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Casa Vitta descarta descredenciamento do SUS e não garante credenciamento em neurologia

Na manhã desta quinta-feira (28) a superintendente do Hospital Bom Jesus, Michele Okano,e o representante do grupo catarinense Casa Vitta, doutor Vilson Watte conversaram com reportagem da Casa de Notícias sobre o processo de negociação de venda das cotas sociais da Casa de Saúde. Watte esteve em Toledo conversando com a imprensa sobre o andamento do processo em que o Grupo Casa Vitta irá assumir as cotas da família Okano no hospital. Na ocasião Watte descartou a possibilidade de descredenciamento do SUS, mas também não garantiu que o Hospital conseguirá credenciamento em alta complexidade em neurologia.

28/07/2011 - 14:19


A superintendente do hospital explicou na oportunidade que a venda das cotas sociais da família, que representam 50,78%,  já havia sido anunciada no ano passado e que a partir de então se iniciou as negociações. Michele conta que há algum tempo as negociações foram iniciadas e o grupo veio a Toledo conhecer e se interar sobre o hospital. “Já estamos conversando a algum tempo, os dados foram repassados e houve um interesse do grupo. Chegamos a um denominador comum, e fechamos valores e partir desse momento abrimos para os demais sócios da casa. Estamos no aguardo. Nossa família tem a intenção de vender, e o grupo tem a intenção de comprar, porém tem uma sociedade de 40 anos, quem tem preferência na compra são os sócios. Os valores que acertamos agora tem que ser apresentado aos sócios, pois temos que respeitar o prazo que rege o estatuto social que rege a Casa de Saúde. O prazo é de sessenta dias e já está correndo”, disse. Segundo a superintendente, os sócios estão notificados, e até o presente momento somente o grupo da Casa Vitta demonstrou interesse na compra da cota da família Okano. Segundo Watte o negócio entre o grupo Vitta e a família Okano já está acertado, e que a única possibilidade de não se concretizar a venda seria se os demais sócios minoritários manifestassem interesse cobrissem proposta.

Vilson Watte disse em entrevista que as intenções do grupo com a Casa de Saúde Bom Jesus “não é de mudar muito”. Na avaliação do provável comprador do hospital não será necessário fazer muitas mudanças no hospital: “muita coisa está boa, é uma trajetória de 40 anos. Vamos apenas implementar,  acrescentar algumas coisas, que não vão ser muito grandes”, disse Watte que desmentiu ainda a notícia que o Hospital poderia buscar o descredenciamento junto ao Sistema Único de Saúde (SUS). “É importante frisar em relação ao SUS: eu posso afirmar que com toda certeza não haverá descredenciamento do SUS. Vamos continuar atendendo e vamos melhorar”, garantiu Watte. Ele informou também que o grupo pretende realizar investimentos no atendimento particular de convênios, ampliar o número de leitos da UTI, investir em equipamentos devido a grande demanda em diagnóstico, além de mudar “um pouco a cara do hospital”. Watte garante que somente melhorias serão feitas, mas sem grandes mudanças, pois o nome do hospital permanecerá o mesmo.
Sobre os desafios que irá enfrentar quando assumir o hospital que é referência para 18 municípios Watte disse que o problema da saúde básica acomete todo o Brasil e que Toledo vive numa condição melhor que outros municípios. “Vejo que aqui o problema não é muito grande, existe o pronto atendimento, existe uma certa triagem no hospital municipal, e somente os casos mais graves vem para o hospital”, comentou Watte sobre a realidade de Toledo que ele está tomando conhecimento agora. Na opinião do médico “não se pode colocar nas costas do hospital a responsabilidade de uma saúde básica de toda uma região. “O hospital aqui tem que fazer saúde de média e alta complexidade, essa é a função do hospital. Não pode atender somente saúde básica. Em outros lugares o problema é muito maior”.
Neurologia
Questionado sobre um dos grandes desafios a serem enfrentado pela nova administração Watte argumentou que o credenciamento em neurologia não depende somente do hospital e sim de todos os gestores envolvidos no processo. “Tem que buscar o entendimento, e a possibilidade real de acontecer de forma efetiva. Não podemos dizer que vamos ter neurologia só para dizer, se assumirmos terá que funcionar”, disse. O médico destacou que para o credenciamento acontecer é preciso ter profissional remunerado e avaliar se existe estrutura física para o atendimento. Na visão do médico é preciso ter também a vontade dos gestores e o engajamento de todos. “O hospital é uma parcela de um todo. O hospital não pode dizer que vai abrir neurologia se não tem profissional, se não existe remuneração adequada pelos gestores. É necessário que se tenha o consenso de todos”, disse Watte sobre a possibilidade do Bom Jesus vir a se credenciar em alta complexidade em neurologia.
 
Confira reportagem completa em vídeo.
 
Por Rosselane Giordani
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