O grupo de trabalho ganhou projeção da imprensa em 2010, quando o então secretário nacional de Políticas sobre Drogas, general Paulo Roberto Uchoa, disse que o grupo pretendia elaborar um projeto de revisão da Lei 11.343/2006 (Lei Antidrogas). Entre as propostas de mudança estava tornar mais clara a distinção entre traficantes e usuários.
Hoje, a lei delega aos policiais, promotores e juízes a função de decidir quem é usuário e quem é traficante, com base em informações como a natureza e quantidade da droga, as condições do flagrante, as circunstâncias sociais e pessoais, a conduta e os antecedentes do suspeito.
A distinção é importante porque a lei define uma pena de cinco a 15 anos de prisão para quem vende ou distribui a droga, isto é, o traficante. Já o usuário não pode ser preso, uma vez que as penas previstas são somente advertência, prestação de serviços à comunidade e comparecimento a curso educativo.
Em 2011, o grupo parou de se reunir. A atual secretária nacional de Políticas sobre Drogas, Paulina Duarte, que era secretária adjunta na antiga Senad, garante, no entanto, que o grupo de trabalho não tinha chegado a qualquer conclusão sobre se a lei de 2006 deveria ser revista. Por isso, como não havia qualquer avanço, a paralisação não chegou a comprometer o trabalho do grupo, de acordo com Paulina Duarte.
“Não havia nenhum documento formatado, nenhuma resolução, nada no grupo. Havia apenas discussões. Não havia nenhuma demanda do governo para discutir essa questão [da diferenciação mais clara entre usuário e traficante]”, disse.
Segundo ela, a principal preocupação do governo brasileiro é que a lei seja aplicada corretamente. Por isso, o grupo de trabalho ressaltou, na época em que ainda estava ativo, a importância de se capacitar operadores do direito, como policiais, defensores, promotores e magistrados. Neste momento, 15 mil pessoas estão recebendo orientação sobre como aplicar a Lei 11.343/2006.
“Agora, é evidente que existem pontos da lei que tentamos melhorar. Agora mesmo, com o lançamento do plano Crack, É Possível Vencer, a presidenta Dilma mandou um pedido de modificação da lei de drogas para o Congresso, que é para acelerar a venda de bens de traficantes de drogas, para a gente poder utilizar o dinheiro em ações de prevenção e repressão”, disse.
O grupo de trabalho também deve contribuir para o estudo que será feito pela Organização dos Estados Americanos (OEA) sobre a atual política de repressão às drogas adotada nas Américas e sobre possíveis alternativas a ela. Depois de finalizado, o estudo da OEA será entregue a cada um dos presidentes do continente, que poderão usá-lo para decidir que rumo tomar em suas políticas contra as drogas.
Da Agência Brasil
GERAL
Grupo que analisa revisão da Lei Antidrogas retoma trabalhos depois de um ano e meio parado
Depois de quase um ano e meio parado, o grupo de trabalho criado pelo governo federal para analisar possíveis mudanças na Lei Antidrogas do país retomou suas atividades em maio deste ano. Segundo o Ministério da Justiça, a paralisação nas atividades do grupo foi causada pela mudança na estrutura da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), transferida da Presidência da República para a pasta.
Mais lidas
- 1Acesso à internet na primeira infância mais do que dobrou desde 2015
- 2Produção científica brasileira volta a crescer em 2024
- 3Ato oficializa abertura de conta da Prefeitura de Toledo no Sicredi Progresso
- 4Projeto-piloto na UBS Jardim Maracanã é exposto durante evento em Brasília
- 5Paraná se destaca na vacinação contra HPV e supera média nacional em 2025
Últimas notícias
- 1Campanha Legal destina parte do imposto de renda para crianças, adolescentes e pessoa idosa
- 2Ciclones, tornados ou furacões: Simepar explica a diferença entre os fenômenos
- 3Férias com cuidado: o que os pais precisam saber antes de levar as crianças à piscina ou praia
- 4Cães de abrigo participam de catálogo de tintas e ganham cor própria em campanha contra o abandono de animais
- 5Cultura Viva: histórias e saberes na escola


