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SAÚDE

MP intervém e município tem que pagar plantonista pediátrico no Mini, mas solução definitiva só quando Schiavinato voltar da Europa

Um grupo de pediatras, representados pelo colega Geraldo Pandolfo, entrou com uma queixa na Promotoria Pública, de que o município de Toledo não garante plantões de pediatria, no Mini-Hospital há quatro meses, entre os horários da 1h às 7h de sexta-feira a domingo e que, este tipo de postura gera uma situação de risco para as crianças. A denúncia deu conta de que as crianças eram encaminhadas, por enfermeiros, ao Hospital Bom Jesus o que sobrecarregava o sistema com atendimento de baixa complexidade e colocando em risco crianças em situação de emergência, uma vez que estas não tinham um primeiro atendimento pelo profissional competente. O prefeito em exercício, Lúcio de Marchi admitiu que o município suspendeu os plantões, segundo ele, pela baixa demanda. Porém para dar solução ao caso, ele achou melhor aguardar o retorno do prefeito Schiavinato que está retornando da Europa.

24/09/2011 - 16:23


O encontro contou com a presença, além de Lúcio de Marchi e a secretária de Saúde, Denise Liel, médicos pediatras, chefe da 20ª Regional de Saúde, representantes dos Hospitais HCO e Bom Jesus, Ciscopar, Conselho Municipal da Saúde e o vereador Ademar Dorfschmidt, entre outros.
Embora o problema tenha chegado só agora na Promotoria Pública já se arrasta há quatro meses e os pediatras presentes na reunião se disseram preocupados com a situação. O Dr. Geraldo Pandolfo disse que a situação acaba colocando em risco a vida das crianças que precisam de atendimento rápido e que, ao chegarem ao Mini-Hospital e não encontrarem o plantonista são encaminhadas, muitas vezes, por enfermeiros ao Hospital Bom Jesus. “Por outro lado, nem mesmo a atenção básica é atendida lá pela falta de plantonista. Até caso de assadura vai parar no plantão do Hospital Bom Jesus, tomando o tempo do médico que deveria estar atendendo uma criança com casos graves”.
 O Dr. José Silva Tramujas, outro pediatra presente na reunião reforçou os argumentos do colega e apontou outra problemática, a falta de UTI Pediátrica. “Estamos numa regional de quase 600 mil habitantes e não temos um leito de UTI pediátrica, ficamos na dependência de Cascavel. Se gasta tanto dinheiro em tantas outras coisas... não dá para entender uma coisa dessas”, desabafou o pediatra.
A superintendente do Hospital Bom Jesus, Michele Okano lamentou a ausência de plantonistas no município. “A sobrecarga cai no Hospital, isto precisa ser resolvido, pois a baixa complexidade é responsabilidade do município. Eles precisam ter mais resolutividade maior na atenção básica. Nossa obrigação é atender média e alta complexibilidade”.
O prefeito em exercício, Lúcio de Marchi admitiu que o município suspendeu os plantões de sexta-feira até domingo, no horário entre 1h e 7h. “Fui informado que era por conta da baixa demanda e que os clínicos atenderiam as demandas e as urgências seriam encaminhadas para o Hospital”.
Michele Okano questionou a baixa demanda. “Mesmo que seja três crianças, se uma chegar no Mini precisando de urgência, esta uma pela falta de pediatra pode ir a óbito. Não querem ter plantonista, então remunerem o Hospital”.
O Dr. Tramujas também contestou o argumento apresentado por Lúcio de Marchi. “Em Cascavel eles tem plantonista seja para uma ou dez crianças, pois elas são o que há de mais precioso para uma família. Isso já é suficiente para ver o erro que vocês cometeram”, contestou.
O motivo discutido que teria norteado a decisão de suspender os plantões é de que devido a baixa demanda o custo de horas-extras e adicionais noturnos se tornam elevados. O presidente do Conselho Municipal de Saúde, Rodrigo Melonari disse que não tinha conhecimento do problema. “Não é do conhecimento do Conselho que não estava sendo fechada a escala de plantões, mas o município tem corpo médico para realizá-los. Agora é um absurdo que o município suspenda os plantões para não paga-los”.
O custo médio dos plantões por mês, apontado pelos médicos sairia em torno de R$ 8 mil/mês para pagar todos os médicos plantonistas. O vereador Ademar Dorfschmidt (PMDB), presente na reunião defendeu que se faça uma adequação no orçamento do município para pagar os plantões. “Temos uma pequena margem no limite prudencial é possível absorver este valor na folha. É um absurdo que isso ocorra. Precisamos mobilizar todos os agentes para resolver também o problema da UTI Pediátrica”.
O chefe da 20ª Regional da Saúde, Dieter Seyboth disse que plantão é um problema do município e que o Estado estará cumprindo com a PEC 29 aprovada no Congresso que prevê o limite de investimento em saúde para cada ente.
O prefeito em exercício, Lúcio de Marchi disse que o problema da saúde pública no Brasil é muito sério. “Em Brasília tramitou por 11 anos a PEC 29, aprovada esta semana, os municípios tem que investir pelo menos 15% do seu orçamento em saúde pública, em Toledo no ano passado foi investido 20,35%. O estado vinha considerando como investimento na saúde o saneamento básico, o leite das crianças... e a União investe 3% em saúde e as especialidades, por exemplo, gastamos mais de R$ 250 mil e isso não é responsabilidade nossa e aí acontece isso que estamos vendo agora”.
O promotor José Roberto Moreira cobrou uma solução uma vez que, segundo ele, o município confessou a necessidade do plantonista. Por tanto, segundo ele, tinha duas soluções possíveis: O município contratar um médico, através de teste seletivo ou pagar as horas-extras aos médicos plantonistas. Mas o prefeito em exercício, Lúcio de Marchi não quis tomar a decisão, naquele momento, achando melhor aguardar o prefeito José Carlos Schiavinato retornar da Europa. “O prefeito voltando, nós vamos colocar a situação para ele para tentar resolver em definitivo a questão”.
José Roberto Morreira disse à reportagem que o Município de Toledo deverá fazer uma escala de plantão, neste final de semana, cubrindo às 24h, pagando hora-extra para os profissionais que irão atender e na próxima semana com o retorno do prefeito José Carlos Schiavinato, o vice e a secretária se comprometeram de levar a problemática e buscar  a deliberação do Schiavinato. “O Município confessou a necessidade de ter um profissional médico no Mini-Hospital e que planeja ter o profissional até janeiro ou fevereiro do próximo ano. Se ele confessa esta necessidade o Ministério Público entende que tem que estar lá desde já. A forma é pagar hora extra para os médicos ou fazer um teste seletivo com a finalidade de contratar um médico temporário para trabalhar neste período até que a solução definitiva ocorra, o que não pode acontecer é ficar sem pediatra no plantão”.
 

OPINIÃO PARA PENSAR

Se a folha do município está no limite prudencial não está na hora de fazer a contabilidade do número de cargos em confiança e priorizar servidores para atenderem o que é básico, como a saúde?
Será que um custo de pouco mais de R$ 8 mil/mês, em horas-extras justifica-se a exposição de crianças, ao suspender os plantões de pediatras, quando só uma estátua pode ter custado....
quanto mesmo???

Por Selma Becker
 

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