A Estratégia Saúde da Família, que atualmente conta com sete equipes no município, tem obtido respaldo da população atendida. Em mais uma ação da Catequese da Cidadania – Construindo um município para as pessoas, a Secretaria da Saúde promoveu o debate com a população na quarta-feira (19) com vista na melhoria dos serviços. Dezenas de pessoas participaram da ação, no Jardim Europa. Este foi o segundo encontro promovido este ano dando continuidade ao processo de sensibilização e diálogo com comunidade sobre o ESF. Depois da apresentação, que contou com um vídeo explicativo sobre a ESF no Brasil, foi aberta a participação dos moradores.
A Irmã Luciene Belo, que trabalha na Pastoral da Criança no bairro, enfatizou que é preciso a união de esforços entre comunidade e agentes de saúde para buscarem juntos as soluções, e defendeu a Estratégia de Saúde da Família como um instrumento de promoção de autonomia das famílias. “Quando houver críticas a gente deve procurar direto à fonte. Pois é muito fácil somente criticar. O posto de saúde está aberto para conversar, para buscarmos juntos a solução. Isso é vida comunitária”, afirmou a irmã que ainda frisou a importância da autonomia das famílias no processo. “Outra questão é que não devemos ficar levando e dando coisas simplesmente para os pobres, precisamos ensiná-los a fazer isso sozinho. Cada um tem que lutar por sua dignidade e isso não deve ser cobrado de ninguém, afinal é mais fácil fazer pelo outro do que ensinar o outro a fazer”, comentou. Ela destacou ainda que é necessária a compreensão e ação de cada cidadão. “A crítica ao trabalho do agente comunitário de saúde, por exemplo, deve-se identificar a pessoa e resolver com diálogo entre a família, o profissional e a Unidade”. Na opinião da irmã Luciene o elo entre unidade de saúde e comunidade deve ser o agente comunitário de saúde.
Também reforçou a importância do diálogo como ferramenta de mudança o senhor Primo João Momoli que é cadeirante e necessita de atendimento diferenciado. Primo reiterou a importância da comunidade resolver as questões de atendimento direto com a Unidade Básica de Saúde ou com a Secretaria. “Quando procuro atendimento na UBS e não consigo resolver ali, procuro falar com as pessoas ou procuro a Secretaria. Devemos buscar quem vai solucionar de verdade”.
Outra liderança que também ressaltou a relevância do diálogo entre comunidade e agentes de saúde foi o vereador Marcos Zanetti. “Acredito que o diálogo é a base de tudo e antes de criticar, precisamos buscar a solução”. Conforme Zanetti, a atitude da administração municipal é muito positiva. “Quero parabenizar essa ação da UBS e aos profissionais que se dispuseram em estar aqui fora do horário de trabalho por amor à profissão”.
A secretária de Saúde, Denise Campos explicou que o processo de participação e de diálogo com a comunidade é fundamental para o fortalecimento das ESFs. “O Programa Saúde da Família (PSF) foi criado pelo Ministério da Saúde em 1994. No entanto, é a partir de 1998 que o programa se consolida como estratégia estruturante de um modelo de atenção à saúde que priorize ações pautadas nos princípios da territorialização, da intersetorialidade, da descentralização, da coresponsabilização e da eqüidade, priorizando grupos populacionais com maior risco de adoecer ou morrer, ou seja, em consonância com os princípios do Sistema Único de Saúde. O programa foi pensado como mecanismo de rompimento do comportamento passivo das unidades básicas de saúde, entendendo o indivíduo como singular e como parte integrante de um contexto mais amplo que é a família e a comunidade” afirmou. Denise ressaltou ainda que o ESF não é somente assistência em saúde de forma individual. “No ESF o enfoque é de população, saúde para todos, prevenção nos grupos de risco e enfoque clínico. O programa procura integrar os enfoques e solucionar os problemas a partir das necessidades da população daquela região”.
A secretária também destacou a importância das pessoas se dirigirem às UBS para resolver as questões. “Toda queixa deve chegar primeiro à UBS, se não resolver vem a gestão porque nós temos que solucionar. Gostaria de frisar que a população tem canal direto com a secretaria de Saúde e deve nos procurar para fazermos os encaminhamentos necessários”. Segundo Denise um primeiro momento de diálogo já havia sido estabelecido com as lideranças da comunidade no dia 30 de janeiro quando foi realizado um encontro que estabeleceu as ações necessárias para atender a demanda da comunidade. “A partir do encontro com as lideranças e em conjunto com a pesquisa que estávamos realizando foi decidido pela abertura da UBS às 7 horas bem como uma profissional feminina para acompanhamento da coleta de preventivo. “Essas demandas, como as do abaixo assinado devem ser direcionadas primeiramente à Unidade, e caso não seja possível solucionar ali, procurar o auxílio da Secretaria, que vamos trabalhar para resolver o problema, pois o foco da ESF é justamente a proximidade do paciente com a UBS”, explicou a secretária de Saúde, Denise Campos.
A presidente de Associação de Moradores do Santa Clara IV, Geneci Souza, parabenizou o trabalho médico e apontou, segunda ela, falhas de Agentes Comunitários de Saúde (ACS). “Queremos trabalhar em conjunto, e os ACS’s precisam ter mais dedicação e amor”. Em resposta, a agente comunitária da ESF 3 do Jardim Europa, Margarete de Quadros, afirmou que todo o trabalho de visita é registrado e que não é possível generalizar o problema. “Todos nós temos como provar cada visita e ação que realizamos e caso algum ACS não esteja cumprindo seu papel precisamos identificá-lo”. Nesse sentido, o médico Fernando Predotti também da ESF 2 do Jardim Europa afirmou que: “Faço questão de merecer cada centavo que ganho, assim como toda a equipe. Pois o trabalho conjunto é muito importante para se obter resultado, e o agente comunitário é a extensão da Unidade, são os olhos dos médicos dentro das casas. E se tem algum profissional que não está atuando de forma correta precisamos identificar e corrigir”.
Para o esclarecimento da população quanto ao funcionamento das equipes, o médico da família da equipe II, Fernando Predotti, apontou os dados atualizados do território e a missão das ESF’s. “Nossa intenção é prestar contas de como atuamos e o que temos feito, assim como colher sugestões para avançarmos ainda mais. Optamos por nos reunirmos e debateremos juntos, por que a essência da ESF é o direcionamento às pessoas e a realidade local”, explicou. No Jardim Europa o cronograma semanal de ações das equipes da Estratégia Saúde da Família, baseada na capacidade instalada, conta com 135 consultadas para livre demanda e atendimento, 15 consultas para vagas de urgência, 30 consultas para puericultura, 30 consultas para pré-natal e 30 consultas para hiperdia. Além disso, há os atendimentos e avaliação dos enfermeiros.
Segundo o enfermeiro responsável, Luiz Ricardo Nicolau, as consultas são agendas nas segundas-feiras pela manhã e, com base em pesquisas realizadas, a oferta é compatível com a demanda. “Temos registros de dias em que as pessoas que chegaram de madrugada na fila e as que chegaram às 8h da manhã, igualmente conseguiram agendamento, com inclusive, sobra de vagas. E outros dias em que faltaram, ou seja, se a pessoa vem hoje e não tem, ela desiste. Nesses casos fazemos a avaliação do paciente e se necessário encaixamos nas consultas de emergência”, explicou.
Ao término da reunião ficou definido que os encontros serão realizados a cada 60 dias sempre as quartas-feiras, às 19h30, sendo a próxima agenda no dia 16 de abril. Conforme da sugestões do encontro a agenda contará com a participação não somente da comunidade em geral,mas também das mães e gestantes da Pastoral da Criança.
Da Assessoria - Toledo