Na safra de 2018, o Paraná detectou casos de estria bacteriana em lavouras de milho. A doença foliar, causada pela bactéria Xanthomonas vasicola pv. vasculorum, reduz a área fotossintetizante da planta. O oeste do Estado, polo do agronegócio, não está livre da doença e a preocupação sobre o impacto que ela pode causar nos resultados da colheita e como isso pode interferir no mercado.
“Essa doença gera novos desafios no campo da pesquisa, porque não há muito conhecimento sobre ela. Sabe-se que a maioria dos híbridos não é resistente e que possivelmente a sobrevivência ocorre na palhada de uma safra para outra. A semente do milho, possivelmente, seja uma fonte de dispersão do patógeno, mas não temos confirmação”, alerta o professor do curso de Agronomia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), no Câmpus de Toledo, Renato Tratch.
Os sintomas da doença são lesões estreitas (estrias) ao longo das nervuras, com bordas onduladas, e apresentando coloração de laranja a castanho. Quando contra luz, observa-se que são translucida. Estas lesões reduzem a área de fotossíntese afetando o potencial de produção da cultura.
“Não tivemos relatos concisos sobre a severidade com a produtividade. Sabemos que doenças podem reduzir a área ativa da folha em mais de 40%, o que impacta na produtividade da lavoura, porém sem informações precisas ainda. Os profissionais precisam buscar informação do manejo da cultura, visto que não existem controles específicos para a bactéria”, reforça.
Dia de campo
O milho safrinha será o tema do Dia de Campo promovido pela PUCPR em conjunto com empresas parceiras. Uma das estações técnicas tratará exclusivamente sobre a estria bacteriana. O evento, que deve contar com a participação de mais de 350 técnicos, acontece entre os dias 13 a 16 de maio na Fazenda do Câmpus de Toledo.
