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SAÚDE

Em assembléia da AMP, médicos ameaçam deixar planos de saúde

Na noite de ontem (28) em Curitiba, mais uma reunião foi realizada para que a categoria médica no estado discutisse os resultados das negociações feitas por dirigentes das sociedades de especialidades e representantes da Associação Médica do Paraná (AMP), do Conselho Regional de Medicina (CRM) e do Sindicato dos Médicos do Paraná (Simepar) com as operadoras de planos de saúde. Na assembléia a maioria manifestou a vontade de pedir o descredenciamento dos planos. Posição essa que também é ratificada pela categoria no interior do estado como em Foz do Iguaçu e Toledo. Os cerca de 250 médicos que atendem por operadoras em Foz (cerca de 90% do corpo médico da cidade) decidem hoje se saem dos planos.

29/06/2011 - 15:28


O presidente da Associação Médica de Toledo, Claudio Hayashi, afirmou em entrevista a Casa de Notícias, que a situação é total de insatisfação. Ele informa que na próxima semana dia 6 de julho as 19h30 será realizada uma assembléia na Associação Médica em Toledo para discutir a questão com a categoria. Segundo ele já informações de que médicos na cidade estão se descredenciando de planos de saúde. No estado os números indicam que pelo menos 2,9 mil médicos de 14 especialidades – dos quais 1,4 mil ginecologistas e 1,1 mil pediatras – devem deixar um ou mais planos de saúde nos próximos meses. Segundo a AMP a categoria recebeu apenas uma proposta, da União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde (Unidas) – de R$ 54, em média, a partir de 1.º de julho (20% de reajuste) e R$ 60, em média, a partir de janeiro de 2012 (11,11% de reajuste). A classe médica exige que os honorários médicos sejam reajustados pelas operadoras de saúde de acordo com os valores da 6.ª edição da Classificação Brasileira Hierar­quizada de Procedimentos Médi­cos (CBHPM), entre R$ 60 e R$ 80, em média – ao longo das negociações, a Comissão e algumas especialidades, como endocrinologia, chegaram a determinar um valor exato: R$ 100.

Solução
Uma das possibilidades para aliviar os custos dos planos de saúde e tornar a remuneração dos médicos mais justa seria tirar as consultas da cobertura dos planos. A proposta está em estudo pelo Conselho Federal de Medicina e deve ser apresentada à ANS e às operadoras até agosto. A ideia é que todo o resto, exames, cirurgias e outros procedimentos, continuem cobertos, à exceção das consultas, que seriam pagas, particularmente aos médicos.
Usuário
Em caso de falta de médico de determinada especialidade, o usuário deve pedir alternativas ao seu plano de saúde. Caso continue desassistido e tenha de pagar por uma consulta, deve guardar o recibo e pedir ressarcimento à operadora. A negativa, se existir, deve ser recebida por escrito pelo paciente. Com isso ele poderá procurar a ANS (0800-7019656) e fazer uma denúncia. Se o caso não for resolvido administrativamente, ainda pode procurar o Juizado Especial para exigir o reembolso.
Pesquisa
O Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou um levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisas Datafolha que comprova a insatisfação dos usuários de planos de saúde. De acordo com a pesquisa, as reclamações mais comuns estão relacionadas com a demora no atendimento ou fila de espera, para 26%. Os entrevistados também reclamam das poucas opções de médicos, hospitais e laboratórios (21%) disponíveis para o atendimento de suas necessidades. Outros 14% relatam que tiveram que buscar a assistência no Sistema Único de Saúde (SUS) por conta da negação de cobertura ou por restrição de atendimento. O custo das mensalidades é considerado abusivo por 66% e o número de hospitais disponíveis também é motivo de insatisfação para 69%. Outro dado alarmante é o relato da cobrança de valores adicionais, além da mensalidade, apontada por 19% dos entrevistados.
Posição dos médicos
Um outro estudo realizado pelo Datafolha, encomendado pela Associação Paulista de Medicina (APM) e pela Associação Médica Brasileira (AMB), com o apoio do CFM, mostrou que a maioria absoluta dos profissionais brasileiros denuncia interferências das empresas na autonomia dos profissionais.
O médico que trabalha com operadoras de saúde atribuiu, em média, nota 5 para as operadoras, numa escala de zero a 10. E 92% dos médicos entrevistados afirmaram que os planos de saúde interferem em sua autonomia profissional.
O presidente da Associação Médica do Paraná (AMP), Dr. José Fernando Macedo, destaca que a classe médica está mobilizada na luta para que as operadoras de saúde repassem aos médicos valores justos sobre seus honorários. “As operadoras de saúde há mais de 10 anos não reajustam os valores de nossos honorários. Os médicos precisam imediatamente de condições de dignidade e valor para atender a população como ela merece ser atendida”, conclui o doutor.
 
Por Rosselane Giordani com informações da assessoria
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