abastecer todos os países consumidores e o equilíbrio dos preços no mercado. O Brasil é um grande país exportador, sendo destaque na exportação de carne. O técnico do Deral, João Raimundo Nogueira, conversou com a Casa de Notícias e explicou os pontos a serem discutidos nesta reunião. Também comentou sobre o Plano de Safra, lançado pela Presidente Dilma Rousseff, na semana passada.

19/06/2011 - 10:10


A reunião do G-20, segundo Nogueira, é para saber qual a disponibilidade de alimento do Mundo. O Brasil e os EUA são considerados grandes países produtores e fornecedores de grãos. “Atualmente, a América Latina seria o continente, onde este crescimento da produção é possível acontecer. Sabemos que a Europa Ocidental não tem condições de avançar em mais nada, porque as Fronteiras são pequenas”. Nogueira enfatizou que a produção no Mundo deve crescer cerca de 20% nos próximos dez anos. “Há uma preocupação, neste momento, porque os grãos estão passando por uma alta liquidez e, acredito que isto não tenha retorno. É percebido que quando o clima exerce alguma pressão sobre o mercado, os preços sofrem oscilações, as quais provocam um ‘barulho’ no mercado”.

Nogueira ainda lembrou que esta reunião é no sentido de equilibrar este mercado. “Os custos têm aumentado e os grandes países acreditam que nos próximos anos isto pode piorar. No Brasil o pensamento é semelhante, embora o País e os demais com condições de produzir mais e, em um momento como este se colocam como abastecedores deste mercado estão em uma posição mais confortável. No entanto, se analisar o que está acontecendo no Brasil com relação ao milho a posição não é tão confortável, porque abasteceremos este mercado, mas deveríamos fazer o mesmo com o mercado interno”.

Ele acrescentou que a reunião é uma oportunidade de colocar para o Mundo a preocupação com a oferta de alimento e a volatilidade dos preços. “A partir do momento que acontece algum problema climático que possa afetar a produção de algum País o reflexo nos preços é maior do que acontecia em anos anteriores. O mercado climático deve dar o tom para a grande volatilidade dos preços a frente. “A preocupação é grande, porque este mercado climático sempre vai influenciar no preço e se o País tiver uma tendência de liquidez alta para os próximos anos há uma preocupação de como fazer este equilíbrio”.

 

 

Plano de Safra

Na semana passada, a Presidente Dilma Rousseff lançou o Plano de Safra. Em conversa com a Casa de Notícias, o técnico do Deral, João Luís Raimundo Nogueira, comentou as novidades do Plano: um aumento dos recursos destinados tanto a custeio quanto a investimento; o Governo ainda está preocupado com o funcionamento do seguro rural e decidiu aumentar do recurso e a isentar.

Nogueira explica que o Governo pensa que os agricultores vão aumentar a produção e os investimentos estão direcionados e há a tendência de crescimento na produção. O Brasil se torna um grande fornecedor de alimentos para o mundo, principalmente de grãos. “Existe uma preocupação com o aumento da produção de etanol. Nos últimos meses, os produtores tiveram alguns problemas com a falta do produto, o que fez também com que os preços dos combustíveis aumentassem. Existe um incremento de recurso para a produção de etanol”.

Ele ainda salienta que é preciso aguardar o abastecimento se normalize ao longo deste ano. “É importante que os recursos venham no momento certo, porque a apresentação do Plano, no caso do trigo, veio um pouco tarde. O Plano vai auxiliar os produtos do verão. Alguns ajustes devem ser feitos, como a garantia do preço mínimo para o produtor; aumento de recurso para a comercialização, considerado o maior gargalo do País.

O técnico do Deral considera o Plano bom, porém acredita que ele precisa ter aplicabilidade. “O produtor precisa ter garantias e eu não tenho visto isto. O Plano tem melhorado, porém alguns setores, como a fruticultura, ainda não foi amparada pelo Governo”.

 

 

Confira a matéria completa em vídeo.

 

 

Texto Graciela Souza

Reportagem Selma Becker

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