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SAÚDE

Crise financeira do Hospital Regional de Toledo é tema de reunião de autoridades

O Hospital estima déficit mensal em torno de R$ 1 milhão. Segundo o IDEAS, o Estado do Paraná não cumpriu com o cofinanciamento prometido, recurso considerado essencial para garantir o equilíbrio econômico do hospital. O Estado nega qualquer tipo de atrasos no repasse

06/11/2025 - 17:35
Por Redação


Na manhã desta quinta-feira (6), representantes de diversas instituições públicas e de saúde se reuniram na sala de reuniões do Gabinete do Prefeito de Toledo para discutir a situação financeira e operacional do Hospital Regional de Toledo (HRT). O encontro contou com a presença de representantes do Instituto de Desenvolvimento, Ensino e Assistência à Saúde (IDEAS) — organização responsável pela gestão do hospital —, da 20ª Regional de Saúde, do Conselho Municipal de Saúde, da administração municipal e do Ministério Público.

A reunião foi convocada em razão de denúncias e problemas na gestão da unidade, incluindo a interrupção de atendimentos especializados, dificuldades no fornecimento de insumos e atrasos no pagamento de colaboradores. Esses fatores têm gerado incertezas quanto à continuidade do funcionamento pleno do hospital, que é referência para toda a macrorregião.

Durante a reunião, a administração do IDEAS reconheceu a gravidade da crise e afirmou que o atual modelo de custeio do HRT “não se sustenta da forma como está”. A entidade explicou que, para a terceirização dos serviços hospitalares, o formato viável seria o de gestão integral, no qual a organização social assume todas as despesas e o poder público realiza o repasse total dos valores mensalmente. No entanto, segundo o IDEAS, esse modelo exigiria um aporte financeiro significativamente maior do Município, o que o tornaria inviável nas condições atuais.

O instituto apresentou dados que apontam um déficit mensal crescente, estimado em cerca de R$ 1 milhão. A situação teria se agravado pela não efetivação de um cofinanciamento prometido pelo Governo do Estado do Paraná, no valor de R$ 1,5 milhão por mês — recurso considerado essencial para garantir o equilíbrio econômico do hospital e a continuidade dos atendimentos.

Diante do quadro, o IDEAS propôs que a solução mais imediata e sustentável para o HRT depende do cumprimento desse repasse estadual. O Ministério Público, por sua vez, comprometeu-se a formalizar uma consulta ao Governo do Estado e à Secretaria de Estado da Saúde para obter um posicionamento oficial sobre o aporte mensal de R$ 1,5 milhão.

O repasse mencionado pelo IDEAS refere-se ao aporte anual de R$ 10.913.421,96 anuais prometido pelo Governo do Estado e publicado em Diário Oficial do Paraná, no dia 4 de julho de 2024 – edição 11.694, o despacho do secretário de Saúde do Governo do Estado, César Augusto Neves Luiz, do Protocolo 22.115.436-3.

A Sesa declarou que: "O Estado repassa recurso mediante produção. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) ofereceu um contrato de produção ambulatorial e hospitalar no valor de R$ 1,5 milhão à instituição. O hospital fez uma contraproposta de R$ 909 mil para serem pagos mensalmente pela Sesa, que foi aceita pela Pasta. A Secretaria cumpriu rigorosamente com os pagamentos, inclusive com os dos leitos de UTI que não são habilitados pelo Ministério da Saúde (MS), mas o Estado realiza pagamento administrativo. Não há atrasos em relação ao financiamento da Sesa".

O prefeito de Toledo, Mário Costenaro destacou que o objetivo do encontro foi analisar o modelo de concessão vigente no HRT e refletir sobre novos caminhos, com foco na manutenção do atendimento. “O Hospital Regional tem papel fundamental em toda a rede de saúde de Toledo e região. Nosso compromisso é manter e aprimorar os serviços, e essa reunião foi estratégica para buscar soluções nesse sentido”, acrescentou.

O Ministério Público solicitou que o IDEAS realize um esforço emergencial para normalizar o pagamento dos colaboradores e a reposição de materiais, evitando a redução de atendimentos. Também foi orientado que o Município de Toledo aprofunde a análise das contas e da contabilidade do hospital, com o objetivo de identificar as causas do déficit financeiro.

As instituições envolvidas acordaram que, caso o cofinanciamento estadual não seja confirmado, será necessário reavaliar o modelo de gestão do HRT em uma nova reunião a ser agendada.

Ao final do encontro, o Ministério Público destacou a importância de manter o Hospital Regional de Toledo em pleno funcionamento e garantiu que continuará acompanhando o caso. O IDEAS reafirmou seu compromisso de manter a unidade aberta e em atendimento à população da macrorregião. “O Ministério Público atua como mediador, por se tratar de um tema de grande relevância pública. Nosso papel é evitar o agravamento da situação e garantir a continuidade dos serviços de saúde", informou o Promotor de Justiça, José Roberto Moreira.

Matéria atualizada 06 de novembro de 2025, às 18h54, com informações da SESA.

 

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