A ação será realizada no Auditório Acary de Oliveira, na Prefeitura de Toledo a partir das 8h. O curso - que visa à formação dos profissionais para atuação na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) que será inaugurada em abril - terá continuidade no dia 11 de abril na sede da Universidade Norte do Paraná (UNOPAR/ Toledo).
O contrato com o Grupo Brasileiro da Classificação de Risco, que ministrará o curso, foi assinado no início do ano pelo prefeito Beto Lunitti, juntamente com a assessora especial em saúde, Denise Campos. A capacitação de profissionais em um protocolo de classificação de risco representa um dos critérios para implantação da UPA, conforme informou Denise Campos. “Dentro deste contexto, nós escolhemos o Sistema Manchester por já ser uma referência a nível nacional”. O método, que surgiu na cidade britânica de Manchester já é reconhecido mundialmente por sua eficácia e tem sido adotado por diversas cidades brasileiras, dentro do Sistema Único de Saúde (SUS).
A expectativa é que a classificação de risco seja implantada futuramente na Atenção Básica, além da Urgência e Emergência. “Uma das vantagens desse curso é que ele não só capacita os servidores para atuarem por meio do sistema, como também, para que eles capacitem novos servidores”, comentou Denise.
O protocolo deverá fazer a classificação por gravidade, para que os atendimentos com mais urgência sejam realizados prioritariamente, utilizando-se das cores para identificação dos casos, segundo Denise. “São cinco cores, sendo a vermelha a classificação mais grave e a azul o menos urgente”. Entre as melhorias previstas está a organização do fluxo de pacientes. “O intuito é que os pacientes cheguem a UPA e sejam classificados após o acolhimento, de forma que além de receber o atendimento dentro da gravidade da situação, o paciente receba informação para que possa ter noção do tempo médio de espera”, explicou.
De acordo com o prefeito Beto Lunitti, a medida vem ao encontro das propostas de governo. “Colocar a UPA em funcionamento era um dos nossos desafios e com essa capacitação para implantação do Protocolo de Manchester, não só possibilitamos isso, como criamos a perspectiva de ampliar esse serviço para Unidades Básicas de Saúde (UBS’s) futuramente”, finalizou.
Capacitação
A capacitação será realizada em duas etapas, por meio do Grupo Brasileiro de Classificação de Risco (GBCR). Ao todo serão 36 horas de curso, com investimento público de mais de R$ 20 mil na primeira etapa, com 12 horas e mais de R$18 mil na segunda etapa com 24 horas, somando quase R$ 40 mil no total. O cronograma prevê a capacitação de classificadores, sendo 20 profissionais médicos e enfermeiros, implantação da classificação de risco, acompanhamento presencial da classificação de risco e a capacitação de auditores, com seis profissionais médicos e enfermeiros.
Protocolo de Manchester
O protocolo de Manchester classifica, após uma triagem baseada nos sintomas, os doentes por cores, que representam o grau de gravidade e o tempo de espera recomendado para atendimento. Aos doentes com patologias mais graves é atribuída a cor vermelha, atendimento imediato; os casos muito urgentes recebem a cor laranja, com um tempo de espera recomendado de dez minutos; os casos urgentes, com a cor amarela, têm um tempo de espera recomendado de 60 minutos. Os doentes que recebem a cor verde e azul são casos de menor gravidade (pouco ou não urgentes) que, como tal, devem ser atendidos no espaço de duas e quatro horas.
O programa recebeu este nome porque foi aplicado pela primeira vez em 1997 na cidade britânica de Manchester. Esta triagem foi rapidamente implementada em vários hospitais do Reino Unido. Em Portugal, são poucos os hospitais que ainda não utilizam este sistema, que já está sendo empregado em outros países da Europa, como Espanha, Holanda, Alemanha e Suécia. Já o Grupo de Triagem de Manchester foi formado em 1994, com o intuito de estabelecer um consenso entre médicos e enfermeiros dos Serviços de Urgência a fim de criar normas de triagem.