As ações de reestruturação, visando melhorar o atendimento aos pacientes que procuram o Núcleo Integrado de Saúde Doutor Jorge Nunes (Mini Hospital), tiveram mais um avanço. A nova forma de organização do fluxo de atendimento foi apresentada ao prefeito Beto Lunitti, na segunda-feira (03), em uma reunião com o secretário de Saúde, Edson Simionato, a assessora especial em Saúde, Denise Campos, e a diretora do Mini Hospital, Ieda Greselle. O encontro faz parte de uma série de discussões promovidas pela administração municipal que tem por objetivo, a reestruturação do Mini Hospital, os preparativos para a abertura da Unidade de Pronto Atendimento Doutor José Ivo Alves da Rocha, a UPA da Vila Becker, que deve acontecer nos próximos meses, e o fortalecimento da Atenção Básica no município.
Todos os trabalhos têm como meta principal a melhoria dos serviços públicos de saúde. Nesta semana a Prefeitura de Toledo realizou o quarto chamamento de médicos do ano. Na ocasião foram convocados mais três médicos, sendo dois clínicos gerais T4 (carga horária de quatro horas diárias) e um plantonista T6 (carga horária de seis horas diárias). O objetivo é sanar a dificuldade em fechar a escala médica do Mini Hospital na terça-feira, dia onde existe uma lacuna. O secretário Edson Simionato lembrou que esta dificuldade será superada a partir do mês de março. “Já foi contratado um médico, que está atendendo nos finais de semana, e no próximo mês deve ter sua escala ajustada. Esta ação ainda não foi realizada porque ele tem vínculo com uma Prefeitura no norte do Paraná que termina em março”, explicou Edson lembrando que nesta semana a Secretaria de Recursos Humanos realizou a convocação de mais um plantonista. Edson ainda lembrou que neste dia, o quadro é reduzido, porém não existe a falta do médico. “Em alguns dias trabalhamos com três clínicos plantonistas, ou até mais. Na terça este quadro fica desfalcado, contando com menos profissionais”.
Atualmente, o quadro clínico do Mini Hospital conta com doze clínicos gerais T4, com carga horária de 20h semanais, nove T6, com 30h, e um T2, que faz 10h. Na pediatria são dois T6, com 30h, três T4, com 20h, e um T2, com 10h semanais. Ao todo, 28 servidores médicos prestam atendimento no local. Segundo Ieda Greselle são oferecidas 2.059 horas médicas/mês, descontando horas para refeições, no caso de médicos com plantões de 12 horas. “Seguindo a solicitação dos médicos, de atender quatro pacientes por hora, temos a possibilidade de chegar a 8.236 consultas/mês”, explicou. Com todas estas horas trabalhadas, o NIS Doutor Jorge Nunes consegue manter seus atendimentos durante 24 horas.
Pediatria
A diretora do Mini Hospital, Ieda Gresele, lembrou que o Mini Hospital possui pediatras atendendo de segunda a sexta-feira, das 7h às 18h. Entretanto, a falta de profissionais, que não se resume somente à Prefeitura, mas também aos setores privados da saúde em todo o Brasil, segundo fala da diretora, impedem que todos os horários sejam preenchidos. “Nos plantões noturnos temos conseguido fechar a escala, por meio de pagamento de horas extras e com o apoio de clínicos gerais que também atendem pediatria. Nosso problema está no sábado, onde todas as semanas buscamos um médico para o plantão, já que não conseguimos fixar ninguém neste dia. A partir das 19h do domingo, já temos um plantonista fixo”, informou.
A dificuldade, segundo a assessora especial em Saúde, Denise Campos, se refere à data. “O sábado e o domingo são dias em que os profissionais querem descansar e, mesmo sendo remunerados com horas extras, eles preferem estar em casa, com os familiares”. Denise ainda falou no concurso realizado no mês de novembro foram aprovados oito profissionais, porém com a previsão para o início dos atendimentos na UPA, programado para os próximos meses, são necessários alguns critérios para a contratação. “Temos que começar a preparar a equipe para que, quando iniciarmos o atendimento naquele local, tenhamos um quadro técnico completo”, comentou.
O secretário Edson Simionato acrescentou que este período de transição dos atendimentos emergenciais para a nova Unidade de Pronto Atendimento, traz alguns problemas gerenciais e que a Prefeitura tem lidado com cautela no que tange a ampliação do quadro funcional. “A UPA tem um sistema de atendimento, preconizado pelo Ministério da Saúde, que precisará ser respeitado. Não podemos, neste momento, apressar algumas contratações sob pena de não conseguirmos profissionais para a UPA, já que no último concurso apenas oito médicos foram aprovados, mas isso não garante que eles responderão à convocação”, explicou.
Alteração no sistema de atendimento no Mini Hospital
A diretora Ieda Greselle explicou que anteriormente os clínicos gerais no Mini Hospital acolhiam os pacientes de forma aleatória. No novo procedimento, cada paciente é encaminhado para um dos plantonistas conforme o atendimento na pré-consulta. “Os técnicos em enfermagem passam os pacientes de forma sistemática, mantendo as agendas equilibradas, com cada médico recebendo um usuário do sistema”. Ieda ainda informou que os atendimentos médicos são realizados por meio da classificação de risco, preconizada pelo Ministério da Saúde. “Quem procura o atendimento e, na pré-consulta, apresenta sintomas, como febre, hipertensão ou dores crônicas, terá preferência”. Em casos que o paciente não apresenta estes quadros, ele cede a preferência para pessoas em situações mais graves e, enquanto aguarda, é constantemente monitorado, por meio da aferição da temperatura e da pressão arterial realizada pela equipe de enfermagem.
Ieda ainda informou que os trabalhos respeitam o que é realizado por meio da Classificação de Risco. O protocolo faz a classificação por gravidade, para que os atendimentos com mais urgência sejam realizados prioritariamente, utilizando-se das cores para identificação dos casos, segundo a assessora especial em Saúde Denise Campos. “São cinco cores, sendo a vermelha a classificação mais grave e a azul o menos urgente”. Entre as melhorias previstas está a organização do fluxo de pacientes. “O intuito é que os pacientes sejam classificados após o acolhimento, de forma que além de receber o atendimento dentro da gravidade da situação, o paciente receba informação para que possa ter noção do tempo médio de espera”, explicou.
Números em Janeiro
Segundo os dados da Secretaria de Saúde, o Mini Hospital, entre os dias primeiro e 31 de janeiro, realizou 6.024 consultas com clínico geral e 1.793 com pediatra. Deste total, 1.203 foram classificadas como emergenciais, sendo apenas 141 na área de pediatria. “O nosso sistema é de pronto atendimento, porém temos que respeitar os casos urgentes, que tem preferência no acolhimento”. A diretora Ieda Greselle também apontou que a média de janeiro foi de 264 consultas/dia, com os picos acontecendo nas segundas e sextas. “Na segunda-feira (03) tivemos 371 atendimentos médicos, no domingo (02), mesmo com as unidades básicas de saúde fechadas, foram 224”, informou.
A diretora informou ainda os números relacionados aos atendimentos do Mini Hospital. Ao todo, foram realizadas 326 consultas ambulatoriais, com ginecologista, e 8807 consultas no pronto atendimento, sendo 6024 em clínica médica e 1203 em pediatria. Além disso, 2431 exames de raio X foram solicitados. Dos pacientes atendidos, 1126 ficaram em observação no Mini Hospital, enquanto 1457 foram encaminhados para o Hospital Bom Jesus. Destes encaminhamentos, 659 foram pedidos de clínicos gerais, 342 por falta de pediatra no Mini Hospital, 107 por solicitação do pediatra, 331 eram gestantes e 18 encaminhados pela recepção.
Da Assessoria