Mestre em Sociologia e também integrante do Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea), Írio adianta que explicará conceitos ainda novos para a sociedade como soberania alimentar, direito humano alimentar e segurança alimentar e nutricional. “Eles são amplos, mas se complementam e articulam. O Estado deve atuar hoje em três frentes em relação aos direitos: respeito, proteção e promoção. É neste último que entram os restaurantes populares”.
Segundo Irio, a fome ainda grassa no país. Segundo dados do MDS, existem atualmente cerca de 16 milhões de brasileiros nesta situação. “É um contingente expressivo e o tema permanece como uma prioridade do governo. Toledo não conta com pessoas em situações de miserabilidade, portanto pode ousar, buscando uma segundo nível de realização desta política pública que é a alimentação adequada e saudável”, avalia Conti, defendendo maior investimentos a agricultura familiar, a reforma agrária e a criação de mecanismos para frear a intensa publicidade no consumo de alimentos gordurosos e com níveis exagerados de sal e açúcar.
Quanto aos restaurantes populares, que os maiores problemas acontecem quando essas estruturadas sofrem um gerenciamento terceirizado. “O direito à alimentação não se resume a uma simples porção de ração. A comida não é uma simples mercadoria, envolvendo toda uma relação cultural e social. O processo de gestão precisa estar humanizado”, alerta Írio, indicando que o mundo, segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), precisará aumentar em 70% a produção de alimentos em 2050 para abastecer uma população de nove bilhões de indivíduos. “O Brasil será um dos celeiros do planeta, mas terá que equacionar o abastecimento interno com a agricultura para exportação”.
Da Assessoria - Toledo