1144 x 150 anu%e2%95%a0%c3%bcncio casa de noti%e2%95%a0%c3%bcciasconstrua pre%e2%95%a0%c3%bcdios no biopark

DESENVOLVIMENTO

No oeste, 60 agroindústrias iniciam a implantação de processos de qualidade

O Sebrae/PR e o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), com o apoio do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), iniciaram, na última segunda-feira, dia 18, o Programa de Implantação de Boas Práticas de Fabricação em Agroindústrias. No total, 60 agroindústrias das cidades ou microrregiões de Cascavel, Marechal Cândido Rondon, Missal e São Miguel do Iguaçu receberão capacitações individuais e coletivas, até o final deste ano. Os recursos para a aplicação do Programa às agroindústrias são subsidiados pelo MDA e Sebrae/PR.

22/07/2011 - 07:02


Segundo o consultor do Sebrae/PR, Emerson Durso, o Programa de Implantação de Boas Práticas está dividido em cinco treinamentos em grupo e visitas de consultorias nas agroindústrias participantes. “As primeiras capacitações coletivas, que tiveram como tema os perigos e higiene pessoal, aconteceram em Missal, no dia 18; e em São Miguel do Iguaçu, no último dia 20. As demais, com o mesmo tema, estão marcadas para Cascavel, na próxima quarta-feira, dia 27; e para Marechal Rondon, no dia 9 de agosto. Em cada cidade, temos uma média de 15 empresas reunidas”, afirma o consultor.
Ainda de acordo com Emerson Durso, os treinamentos em grupo têm duração de duas horas de teoria e, na sequência, são marcadas visitas nas agroindústrias para tratar, in loco, dos temas repassados nas capacitações coletivas. “As visitas são de aproximadamente uma hora e meia e servem para identificar se a agroindústria está conseguindo colocar em prática os ensinamentos de boas práticas de fabricação. Com o especialista no local, é mais fácil identificar os erros e sugerir quais os caminhos para a adequação dos processos produtivos.”
Os outros temas inseridos no Programa de Implantação de Boas Práticas, em agroindústrias, referem-se às condições ambientais, instalações e equipamentos, previstos para acontecer em agosto; questões de higiene de ambientes, equipamentos e utensílios, previstos para setembro; normativas sobre matérias-primas e insumos, com previsão para treinamento em outubro; e capacitação sobre produção e documentação, previamente marcada para novembro.
O objetivo do Programa é auxiliar as agroindústrias da região a seguirem um manual de boas práticas de fabricação, que é uma exigência legal de órgãos como o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). “Esse manual é uma descrição fiel de todos os procedimentos da empresa, como é feita a higienização pessoal, dos equipamentos, o controle de recebimento das matérias primas, a seleção dos fornecedores, as receitas de cada produto, entre outros. Todo o processo produtivo é documentado no manual, que passa a fazer parte do dia a dia da agroindústria”, destaca Emerson Durso.
Participam do Programa, até dezembro, agroindústrias da região que atuam nos segmentos de panificação, embutidos, leite e derivados, mel, cana e derivados, peixe, geleia de frutas, polpas de frutas, abate de frango caipira, abate de suínos, massas e salgados, ovos, produção de vinho e vinícolas, chás, temperos e ervas medicinais. “A turma, composta de 60 agroindústrias, foi selecionada com o auxílio da Emater, de acordo com alguns critérios de fabricação de alimentos de origem vegetal e animal”, complementa o consultor do Sebrae/PR.
Padrões técnicos
De acordo com o gerente regional da Emater, Carlos Roberto Strapasson, nas 28 cidades próximas a Cascavel (abrangência regional da Emater) existem cerca de 300 agroindústrias. “As 60 selecionadas para o Programa já estão de acordo com algumas das exigências de estruturação de suas unidades industriais, como utilização de equipamentos e existência de locais específicos para manipulação dos alimentos. Mas estamos trabalhando junto às demais para que sejam estruturadas e também possam, num segundo momento, receber as capacitações de boas práticas”, assegura.
Dentro do perfil estabelecido para que as agroindústrias possam receber o Programa estão, ainda, a existência de algum sistema de inspeção, como o Serviço de Inspeção Municipal (SIM); condições ambientais mínimas, como saneamento e distância mínima de 80 metros de áreas de produção de odores, a exemplo de galinheiros; controles básicos de matéria-prima; estrutura de manipulação separado da residência; banheiro com vestiário, entre outros requisitos.
“Temos acompanhado esse grande grupo de agroindústrias e produtores rurais que estão em processo de industrialização de algum produto. A parceria com o Programa veio em boa hora para atender a uma demanda de agroindústrias que já estavam de acordo com esses pré-requisitos. Nossa intenção é que outras agroindústrias qualifiquem suas estruturas para que, em seguida, possam, também, entrar em processo de qualificação de produtos, com boas práticas de fabricação”, ressalta Strapasson.
Qualidade
Na avaliação do gerente da Regional Oeste do Sebrae/PR, Orestes Hotz, com o desenvolvimento do Manual de Boas Práticas de Fabricação e descrição dos Procedimentos Padrão de Higiene Operacional (PPHO), as agroindústrias passam a ter maior controle do processo produtivo, identificando pontos onde há riscos de contaminação e evitando que aconteçam. “Com isso é possível assegurar o fornecimento de alimentos seguros tanto para a merenda escolar como para os distribuidores e mercado varejista. No final, quem ganha é o consumidor, que adquire um produto de qualidade”, garante.
A coordenadora da Vigilância Sanitária em Serranópolis do Iguaçu, Paula Zanchett, participou do encontro do Programa em São Miguel do Iguaçu, na última quarta-feira, dia 20, e concorda que os maiores beneficiados serão os consumidores finais. “Percebi que muitas das orientações do Programa vêm ao encontro daquilo que solicitamos nas inspeções a esses produtores, como a questão da higiene, os cuidados e hábitos saudáveis na produção, manipulação, armazenamento e transporte dos alimentos. Com certeza, com as capacitações recebidas, será mais fácil para se adequarem as normas e aumentar a qualidade da produção”, indica.
Em Serranópolis, diz a coordenadora, são seis agroindústrias e produtores rurais que fornecem alimentos para a merenda escolar de três escolas, uma municipal e duas estaduais; outra no contraturno escolar; e, ainda, ao “Clube dos Vovôs”, entidade que abriga idosos. “Duas dessas agroindústrias já estão inseridas no Programa de Boas Práticas de Fabricação, uma de panificação e outra de produção de morangos. As demais demonstraram grande interesse, mas ainda precisam fazer adequações estruturais para participar. Com a oportunidade, algumas estão até pensando em aumentar a produção, já de maneira mais qualificada”, exemplifica.

Sem nome %281144 x 250 px%29