A Pandemia de Coronavírus traz à tona um velho problema de saúde pública desta Região que reúne quase dois milhões de habitantes, a falta de leitos de UTI. A baixa oferta de leitos gerais e específicos Covid-19, colocam o sistema de saúde da Regional Macro Oeste em alerta, o sistema pode colapsar. A média de isolamento social regional está abaixo de 40%.
Para entender a estrutura disponível é preciso compreender a distribuição de leitos de UTI para uso geral:
Macro Leste – 1 leito de UTI para cada 16.457 habitantes
Macro Noroeste - 1 leito de UTI para cada 18.096 habitantes
Macro Norte – 1 leito de UTI para cada 12.858 habitantes
Macro Oeste - 1 leito de UTI para cada 22.962 habitantes
A ocupação de leitos de UTI geral em Toledo, dado de terça-feira (16), era de 100% e em Cascavel a ocupação de leitos gerais era de 77,5%.
Estes números já indicam parte da situação do sistema de saúde pública, na Macro Oeste. A ocupação de leitos exclusivos para Covid-19 mostra o risco que está colocado. Enquanto a média de ocupação de leitos de UTI no Paraná é de 43%, na Macro Oeste é de 73%. Toledo e Cascavel já se encontram em nível de risco muito alto. “Conforme a taxa de ocupação destes leitos, aumenta a preocupação e o risco de colapso do sistema de saúde na região Macro Oeste do Paraná”, consta no Boletim Epidemiológico desta quarta-feira (17), do município de Cascavel.
O número de crianças contaminadas também é preocupante. Segundo o Boletim de Cascavel os leitos exclusivos de Covid-19 pediátricos ficam em Pato Branco: dois de UTI e três de enfermaria, para atender a população de cinco regionais de saúde, totalizando 1.915.836 habitantes.
Enquanto a Região Macro Oeste conta com 85 leitos de UTI adulto específico para Covid-19, a Região Noroeste tem 102, Norte 153 e Região Leste (Curitiba) são 328 leitos de UTI.
Se analisar a incidência de casos confirmados de Covid-19 por milhão de habitante (quanto os casos representariam numa escala de milhão), entre cidades com mais de 100 mil habitantes Cascavel e Toledo aparecem a frente de Londrina, Maringá e Curitiba.
Cascavel – 4381 casos por milhão
Toledo – 2049 casos por milhão
Londrina – 1640 casos por milhão
Maringá – 1083 casos por milhão e,
Curitiba – 989 casos por milhão.
Toledo fechou o dia com 47 novos casos de Covid-19, o que totaliza 508 casos positivos para Covid-19 (já incluso todos os casos confirmados na Cadeia Pública anunciados no dia 13 de junho), destes 51 são considerados recuperados, três óbitos, e 293 pessoas aguardam resultado de exames. Cascavel já registra 1439 casos e 25 óbitos.
O Ministério Público de Cascavel havia pedido à Justiça o lockdown do município. Hoje a Justiça se pronunciou dizendo que esta responsabilidade cabe ao município – se há ou não necessidade baseado em dados técnicos, e a Justiça definir da legalidade ou não das medidas.
A prefeitura de Cascavel tem toque de recolher a partir das 20 horas, reduziu o horário do comércio e transporte público e no próximo sábado e domingo fecha tudo, os únicos segmentos autorizados a funcionar são: hospitais, farmácias e laboratórios.
Para Amop Oeste é o epicentro da Pandemia no Paraná
Reunidos na manhã desta quarta (17) por videoconferência, prefeitos da região da Amop discutiram o agravamento do quadro de coronavírus na região Oeste e medidas de enfrentamento aos efeitos da pandemia. Sob o comando do prefeito de Matelândia e presidente da Amop, Rineu Menoncin (Texeirinha), a reunião contou com a participação de 40 chefes do Executivo. Segundo Texeirinha, uma comissão de prefeitos irá a Curitiba nos próximos dias para discutir com o governador Ratinho Jr e com o secretário estadual de Saúde, Beto Preto, medidas de enfrentamento ao novo coronavírus e a possibilidade de abertura de novos leitos hospitalares na região, já que a capacidade de atendimento da estrutura atual disponível já está próxima do limite. “Hoje, a região Oeste está no epicentro da pandemia no Estado e medidas urgentes precisam ser adotadas, não somente por parte de prefeitos, governador e deputados, mas também por parte de toda a sociedade. Muita gente não tem feito a sua parte, participando e promovendo eventos com aglomeração de pessoas e saindo às ruas sem necessidade
Não queremos o lockdown, mas, se for necessário, essa medida extrema precisará ser adotada, em nome de vidas que não podem ser perdidas sem que algo seja feito”, destacou o presidente da Amop.
Medidas propostas pela AMOP
- aumento nas medidas de fiscalização;
- restrição ainda maior no deslocamento de pessoas;
- reforço na divulgação do risco de contágio e outras ações.
A taxa média de isolamento regional, abaixo de 40%, também preocupa as autoridades.