A reportagem conversou o ex-secretário, Lídio Michels que declarou que só fará uma declaração oficial, após o PDT se pronunciar acerca da sua relação com a administração municipal, mas adiantou que não teve nenhum problema com o líder do governo na Câmara, Luis Fritzen (PP), nem tão pouco, com o vereador Renato Reimann (PP).
Nos bastidores e na tribuna da Câmara Reimann não poupou críticas a Lídio que era prontamente defendido pelos aliados de partido João Martins e Adelar Holsbach. Lídio disse que, mesmo diante da exoneração o prefeito Schiavinato sustentou que ele era o melhor secretário da sua gestão, mas afastá-lo da administração era a solução. “A questão é política. O problema é na base de sustentação do prefeito (Schiavinato), ele ficou isolado. Eu já esperava que isso fosse acontecer, só não sabia quando seria o desfecho, não sabia até quando o prefeito poderia me manter no cargo”.
Lídio disse que vai tratar a questão com muita cautela, pois respeita o PDT e por isso aguardará uma decisão do partido, mas revela que todas as siglas existentes na cidade já o convidaram para mudar de partido.
A decisão a qual Lídio aguarda deve acontecer na quarta-feira (29), quando alguns dirigentes, entre eles o presidente do PDT, Neudi Mosconi e o vereador Adelar Holsbach (pelanca) terão uma audiência com o presidente Estadual do PDT, Osmar Dias em São Paulo.
Mosconi afirma que este encontro será decisivo para o PDT e que ele pessoalmente acredita que o partido deverá se alinhar com a orientação nacional, onde os pedetistas fazem frente com o PMDB e PT. “O Lídio era o último secretário do partido que, ainda fazia parte da administração municipal. Sua exoneração foi a gota que faltava para o PDT se retirar do governo municipal. Não acredito que a demissão de Lídio seja uma decisão isolada, ao contrário, é um projeto político do PP e nele não há espaço para o PDT e nenhuma nova liderança”.
O presidente do PDT, Neudi Mosconi disse que acredita que este encontro com o ex-senador, Osmar Dias vai proporcionar a unidade dos pedetistas e a reorientação política do partido.
O presidente da Câmara, vereador Adelar Holsbach compartilha com o sentimento de que este encontro será definitivo para os pedetistas. Ele afirma que a exoneração do Lídio para ele foi uma surpresa, pois em nenhum momento, qualquer dirigente do PP o procurou para comunicá-lo da exoneração do colega. “Ninguém deu uma única satisfação, o que nos parece é que o PDT não tem importância para o grupo (PP – partido do prefeito), que os nossos votos na Câmara não fazem a menor diferença”.
Holsbach avalia o esvaziamento do PDT no governo Schiavinato. “Quem promoveu o rompimento foi o próprio PP, pois de seis a sete secretarias que tínhamos, hoje não temos nenhuma. O Lídio era o último secretário do PDT no governo. Não temos motivos para nos manter no grupo. A situação ficou difícil”.
Ainda assim, Adelar Holsbach afirma que esta não é uma declaração de rompimento com o PP, pois pelo menos, ele e o vereador João Martins aguardam a reunião da próxima quarta-feira.
A reportagem questionou o vereador sobre as exigências que ele e João Martins fazem para se manterem no PDT e ele foi categórico em afirmar que, é a mudança na direção do PDT. “Acreditamos que para reorganizar e ter unidade no partido é necessário renovar a direção. E o atual presidente (Mosconi), em outra oportunidade disse estar disposto a me entregar a direção do partido, desde que, nós vereadores, passamos fazer parte do grupo de oposição”.
Holsbach não descarta a possibilidade da formação de outro partido. “Nada está descartado! Estávamos trabalhando neste novo partido, pois há um entendimento que na formação de uma nova sigla, não perderíamos os mandatos. E se isso fosse possível, nos manteríamos na sustentação do governo municipal e lá na frente estaríamos livres para optar por um caminho”.
Diante da possível reestruturação do PDT, onde a direção do partido fosse entregue a um dos vereadores, a reportagem questionou Holsbach se a intenção era alinhar-se com a orientação nacional na frente de partidos (PT e PMDB e outros), ou ainda, se pretendia buscar um entendimento com grupo do PP no governo municipal, ele disse que tudo depende da reunião com o ex-senador Osmar Dias. “Precisamos ver como vai ficar o PDT aqui no Paraná. Temos setores do PDT próximos ao PSDB. Não tem como fazer uma previsão é preciso aguardar”.
Adelar Holsbach deixa claro o seu desejo em projetar-se na política municipal. “O grupo do PP não deixa surgir novas lideranças. E diversos líderes de outros grupos políticos tem nos procurado, num sinal de reconhecimento do nosso trabalho”.
Por Selma Becker