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POLÍTICA

Queda de secretário põe em xeque a divisão de poder no Paço municipal

Na sessão de hoje da Câmara de vereadores de Toledo a maior parte dos parlamentares demonstraram solidariedade ao ex-secretário de infra estrutura rural Lídio Michels (PDT) que foi exonerado na última quarta-feira (22) pelo prefeito José Carlos Schiavinato. Lídio era o último ‘dos moicanos’ pedetistas no Paço Municipal, que foi escalpelado pelo PP em favor da unidade do partido, que vinha sofrendo abalos sísmicos devido a disputas de redutos eleitorais, mais especificamente Vila Nova, terra de Lídio e do vereador Renato Reiman (PP).

27/06/2011 - 16:53


Até mesmo os vereadores de oposição, os petistas Paulo dos Santos (PT) e Adriano Remonti e o peemedebista Leoclides Bisognin subiram a tribuna para expressar a surpresa com a exoneração do ex-secretário que se fez presente na sessão da Câmara e foi assediado por diversos líderes políticos e assessores durante toda a tarde. Paulo chegou a dizer que foi uma das “piores decisões que o prefeito tomou, pois o próprio alcaide declarava a imprensa em alto e bom som que o Lídio era o melhor secretário”. O vereador questionou a demissão Lídio que era elogiado pelo Paço pela sua competência, o que deste modo não justificaria sua demissão. Paulo disse ainda: “ Isso foi um tapa com luva de pelica no PDT, um chega pra lá. É a formatação de um grupo único, um governo único que eu chamo de totalitarismo”.

Já o vereador Adelar Holsbasch falou da surpresa da exoneração, mas foi evasivo em seu posicionamento. Pelanca até citou que o PDT comandava várias secretarias no governo. “Nós tínhamos lá o Mosconi, o Benir Rotta, José Eduardo Bertozzi Correa (o Zequinha na Emdur) e outros e hoje não temos mais ninguém”, disse o presidente da casa que ainda defendeu a figura de Schiavinato. “O prefeito não queria isso, mas por pressões que são grandes, ele teve que exonerar. Lamento o desfecho dessa história. Mas ela ainda não acabou. Até as eleições muita coisa ainda pode acontecer”, prometeu Pelanca.
O tucano Rogério Massing insinuou que o próprio PDT pode acabar indicando um substituto para o comando da secretaria de infra-estrutura rural, o que também foi cogitado em discurso pelo petista Paulo dos Santos. Paulo provocou da tribuna e disse que a presença do suplente a vereador Darlan Genari na sessão poderia ser interpretada como a possibilidade deste assumir uma cadeira no legislativo e de um vereador do PP assumir a pasta da secretaria, mantendo a unidade do PP na composição do governo. A provocação foi recebida com risos pelos vereadores Renato Reiman e Luiz Fritzen do PP, possíveis algozes de Lídio.
Mas quem escancarou e rasgou o verbo sobre a saída de Lídio e sobre a relação esfacelada entre PDT e PP foi o vereador João Martins, quando em sua fala demonstrou a sua insatisfação com a suposta declaração do vice-prefeito Lucio de Marchi que segundo Martins teria dito que a composição na Câmara municipal é a pior de todos os tempos. Ele rebateu e disparou contra o Paço: “O vice-prefeito de Toledo teve a ousadia, para um líder político de Toledo, que foi secretário desta administração, que esta Câmara de Vereadores é a pior que Toledo já teve. Eu não concordo com isso. Pois até hoje todos os vereadores que tiveram ninguém foi cassado ou sofreu uma CPI para investigar possível desvio de dinheiro público para levar suas amantes para a capital do estado. Nessa legislatura eu desconheço esse tipo de história. Eu conheço sim vereadores que arriscaram suas vidas no asfalto para buscar conhecimento lá fora, e não como aqueles vereadores que levaram suas amantes para fora. Eu não posso me calar. Foram três dias de agonia, dor no peito, de agüentar quieto da injustiça que fizeram com secretario Lídio, o único do PDT. Partido que trouxe mais de dez mil votos para eleger o prefeito José Carlos Schiavinato”, declarou João Martins.
 
Confira reportagem em vídeo com depoimentos completos.
 
Por Rosselane Giordani
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