Na manhã desta quinta-feira (6), representantes de diversas instituições públicas e de saúde se reuniram na sala de reuniões do Gabinete do Prefeito de Toledo para discutir a situação financeira e operacional do Hospital Regional de Toledo (HRT). O encontro contou com a presença de representantes do Instituto de Desenvolvimento, Ensino e Assistência à Saúde (IDEAS) — organização responsável pela gestão do hospital —, da 20ª Regional de Saúde, do Conselho Municipal de Saúde, da administração municipal e do Ministério Público.
A reunião foi convocada em razão de denúncias e problemas na gestão da unidade, incluindo a interrupção de atendimentos especializados, dificuldades no fornecimento de insumos e atrasos no pagamento de colaboradores. Esses fatores têm gerado incertezas quanto à continuidade do funcionamento pleno do hospital, que é referência para toda a macrorregião.
Durante a reunião, a administração do IDEAS reconheceu a gravidade da crise e afirmou que o atual modelo de custeio do HRT “não se sustenta da forma como está”. A entidade explicou que, para a terceirização dos serviços hospitalares, o formato viável seria o de gestão integral, no qual a organização social assume todas as despesas e o poder público realiza o repasse total dos valores mensalmente. No entanto, segundo o IDEAS, esse modelo exigiria um aporte financeiro significativamente maior do Município, o que o tornaria inviável nas condições atuais.
O instituto apresentou dados que apontam um déficit mensal crescente, estimado em cerca de R$ 1 milhão. A situação teria se agravado pela não efetivação de um cofinanciamento prometido pelo Governo do Estado do Paraná, no valor de R$ 1,5 milhão por mês — recurso considerado essencial para garantir o equilíbrio econômico do hospital e a continuidade dos atendimentos.
Diante do quadro, o IDEAS propôs que a solução mais imediata e sustentável para o HRT depende do cumprimento desse repasse estadual. O Ministério Público, por sua vez, comprometeu-se a formalizar uma consulta ao Governo do Estado e à Secretaria de Estado da Saúde para obter um posicionamento oficial sobre o aporte mensal de R$ 1,5 milhão.
O repasse mencionado pelo IDEAS refere-se ao aporte anual de R$ 10.913.421,96 anuais prometido pelo Governo do Estado e publicado em Diário Oficial do Paraná, no dia 4 de julho de 2024 – edição 11.694, o despacho do secretário de Saúde do Governo do Estado, César Augusto Neves Luiz, do Protocolo 22.115.436-3.
A Sesa declarou que: "O Estado repassa recurso mediante produção. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) ofereceu um contrato de produção ambulatorial e hospitalar no valor de R$ 1,5 milhão à instituição. O hospital fez uma contraproposta de R$ 909 mil para serem pagos mensalmente pela Sesa, que foi aceita pela Pasta. A Secretaria cumpriu rigorosamente com os pagamentos, inclusive com os dos leitos de UTI que não são habilitados pelo Ministério da Saúde (MS), mas o Estado realiza pagamento administrativo. Não há atrasos em relação ao financiamento da Sesa".
O prefeito de Toledo, Mário Costenaro destacou que o objetivo do encontro foi analisar o modelo de concessão vigente no HRT e refletir sobre novos caminhos, com foco na manutenção do atendimento. “O Hospital Regional tem papel fundamental em toda a rede de saúde de Toledo e região. Nosso compromisso é manter e aprimorar os serviços, e essa reunião foi estratégica para buscar soluções nesse sentido”, acrescentou.
O Ministério Público solicitou que o IDEAS realize um esforço emergencial para normalizar o pagamento dos colaboradores e a reposição de materiais, evitando a redução de atendimentos. Também foi orientado que o Município de Toledo aprofunde a análise das contas e da contabilidade do hospital, com o objetivo de identificar as causas do déficit financeiro.
As instituições envolvidas acordaram que, caso o cofinanciamento estadual não seja confirmado, será necessário reavaliar o modelo de gestão do HRT em uma nova reunião a ser agendada.
Ao final do encontro, o Ministério Público destacou a importância de manter o Hospital Regional de Toledo em pleno funcionamento e garantiu que continuará acompanhando o caso. O IDEAS reafirmou seu compromisso de manter a unidade aberta e em atendimento à população da macrorregião. “O Ministério Público atua como mediador, por se tratar de um tema de grande relevância pública. Nosso papel é evitar o agravamento da situação e garantir a continuidade dos serviços de saúde", informou o Promotor de Justiça, José Roberto Moreira.
Matéria atualizada 06 de novembro de 2025, às 18h54, com informações da SESA.
Matéria atualizada 06 de novembro de 2025, às 18h54, com informações da SESA.




