Moro naquela rua
a que tem a árvore gigante
que encanta meus olhos desde que a vi
naquela manhã chuvosa de 2014
A árvore é majestosa
guarda em si histórias
que ouve das conversas das vizinhas
segredos arrulhados pelas pombas
ou chilreados pelos pardais
Eu a chamo de matriarca
pois sob seus galhos abrangentes
há uma imensidão de outras árvores
menores, mais jovens, menos vividas
Em dias de ventos fortes
pude observar mais de uma vez
que todas balançam para o mesmo lado
como se seguissem o ritmo da matriarca
e em dias de chuva muitas se encolhem
para caber embaixo dela
e sentirem a proteção de suas folhas
Elas vivem em harmonia
Eu encantada perco-me a olhar para ela
na sua grandiosidade
Faz bem para os olhos
Faz bem para alma