O objetivo é trabalhar todas as equipes das UBS’s para a utilização e a cadeia produtiva local de medicamentos fitoterápicos. A ação aconteceu na Escola de Governo do município de Toledo.
O município de Toledo já é destaque regional em projetos com plantas medicinais e foi selecionado em 2013 pelo Ministério da Saúde, junto com outros 13 municípios brasileiros, para receber investimentos da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, que estabelece diretrizes para o desenvolvimento de ações direcionadas à melhoria da qualidade de vida da população e do complexo produtivo na área da Saúde. Os recursos foram conseguidos através do Arranjo Produtivo Local (APL) em fitoterápicos, desenvolvido no município.
Segundo a coordenadora do Projeto, Denise Liell, o trabalho é realizado desde a produção das plantas através dos produtores e agricultores, o processamento dessas plantas através do laboratório de manipulação e a questão da prescrição médica. “O objetivo é que a fitoterapia se torne mais uma opção terapêutica no município de Toledo para que os médicos possam prescrever, além dos medicamentos tradicionais, também a fitoterapia. Por isso que é importante a capacitação da equipe médica neste sentido”.
As atividades com os profissionais seguirão durante a semana. Na terça-feira (18) a parte teórica abrangerá Hipertensão, Diabetes e Saúde Mental. A partir da quarta-feira (19) as ações passarão a ser práticas nas próprias UBS’s, onde serão feitas consultas diferenciadas e os medicamentos fitoterápicos serão prescritos pelos profissionais. “Dessa forma, todos terão todo o conhecimento em relação às plantas. Esse conhecimento será reciclado por diversas vezes, através de outras capacitações que serão realizadas durante o período”, destacou Denise. Em abril a capacitação será oferecida aos profissionais da saúde de nível médio como os técnicos em enfermagem, agentes comunitários de saúde e lideranças das comunidades como a Pastoral da Criança.
O médico da família, Fernando Pedrotti, afirmou que já prescreve esse tipo de medicação com frequência e ressaltou que através dessa capacitação é possível agregar mais conhecimento e experiência, interando-se das diferentes opções terapêuticas e ampliando o leque de possibilidades sempre com cunho científico. “É um resgate daquilo que nossos pais, avós e bisavós já utilizavam, muitas vezes de uma forma empírica, sem conhecimento científico, baseando-se apenas na experiência. Hoje há uma racionalidade científica sobre isso, e por isso pode-se utilizar essa tipo de medicação”.
Doutor Fernando acrescentou que a fitoterapia é uma alternativa que pode complementar o tratamento do usuário ou ainda, substituir como algo alternativo, permitindo que o paciente possa escolher o que deseja utilizar. “Muitas vezes quando os resultados através da medicina alopática, utilizando os medicamentos convencionais, não são alcançados, e a fitoterapia se torna uma alternativa que pode sim apresentar resultado esperado”, afirmou.
Conforme o médico os principais benefícios deste tipo de tratamento é que a resistência é menor entre a população com resultados tão bons ou até melhores que com os que se tem com a medicina tradicional. “Há a possibilidade de menos efeitos colaterais, facilitando o tratamento. Outro benefício é que em muitos casos não se pode usar medicamentos tradicionais, por exemplo, com mulheres gestantes”, comentou.