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ECONOMIA

Exportação de carne in natura recua em julho

As exportações de carne in natura do Brasil recuaram em julho, devido ao peso do câmbio valorizado e ao embargo russo a mais de 100 frigoríficos. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), 369,7 mil toneladas de carnes bovina, suína e de frango deixaram os portos brasileiros no último mês – volume 15% menor que o de junho e 20% inferior ao de julho de 2010.

06/08/2011 - 19:45


As exportações do setor haviam crescido no mês anterior, com importadores antecipando compras para a primeira quinzena, antes da suspensão russa às processadoras brasileiras. “Em julho, já se viu um pouco mais de efeito (do embargo). A queda foi muito significativa para a carne suína, mas o recuo da carne bovina não é desprezível”, disse o diretor técnico da consultoria Informa Economics FNP, José Ferraz. Os analistas ressaltam que ainda é difícil isolar o “efeito Rússia” na queda dos embarques, e esperam por relatórios mais detalhados.

Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do MDIC revelam que as exportações de carne suína despencaram para 30 mil toneladas, uma redução de até 35% com relação ao mês anterior. Atualmente, a indústria de suínos conta com apenas um frigorífico habilitado para exportar ao mercado russo, que era o destino de um terço da produção.

Pressionadas pelo real forte, que deixa o produto brasileiro mais caro no exterior, as vendas externas de carne bovina do Brasil caíram 19% no mês passado, para 62,8 mil toneladas. De acordo com Antonio Jorge Camardelli, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), a crise no mundo árabe, que afeta demanda dessa região, e as restrições europeias, que mantêm um número limitado de propriedades habilitadas a exportar, são o problema.

Para o presidente da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Francisco Turra, não houve surpresa. “No período em que o dólar esteve derretido, a indústria perdeu mercado europeu e japonês. E teve o problema com o mercado russo.” Os embarques do setor caíram 11% de junho para julho.

No Paraná, a maior queda é a da bovinocultura, cujas exportações de carne congelada caíram 75% mês passado, na comparação com julho do ano anterior, para apenas 308 toneladas. Com recuo de 13%, os embarques paranaenses de carne suína congelada somaram 2,8 mil toneladas em julho. Já as vendas externas de frango inteiro congelado do Paraná somaram 36,1 mil toneladas no mês passado, volume 7% menor que o registrado há um ano.

Rússia

A Rússia voltou a suspender importações de carnes do Brasil. Desta vez, mais 37 plantas frigoríficas brasileiras estão proibidas de exportar ao país, elevando ao total de 126 as unidades processadoras que ainda estão proibidas de exportarem ao mercado russo. A Rússia já havia embargado as compras de 89 processadoras do Paraná, Mato Grosso e Rio Grande do Sul, desde 15 de junho, citando problemas com as condições de higiene e segurança alimentar das plantas. O governo brasileiro alega que não há base técnica para a decisão russa.

 

Das agências

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