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Por Cleber Lindino: Eu, Robô?

Tomei emprestado este título da Revista National Geographic Brasil (NatGeo) de agosto de 2011 que traz uma reportagem sobre o futuro da robótica. É também o título do livro de Isaac Asimov, publicado em 1950 e que mudou a mitologia dos robôs na literatura de ficção científica. Antes deste livro, os robôs eram em geral criaturas malévolas, como o monstro de Frankenstein, sempre se voltando contra seus criadores.

01/08/2011 - 07:44


Foi nesse livro que pela primeira vez as Três Leis da Robótica apareceram (embora tenham sido de fato sugeridas inicialmente por John Campbell Jr., como sempre reconheceu Asimov). A reportagem da NatGeo apresenta as maiores evoluções no campo da robótica, com o desenvolvimento de robôs que podem pensar(?) agir e se relacionar com pessoas. Muitos deles estão sendo construídos com feições humanas, simulando nossos comportamentos (os famosos andróides). Estes andróides fazem parte de uma geração de robôs, criaturas artificiais projetadas para funcionar não como máquinas industriais pré-programadas, mas como agentes progressivamente autômatos capazes de desempenhar tarefas antes realizadas por seres humanos. Os robôs tradicionais, como aqueles que estão na linha de montagem de automóveis, são programados para realizar uma sequencia exata de tarefas, mas isto só é viável quando as variáveis do ambiente estão bem definidas e não mudam. Em um mundo real, no dia-a-dia, o número de variáveis é enorme e a complexidade de informações mutáveis também é grande. Este é um dos maiores desafios da robótica. Os seres humanos utilizam um intrincado sistema de movimentos e intenções capitaneados pela máquina mais complexa que existe, o cérebro. E imitar isto não será fácil. O ser humano é imprevisível e as emoções mudam em nós a cada instante. Também fica a pergunta: como simular a ética e a moral, características tão humanas? Isaac Asimov formulou três leis para os Robôs: 1ª - Nenhum robô pode ferir um ser humano, nem permitir que sofra, por inação, qualquer dano. 2ª - Um robô tem que obedecer às ordens que lhe forem dadas pelo ser humano, a menos que contradigam a primeira lei. 3ª- A obrigação de cada robô é preservar a própria existência, desde que não entre em conflito com a primeira ou a segunda lei. Talvez os robôs nunca adquiram uma característica humana de grande importância: a capacidade de sonhar, de fantasiar, de criar. Mas a Ciência e a Tecnologia estão trabalhando muito para desenvolver robôs que nos auxiliem e possam ser um aliado para a qualidade de vida. E isto é bom, dentro de regras bem estabelecidas. Meu maior receio não é um robô com características humanas, mas pessoas sem características humanas.


 

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